Coluna Fragmentos: A Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa | aRede
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Coluna Fragmentos: A Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa

A coluna ‘Fragmentos’, assinada pelo historiador Niltonci Batista Chaves, publicada entre 2007 e 2011, retorna como parte do projeto '200 Vezes PG', sendo publicada diariamente entre os dias 28 de fevereiro e 15 de setembro

A coluna “Pontificando”, assinada por J. Copla e publicada no Jornal da Manhã de 12 de julho de 1962 destacou o oitavo aniversário da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa
A coluna “Pontificando”, assinada por J. Copla e publicada no Jornal da Manhã de 12 de julho de 1962 destacou o oitavo aniversário da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa -

João Gabriel Vieira

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Por definição, orquestra é um grupo musical que executa músicas clássicas, variando das orquestras de câmara (de pequeno porte) até as sinfônicas ou filarmônicas (que normalmente possuem entre 50 e 100 instrumentos). No Brasil, as orquestras sinfônicas começaram a se multiplicar a partir de meados do século passado, sendo que, atualmente o país possui várias orquestras de padrão internacional como a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. 

Em Ponta Grossa, cidade com forte tradição na formação de bandas, conjuntos e grupos musicais de diversos estilos, a criação de uma orquestra foi quase um acontecimento natural. A Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa surgiu em 04 de julho de 1954, a partir da reunião de um grupo de instrumentistas no Clube Princesa dos Campos. Ao todo eram oito músicos: Mauro Fausto Gil, João Gehr, Frederico de Geus, Efigênio Brandão, Jorge Klüppel, Francisco Rizental, Jacob Schmikler Junior e Oscar Tockus, o qual foi escolhido como o primeiro presidente da Orquestra. Poucos meses depois de sua criação, a OSPG passou a contar com a regência do maestro Paulino Martins Alves, militar que também era responsável pela Banda do 13º Regimento de Infantaria e pela tradicional Banda Lyra dos Campos. 

Pesquisas realizadas pelo historiador Fábio Holzmann Maia indicam que o primeiro concerto da Orquestra ocorreu no dia 15 de setembro de 1955 e foi um dos principais eventos das festividades dos 132 anos de Ponta Grossa. Contando então com 39 membros e regida pelo maestro Paulino, a OSPG fez sua estreia diante de uma plateia composta por autoridades e convidados especiais. Até o final daquela década a Orquestra desenvolveu uma intensa atividade artística. Além de se apresentar por diversas vezes em Ponta Grossa, a OSPG passou a realizar concertos em outras cidades da região e também em Curitiba, destacando-se a exibição no teatro Guaíra no dia 01 de maio de 1959, momento em que já contava com 62 membros. Apesar de ter sido uma das primeiras Orquestras Sinfônicas criadas no Brasil, da qualidade de seus músicos e da intensa atividade que desenvolveu desde o seu surgimento, a OSPG sempre conviveu com sérias dificuldades financeiras. Tais dificuldades se acentuaram com o tempo e levaram a desativação da Orquestra e ao encerramento de suas atividades em 1999. 

No ano de 2001, uma parceria firmada entre à extinta Fundação Cultural de Ponta Grossa e direção da Orquestra Sinfônica possibilitou o repasse do patrimônio da Orquestra para o poder público municipal e sua reativação. Foi nesse momento que chegou a cidade o maestro Waltel Branco, um dos maiores expoentes da música brasileira contemporânea, o qual, juntamente com os maestros Israel Basi e Miroslau Kreinski, fez com que a OSPG voltasse a ocupar um merecido lugar de destaque na vida cultural ponta-grossense.

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Waltel Branco 

Cultuado na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina, Waltel Branco tem uma carreira de mais de 50 anos dedicado à música. Reconhecido por sua qualidade como instrumentista, foi produtor musical da Rede Globo na década de 1970, trabalhou com músicos como Henry Mancini e Dizzy Gillespie, além de produzir discos e fazer arranjos para músicos como Natalie Cole, Chico Buarque, Elis Regina, Cazuza, Baden Powell, Astor Piazolla, entre outros.

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Guaracy Paraná Vieira

Desde o final da década de 1950, por estatuto, os concertos da OSPG passaram a ter caráter beneficente. A partir de então foram incontáveis apresentações em benefício de instituições e entidades locais como a Associação Protetora do Recém-Nascido, o Hospital Infantil Getúlio Vargas, o Lar Hercília Vasconcelos, entre outros. O principal responsável por tal iniciativa foi Guaracy Paraná Vieira, figura que teve sua vida ligada ao espiritismo e as causas humanitárias.

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O material original, com mais de 170 colunas, será republicado na íntegra e sem sofrer alterações. Por isso, buscando respeitar o teor histórico das publicações, o material apresentará elementos e discussões datadas por tratarem-se de produções com mais de uma década de lançamento. Além das republicações, mais de 20 colunas inéditas serão publicadas. Completando assim 200 publicações.

Publicada originalmente no dia 01 de maio de 2011.

Coluna assinada por Niltonci Batista Chaves. Historiador. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

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