Jaguatirica usada como 'tiktoker' é resgatada pelo Ibama no Pará
A fazendeira foi autuada com multas que somam R$ 10 mil e notificada a retirar as imagens das redes sociais, com multa diária em caso de descumprimento
Publicado: 17/04/2025, 09:01

Uma jaguatirica que vivia ilegalmente em cativeiro em uma fazenda no município de Uruará, no Pará, foi resgatada por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A apreensão ocorreu após denúncia de que a fazendeira estava utilizando a imagem do animal em redes sociais, para fins de monetização.
Nos vídeos publicados, o felino aparece em situações impróprias para um animal silvestre: no colo da influenciadora, deitado na cama, interagindo com cães, gatos, galinhas e até um cavalo. Ele também era alimentado com dieta inadequada à sua espécie.
Os agentes do Ibama constataram que os cães da fazenda apresentavam sinais de leishmaniose, doença que pode ser transmitida a felinos e humanos, com risco de morte.
Durante a vistoria, a jaguatirica foi encontrada em cima de um guarda-roupa em um quarto da residência. O animal tinha livre acesso à casa, inclusive a áreas onde eram armazenados herbicidas, colocando sua saúde em risco.
A jaguatirica foi encaminhada a um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por um processo de reabilitação antes de ser reintroduzida à natureza.
Fazendeira autuada em R$ 10 mil - A fazendeira foi autuada com multas que somam R$ 10 mil, com base na Lei de Crimes Ambientais, que proíbe a posse em cativeiro e a exploração de animais silvestres sem autorização legal. Ela também foi notificada a retirar as imagens das redes sociais, com multa diária em caso de descumprimento.
Ainda não se sabe a origem da jaguatirica.
— O animal pode ter sido vítima da caça da mãe ou ela pode ter se ausentado para buscar alimento e ele foi subtraído do habitat, o que configura crime — afirma o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza. — Animais silvestres devem ser mantidos na natureza e não em contato com animais domésticos nem seres humanos. Só assim garantiremos a conservação dessas espécies — conclui.
Informações: O Globo