Após 40 anos do título nacional, jogadores do Coxa ainda não receberam a medalha
Campeões brasileiros em 1985 receberam só promessas e medalhas de consolo, mas as originais e a premiação ficaram na conversa
Publicado: 03/05/2025, 22:18

Quase quarenta anos se passaram desde um dos dias mais importantes da história do Coritiba. A eterna madrugada de 1º de agosto de 1985 jamais sairá da memória do coxa-branca., principalmente após o gol marcado por Gomes, que deu ao clube o título do Campeonato Brasileiro em pleno Maracanã, diante do Bangu. Mas o que ainda não passou é o desejo compartilhado por muitos daqueles atletas: o de ter a medalha de campeão brasileiro no peito.
Descaso ou ironia do destino, o material banhado pelo ouro e apoiado na corrente que envolve o pescoço jamais tocou as mãos de nenhum jogador daquela equipe. As peças dadas pela Federação Paranaense de Futebol ou outras empresas não preenchem o vazio deixado por um momento que sempre esteve presente no imaginário de quem escreveu aquela história.
“Eu quero a minha medalha! Peço por isso há 39 anos”, brada heroico goleiro.
É impossível falar do Coritiba campeão de 1985 e não se recordar da histórica figura do goleiro Rafael Cammarota, símbolo da conquista do título. A liderança em campo se aliava ao talento nas defesas, algumas delas vistas como impossíveis. Parar o forte ataque do Bangu na final foi apenas uma das muitas provas que ele passou naquele campeonato.
Titular do time, com o ídolo Jairo no banco de reservas, Rafael disputou mais de 170 partidas pelo Coritiba somadas todas as passagens pelo clube. Mas nenhuma delas tão especial quanto a de 1985. Em contato com a reportagem, ele não esconde a frustração pela falta de medalhas ao time campeão.
Eu quero as medalhas. Estou cobrando isso há 39 anos! Fomos campeões brasileiros e não ganhamos nada. As medalhas foram entregues para o sr. Damiani (Estevão Damiani Neto era diretor do Coritiba em 1985. Faleceu em 2017). Ficamos naquela euforia de ganhar o título no Maracanã e eles, da CBF, nem palanque fizeram lá. Voltamos para Curitiba, celebramos o título com os torcedores do Coritiba, uma noite inesquecível. Depois de alguns dias do título, eu fui cobrar o Evangelino (Evangelino Costa Neves era presidente do Coritiba em 1985. Faleceu em 2008) pelas medalhas. Ele me disse que fariam um jantar de comemoração e nos entregariam as medalhas… estou esperando até hoje.
A falta de reconhecimento e retorno aos atletas decepcionou e desiludiu Rafael, que guarda mágoa até hoje. A esperança e o carinho pelo clube fez, inclusive, com que o goleiro recusasse uma chance de ouro de atuar em um grande clube do futebol europeu.
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