Obras em rodovias de PG precisam ter equilíbrio entre os diferentes modais
Conselheiro destaca a importância dos projetos, mas alerta para a necessidade de olhares atentos para as ciclovias e ferrovias
Publicado: 12/08/2025, 20:13

O conselheiro da área de Urbanismo do Grupo aRede, Henrique Wosiack Zulian, se manifestou sobre o projeto que pretende triplicar a 'Rodovia do Café' de Ponta Grossa ao Porto de Paranaguá - leia a reportagem especial clicando aqui. Apesar de parabenizar a iniciativa, ele questiona em quanto tempo a estrada se saturará novamente? Diante disso, ele destaca a importância de se atentar a outros tipos de modais, como avanços em ciclovias e ferrovias.
Confira abaixo a opinião na íntegra de Henrique, que é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduado pela Escola da Cidade e mestre na área de Projeto Arquitetônico pela Universidade de São Paulo (FAU-USP). Ele também tem dezesseis premiações em concursos de arquitetura pelo Brasil, inclusive em Ponta Grossa:
"A triplicação da Rodovia do Café é, sem dúvidas, um projeto com grande potencial de trazer benefícios para a cidade de Ponta Grossa e região.
Mas, até quando?
Em quanto tempo a estrada se saturará novamente?
Entendo que para olharmos para o futuro a longo prazo, para um melhor destino dos recursos públicos e para as questões ambientais poderíamos ir mais além, principalmente através de ideias que busquem um maior equilíbrio entre os diferentes modais:
1 – Poderíamos, por exemplo, adicionar um plano de ciclovias junto às rodovias, para dar mais segurança aos inúmeros ciclistas que saem aos finais de semana passear e fazer atividade física e percorrem esse trecho da estrada. Dessa forma, pode se incentivar ainda mais as atividades de lazer e cicloturismo na região dos Campos Gerais;
2 – Poderíamos, também, trazer para o debate ideias a respeito de um plano macro que envolva a construção de ferrovias para transporte de cargas e de pessoas. Este modal possui um custo de aplicação mais alto, mas que com o tempo se paga e traz muito mais benefícios, inclusive o de desafogo das rodovias.
Na eficiência, o transporte ferroviário pode transportar cerca de 50 a 300 caminhões em uma única viagem e é muito menos afetado por obras e congestionamentos.
E, olhando através da pauta ambiental e de sustentabilidade, emite até 70% menos CO² por tonelada/km ou passageiro/km rodado. Consome cerca de ¼ do combustível e tem manutenção e custo logístico menores".
CONSELHO DA COMUNIDADE - Composto por lideranças representativas da sociedade, não ocupantes de cargo eletivo, totalizando 14 membros, a iniciativa tem o objetivo de debater, discutir e opinar sobre pautas e temas de relevância local e regional, que impactam na vida dos cidadãos, levantados semanalmente pelo Portal aRede e pelo Jornal da Manhã, com a divulgação em formato de vídeo e/ou artigo.