Paraná registra 2.060 eventos adversos em recém-nascidos, aponta estudo | aRede
PUBLICIDADE

Paraná registra 2.060 eventos adversos em recém-nascidos, aponta estudo

Estado aparece entre os que mais notificaram ocorrências envolvendo bebês; pesquisa analisou mais de 39 mil incidentes no país entre 2014 e 2022

Paraná registra 2.060 incidentes associados aos cuidados em saúde em recém-nascidos entre 2014 e 2022
Paraná registra 2.060 incidentes associados aos cuidados em saúde em recém-nascidos entre 2014 e 2022 -

João Victor

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

O Paraná ganhou destaque em um estudo inédito da Sociedade Brasileira para Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), realizado em parceria com a Universidade Federal de São Carlos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pesquisa mapeou incidentes relacionados à assistência à saúde envolvendo recém-nascidos em todo o Brasil entre 2014 e 2022, colocando o estado entre os que mais registraram eventos adversos no período.

Segundo o levantamento, que utilizou dados do sistema de notificação NOTIVISA e contou com financiamento da FAPESP, o Paraná registrou 2.060 eventos adversos envolvendo bebês com menos de 28 dias. O número coloca o estado na quarta posição nacional, reforçando a relevância do tema para a região Sul.

Ao todo, o estudo analisou 39.373 notificações de incidentes envolvendo recém-nascidos no país. Destas, 99,1% ocorreram em ambientes hospitalares, enquanto 68,3% foram classificadas como eventos adversos — situações que causam danos ao paciente. Entre os incidentes mais frequentes estão falhas com cateteres venosos (16,7%), lesões por pressão (10,8%), falhas com sondas (6,5%), extubações acidentais (5,7%) e quedas de pacientes (2,6%).

Levantamento dos eventos adversos mais frequentes
Levantamento dos eventos adversos mais frequentes |  Foto: Divulgação/Assesoria de Imprensa.
  

A neonatologista e membro da SOBRASP, Dra. Cristina Ortiz Sobrinho Valete, destacou que a delicadeza do cuidado neonatal aumenta o risco de complicações. Segundo ela, dispositivos como sondas e cateteres têm dimensões reduzidas e materiais delicados, o que facilita deslocamentos e obstruções. A médica também reforçou a vulnerabilidade da pele do recém-nascido, sujeita a lesões por pressão, além da necessidade de rigor no transporte para evitar quedas.

O estudo ainda apontou que 1,5% dos eventos adversos ligados a procedimentos cirúrgicos resultaram em óbitos, evidenciando a necessidade de protocolos específicos de cirurgia segura para bebês. “A maioria das cirurgias em recém-nascidos ocorre em caráter de urgência, o que já indica alta gravidade”, explicou a especialista, reforçando a importância de monitorar temperatura e condições clínicas durante esses procedimentos.

Cenário de eventos adversos no Brasil - A distribuição por macrorregião mostrou maior proporção de EA em relação aos incidentes no Sudeste (75,2%), seguido por Sul (67,1%), Nordeste (63,5%), Centro-Oeste (61,7%) e Norte (61,3%). Já a frequência de notificação total de incidentes no país ficou concentrada no Sudeste (15.633; 39,7%), seguido por Nordeste (10.180; 25,9%), Sul (6.071; 15,4%), Centro-Oeste (6.840; 17,3%) e Norte (649; 1,7%).

Número de levantamentos por estado
Número de levantamentos por estado |  Foto: Divulgação/Assesoria de Imprensa.
  

A SOBRASP também ressaltou que o cuidado seguro é um direito e que esses eventos são evitáveis. A atualização recente do NOTIVISA, realizada pela Anvisa em 2025, deve aprimorar a qualidade das notificações e fortalecer protocolos de segurança do paciente neonatal.

Com informações da assessoria de imprensa. 

PUBLICIDADE

Conteúdo de marca

Quero divulgar right