Biblioteca Gralha Azul promove ações de leitura em escolas rurais

Duas escolas da zona rural de Ponta Grossa receberam, nesta terça-feira (05), mais de 500 livros como parte das ações do projeto “Biblioteca Escolar: Ponto de Leitura Gralha Azul”. As instituições contempladas foram a Escola Maria Eulina Scheena, na localidade do Biscaia, e a Escola Eloy Avrechak, no Cerrado Grande. As doações, por escola, incluíram 250 exemplares de obras de escritores paranaenses por meio do projeto e obras extras oferecidas pelas autoras participantes da iniciativa.

Além da doação dos livros, o projeto realizou uma série de ações de incentivo a leitura como parte da programação: momentos de conversa com as escritoras ponta-grossenses Alessandra Bucholdz, Dione Navarro e Jacqueline de Mattos, que apresentaram suas obras e compartilharam suas experiências com a escrita; jogos literários; escuta dos audiolivros com obras da Biblioteca Gralha Azul e contação de histórias com os atores David Dias e Michella França, que tornaram a ação mais divertida e interativa. O espaço proporcionou que os alunos tirassem suas dúvidas com as autoras e conhecessem um pouco mais da literatura paranaense.

“Nosso objetivo com esse projeto é promover o acesso à leitura de forma democrática e afetiva, especialmente em comunidades que, muitas vezes, enfrentam limitações nesse sentido. Acreditamos que as bibliotecas escolares precisam ser um espaço vivo, pulsante, que incentivem a imaginação, o conhecimento e a construção de cidadania. Com essas doações e atividades, buscamos contribuir não apenas com o acervo das escolas, mas com a valorização da leitura como prática cotidiana e transformadora”, destaca a produtora cultural e coordenadora do projeto, Thaisa Cunningham.

A coordenadora da Escola Maria Eulina Scheena, Ellen Adriane Teixeira, nasceu em Itaiacoca e cresceu com a triste realidade de um acesso limitado à literatura: “Saber que hoje os alunos podem ter um acesso tão grande a livros, agora com títulos diferentes e audiolivros… Eu me sinto realizada como pessoa e principalmente como professora, porque estamos realmente fazendo o nosso papel”. Ellen destaca a importância da Biblioteca Gralha Azul nesse cenário, um projeto que buscou olhar para instituições distantes do centro da cidade, e que muitas vezes, são esquecidas pelas ações culturais.

Segundo a diretora, Sandra Mara Ramos, a realidade das escolas rurais é diferenciada da zona urbana, e por esse motivo, projetos como este se tornam mágicos no local. “Quando ligaram dizendo que o projeto vinha para a escola, me perguntaram “quer?”, e eu falei “quero” na mesma hora, porque tudo que vem somar, alegrar as crianças e deixá-las mais ricas em conhecimento, é sempre bem-vindo.” Sandra explica que as crianças, por questões econômicas, têm pouco acesso à compra de livros, então, é na escola que possuem acesso ao material.           

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De acordo com a professora da Escola Eloy Avrechak, Rosilete de Freitas, os alunos da escola se interessam muito pelo mundo da literatura, e possuem um diferencial em relação aos do centro urbano: “As crianças da cidade também gostam da leitura, mas a gente percebe que lá eles têm muitas outras atrações, e aqui não, muitos não tem internet e acabam levando livro pra casa e pegando muito gosto por eles”, conta.

Para Jacqueline de Mattos, uma das escritoras participantes do projeto, é primordial que as escolas tenham contato com os livros e com os escritores, para desmistificar a questão da distância entre autor e leitor. “Hoje é um privilégio que os escritores possam fazer essas visitas e as crianças vejam que também podem um dia se tornar escritores”. Jacqueline destaca que o contato com seus leitores é o grande momento do autor.

Na próxima semana, dia 12 de agosto, a Escola Municipal Pascoalino Provisiero, no Jardim Novo Vila Velha, e a Escola Rural Municipal Pref. Cláudio Mascarenhas, em Uvaia, também irão receber as ações do projeto. 

Com informações: Assessoria e Imprensa