Vamos Ler traz trabalho com correspondências no CAIC de PG
Diversificada atividade com várias etapas ocorreu nos quartos anos A e B da instituição de ensino; professora destaca momentos e contextualização do gênero textual
Publicado: 09/09/2022, 15:50
Os quartos anos A e B da Escola Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha, o CAIC de Ponta Grossa, desenvolveram uma atividade que resgata a correspondência escolar. Segundo a professora Janaína Freitas da Silva o trabalho surgiu por meio de um envio do gênero aos educadores da Escola Halia Terezinha Gruba que realizaram uma oficina de pipas com as turmas – o que apresentou curiosidade aos alunos em relação ao tema.
“Começamos com a explicação de que a correspondência escolar é uma das técnicas Freinet, que é uma prática utilizada por nossa escola. Pelo interesse demonstrado pelos alunos em saber mais sobre a carta, contei que nossa escola usava desta metodologia para contarem para os outros grupos o que estavam estudando, o símbolo escolhido para o grupo naquele ano, alguma novidade que ocorresse na turma, entre outros assuntos que achassem pertinentes. Essas cartas eram impressas e entregues aos demais grupos na caixa de correio com o símbolo que ficava para fora da sala de aula”, aponta a docente.
A educadora pontua que já foram feitas cartas para alunos de outro grupo da mesma série e de outras dentro da escola, conhecendo um pouco os colegas e encontrando-se pessoalmente depois. A professora cita que amava receber cartas de sua prima, relatando a experiência pessoal de quando era adolescente e uso de tecnologias era restrito.
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“Era uma emoção após um mês de espera receber a carta de sua prima. Contou que antes de ter a facilidade de hoje das tecnologias com os computadores e celulares, eram usadas as cartas para se comunicar e a comunicação era mais demorada, não era fácil como hoje que a mensagem chega na hora. Como as ligações do telefone fixo eram muito caras não poderíamos ficar muito tempo conversando, por este motivo as pessoas usavam a correspondência para se comunicar, eram enviadas pelo correio onde precisava comprar o selo para que a carta fosse entregue”, conta Janaína.
A educadora segue falando sobre questões da época, como a ansiedade, a emoção, a utilização do correio atualmente, utilização do telegrama, entre outros, complementando com as mudanças recentes. Assim, a turma aprendeu que a carta pessoal é um gênero textual que transmite mensagens particular a um destinatário conhecido, definida por caráter íntimo entre interlocutores, com várias características.
“Entramos um pouco na história e descobrimos que a primeira carta escrita no Brasil foi em 1500 e datada de 1º de maio: a carta de Pero Vaz de Caminha (também conhecida como a ‘Carta a El-Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil’), é um documento fundador da história do nosso país. Por meio das cartas, boa parte da história ficou registrada e pode ser contada. Isso porque, quando as pessoas enviam cartas umas para as outras, elas acabam contando fatos históricos, descrevendo como as pessoas se relacionam umas com as outras, opinando sobre acontecimentos sociais e todas essas informações constroem pistas que podem ajudar a recompor a vida como vem ocorrendo no decorrer da história”, pontua a professora.
Assim, foi escrita uma carta para os colegas do outro 4º ano B. Janaína explana que foi realizado o sorteio do nome do colega do outro para todos receberem uma carta. Após a escrita, houve correção e reescrita individual. A outra turma respondeu também. Outro ponto foi o envio de um envelope com dobradura colocando os dados e o selo foi um adesivo. As cartas respostas, assim, foram enviadas aos colegas do 4º ano A.
“Vamos continuar com essa prática, pelo menos na escola, pois os alunos se interessaram em conhecer mais o colega e até marcaram de se encontrar no recreio para conversar mais. O relato do que estamos realizando em sala também aguça a curiosidade dos demais para saber mais sobre os assuntos que estão sendo comentados. O aluno José relatou que ficou muito feliz ao receber a carta do colégio. Já o aluno Felipe Moretto relata que já havia escrito cartas e que gostou de saber um pouco mais sobre o colega do outro grupo. A aluna Ana Gabriely agradeceu a gentileza do amigo escrever uma carta para ela”, complementa a educadora.
Por fim, Janaína faz seus apontamentos finais. “Se você em algum momento de sua vida recebeu uma carta, sabe a emoção que é e como nos sentimos queridos por ser lembrados. Isso se perdeu com a chegada da tecnologia e devido à vida corrida que as pessoas levam atualmente. Percebemos que agora são utilizadas muitas mensagens prontas, enviadas para várias pessoas ao mesmo tempo, deixando de ser dedicado um tempo para escrever para uma pessoa especial. Também concordamos que a tecnologia nos trouxe muitos benefícios, da praticidade e rapidez na comunicação, porém esperamos que as pessoas não deixem de demonstrar seu amor e carinho pelas outras, podendo dedicar mais tempo para demonstrarem o valor que o outro tem para elas”, conclui a professora.
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