Psicóloga traça perfil de homem-bomba: 'queria ser o Coringa'
Perita médico-legal especializada em psicopatologia forense analisa comportamento de Francisco Wanderley Luiz
Publicado: 16/11/2024, 10:19
A renomada perita médico-legal Conceição Krause, especializada em psicopatologia forense, desenhou o perfil psicológico de Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que pereceu após detonar um explosivo em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de quarta-feira (13). Segundo Krause, que ministra aulas para a Polícia Federal, Abin e MPDFT, Francisco incorporou traços da personalidade do personagem Coringa, da DC Comics.
“No entanto, de louco aquele homem não tinha nada. Ele incorporou o seu 'herói' e foi alimentando como pôde a fome insaciável para ser admirado, notado, respeitado. Mas tudo era pouco. Precisava de um gesto ousado, arriscado, que o alçasse à história. E assim ele fez”, analisou a especialista. Krause afirma que um ódio enorme movia o chaveiro, que tentou sem sucesso entrar para a vida pública nas eleições de 2020. “Quando chegou a Brasília, gradualmente, ele deixou de ser um deslocado, frágil, medroso e entrou no STF posando como raposa, aquela que mete medo em galinhas. Fez no ato uma selfie e publicou nas redes sociais”, descreveu a perita.
A especialista em autópsia psicológica ressalta que Francisco planejou toda a ação conscientemente e desejava atingir, de alguma forma, ministros do STF: “Ele não hesitou em colocar em prática o seu plano e mostrar que os 'capas pretas' podem ser derrotados sim, junto do poder, da democracia e de suas instituições. Era assim que ele pensava”, afirmou Conceição Krause.
Com informações de Metropóles.