Fim de uma era: Sepultura se despede dos palcos com show no 'Porão do Rock' | aRede
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Fim de uma era: Sepultura se despede dos palcos com show no 'Porão do Rock'

Com mais de 40 anos de carreira, a banda de heavy metal faz a sua última turnê, nomeada 'Celebrating Life Through Death'

A despedida acaba hoje
A despedida acaba hoje -

Publicado por Lucas Ribeiro

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Com mais de 40 anos de história e passagem por mais de 80 países, o Sepultura sobe ao palco do Porão do Rock, nesta sexta-feira (23/5), com a turnê Celebrating Life Through Death. A apresentação marca a despedida da banda que projetou o metal brasileiro no cenário internacional e influenciou gerações mundo afora.

Ao Metrópoles, Andreas Kisser, guitarrista e líder do grupo, relembrou a trajetória da banda, formada em 1984, em Belo Horizonte (MG). Da formação original, permanece apenas o baixista Paulo Xisto. Kisser integrou o grupo em 1987 e, desde então, ajudou a consolidar o nome do Sepultura mundo afora.

Mesmo vindos do país do samba e da bossa nova, os integrantes do Sepultura encontraram no death metal sua identidade. No início, a banda buscava se aproximar do som de grupos europeus e norte-americanos. “A gente queria soar como uma banda gringa”, relembra Andreas.

Essa visão começou a mudar a partir da primeira turnê internacional, em 1989. “A gente saiu do Brasil, começou a ver o Brasil de fora. Começou a enxergar o país como o lugar único que ele é, com ritmos, melodias e cultura muito próprios. Começamos a incorporar a percussão, principalmente, que já é pesada por si só”, conta o guitarrista. “Colocamos isso junto com a música pesada e criamos algo nosso: mais Sepultura, mais brasileiro, mas com influências do metal.”

Com essa sonoridade original, o Sepultura ganhou reconhecimento global e se tornou uma das bandas brasileiras mais conhecidas internacionalmente. Andreas destaca, no entanto, que o sucesso fora do país começou ainda antes da fusão com elementos da cultura brasileira.

Um marco dessa fase mais experimental é o álbum Roots (1996), considerado um dos maiores sucessos da banda. O disco inclui a participação de indígenas Xavantes e é referência na fusão entre o metal e a cultura brasileira.

IDIOMA - Apesar do grande sucesso, a banda já foi alvo de críticas e questionamentos acerca das letras serem em inglês. Andreas vê a discussão como “irrelevante”. “A gente canta em inglês porque foi muito influenciado por bandas que não eram americanas nem inglesas e cantavam em inglês, como o Scorpions, da Alemanha”, exmplifica o artista.

“A língua pode ser encarada também como um aspecto musical percussivo. Por isso que a bossa nova funciona tão bem com o português e o rock’n roll funciona tão bem com o inglês”, observa Andreas, que nega a intenção de fazer marketing com as letras em inglês. As mensagens são passadas naturalmente.

Para o guitarrista, é essa honestidade é um dos principais motivos que fazem a banda ser premiada em países de diferentes regiões do planeta, como Austrália, Indonésia, Estados Unidos, Chipre e Brasil.

FUTURO - O heavy metal é um dos gêneros cujos fãs são muito apaixonados e fieis às bandas. “Heavy Metal ainda faz álbuns, não fica fazendo single. A gente gosta da arte, a capa é importante, é tudo, obviamente. O fã de heavy metal não gosta de comprar pirata. Ele compra o produto oficial que ajuda o estilo, ajuda a manter esse estilo forte e independente de toda essa mídia que está sempre procurando a última moda ou a novidade”, diz Andreas.

Muita gente vai sentir falta do Sepultura. O líder da banda destacou os 40 anos de estrada como um bom momento para tocar outros projetos. Atualmente, ele já comanda uma rádio ao lado do filho, Yohan Kisser.

“Se vai ser para sempre ou não, isso é irrelevante. Isso aí a gente vai ver no futuro. Isso só o tempo vai dizer. O momento é de aproveitar o presente. Não tô muito preocupado com o que eu vou fazer no futuro. Eu estou muito presente no momento de celebrar e comemorar e agradecer aos fãs por todos esses anos”.

Confira a matéria completa no Metrópoles.

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