Região tem potencial de consumir quase R$ 50 bi em 2025
Os 31 municípios da região deverão fechar o ano com uma participação de 0,61% do consumo nacional, o que significa que a cada R$ 200 gastos no Brasil, R$ 1,20 são movimentados na região; crescimento anual foi acima da média nacional
Publicado: 25/08/2025, 17:06

O desenvolvimento observado nos municípios da região impulsionou o potencial de consumo das cidades ao longo de 2024 e 2025. Números revelados pelo estudo anual ‘IPC Maps 2025’, realizado pela IPC Marketing Editora, indicam que o potencial de consumo dos 31 municípios abrangidos pelo anuário (que incluem municípios do entorno de Ponta Grossa, dos Campos Gerais e região Centro-Sul do Estado) alcançou a marca de R$ 49,8 bilhões. Na comparação com os valores de 2024, quando o potencial foi de R$ 45,4 bilhões, o aumento nominal foi de 9,77% - ou o equivalente a R$ 4,4 bilhões. Todas as cidades tiveram aumento nominal no potencial de consumo no período.
O crescimento da região foi acima da média nacional, explica Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo, o que significa um incremento na participação na média do Brasil. “Houve um aumento de participação no cenário nacional, de 0,60% para 0,61%. É uma participação pequena, mas a gente não pode esquecer que quando um ganha, outro perde. Esse avanço na participação no cenário do consumo nacional vai representar agora, em 2025, R$ 754,5 milhões a mais no bolso da população dos 31 municípios”, detalha o especialista.
A justificativa para esse incremento, detalha Pazzini, está no crescimento econômico da região, no empreendedorismo em alta. “Quando você fala em consumo, você pensa em renda. E a população, para ter renda, tem que ter emprego - e emprego, obviamente, depende de empresas. Nós tivemos na região um crescimento de 6,2% na quantidade de empresas instaladas e ativas”, informa, detalhando que essa média também foi superior ao observado no país.
A maior fatia do potencial de consumo regional pertence a Ponta Grossa, passando de um terço. Os 375,8 mil habitantes de Ponta Grossa deverão consumir um total de R$ 17,29 bilhões até o final do ano, valor que cresceu 9,02%, em termos nominais, na comparação com os R$ 15,95 bilhões projetados para 2024. Esse valor, que representa um share de 0,213% do consumo nacional, coloca Ponta Grossa entre as cidades com maior potencial de consumo no Paraná, ocupando a quinta colocação, e também no Brasil, na 63ª colocação. É um valor próximo de Cascavel, que tem um share de 0,219%, e ocupa a 60ª colocação nacional.
Pelas características dos Campos Gerais, que tem forte produção agrícola, o consumo rural tem grande participação nessa movimentação financeira, correspondendo a R$ 7,5 bilhões, o que representa o equivalente a 15% do potencial de consumo total (o que significa que o consumo urbano deverá corresponder a R$ 42,34 bilhões). Essa média equivale ao dobro da nacional, onde o percentual do consumo rural corresponde a cerca de 7,38% do total (R$ 602,1 bilhões dos R$ 8,15 trilhões movimentados nacionalmente).
Depois de Ponta Grossa, que é a cidade com o maior potencial de consumo, o município vizinho, Campo Largo, tem o segundo maior valor, na casa de R$ 6,35 bilhões. Em 2025, Carambeí se juntou ao grupo das agora 10 cidades com potencial ‘bilionário’, com um valor de R$ 1,17 bilhão. Também estão nesse grupo Telêmaco Borba, que tem o terceiro maior valor, Castro, Irati, São Mateus do Sul, Prudentópolis, Palmeira e Jaguariaíva. “Carambeí tinha uma participação de 0,0125% e agora, em 2025, deve ser de 0,0144%, um crescimento real de 14,5% no valor de potencial de consumo. Ela estava na posição 1.001 no Brasil, e esse ano ela sobe para a posição 920, ganhando o destaque de melhora de posicionamento no ranking nacional”, completa Pazzini.
Em percentual de crescimento, a cidade que mais elevou seu potencial de consumo foi Fernandes Pinheiro: os R$ 160 milhões saltaram para R$ 193 milhões, o que representou um incremento de 20,3%. Outro crescimento de destaque foi de São João do Triunfo, de 19,98%, após passar de R$ 350 milhões para R$ 420 milhões. Guamiranga também teve uma elevação na casa de 19%, após subir de R$ 212 milhões para R$ 253 milhões.
Já em valores absolutos, os maiores crescimentos, depois de Ponta Grossa (R$ 1,43 bilhão), foram de Campo Largo (R$ 485 milhões), Telêmaco Borba (R$ 444 mi), São Mateus do Sul (R$ 245 mi) e Prudentópolis (R$ 209 milhões). “A cidade que teve o maior crescimento de quantidade de empresas foi Rio Azul. Cresceu 11,1% a quantidade de empresas: saiu de 1.040 empresas para 1.155 empresas instaladas”, acrescenta o responsável pelo estudo.
Habitação é responsável por 20% do consumo
A habitação é o principal destino dos recursos gastos pelos moradores da região. O estudo indica que os habitantes dos Campos Gerais deverão gastar R$ 10 bilhões com essas despesas habitacionais (água, luz, aluguel, gás, entre outros), o que corresponde a 20% do total gasto.
Logo depois, o maior dispêndio será com veículo próprio, totalizando R$ 6,24 bilhões, ou o equivalente a 12,5%. Os outros principais gastos são com alimentação em domicílio (R$ 3,66 bilhões), alimentação fora de domicílio (R$ 1,66 bilhão), materiais de construção (R$ 1,36 bi), medicamentos (R$ 1,36 bi), higiene e cuidados pessoais (R$ 1,19 bi) e educação (R$ 1,16 bilhão).
Classe ‘B2’ é a maior consumidora
A principal classe responsável pelo consumo na região é a ‘B2’, com um share de 24,6% do total – ou R$ 10,4 bilhões. Na sequência, a classe que mais deve consumir é a ‘C1’, com 23,6%, correspondendo a R$ 10 bilhões do consumo regional. A classe ‘C2’ é a com maior número de domicílios, um total de 101 mil (28%), mas deve corresponder a 13% do consumo regional (R$ 5,6 bilhões).
A classe com menor número de domicílios é a ‘A’, com 8,3 mil, o que equivale a 2,3% do total, mas seu potencial de consumo é de R$ 5,6 bilhões, o equivalente a 13,3% do total regional (superior ao da C2).
Maiores potenciais de consumo do Paraná (Share)
- Curitiba 1,316%
- Londrina 0,372%
- Maringá 0,282%
- Cascavel 0,219%
- Ponta Grossa 0,213%
- São José dos Pinhais 0,198%
- Colombo 0,139%
- Foz do Iguaçu 0,136%
- Toledo 0,100%
- Araucária 0,093%