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Espécie rara de morcego é reencontrada no PR após mais de um século

O morcego foi interceptado por equipamentos para captura chamado rede de neblina

Localizado inicialmente em uma área costeira de Santa Catarina, o morcego agora foi encontrado em uma floresta de araucárias no Sudoeste do Paraná
Localizado inicialmente em uma área costeira de Santa Catarina, o morcego agora foi encontrado em uma floresta de araucárias no Sudoeste do Paraná -

Da Redação

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É um morcego pequeno, de cerca de 12 centímetros da cabeça aos pés, mas até a sua presença ser registrada em uma área de transição entre campos naturais e florestas de araucárias do Paraná há uma longa história a ser contada. O morcego da espécie Histiotus alienus havia sido documentado pela primeira e única vez por um naturalista inglês em 1916, depois de ser capturado em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Assim, teve seu corpo catalogado entre as espécies da biodiversidade da América do Sul no Museu de História Natural de Londres.

Mais de um século depois, o encontro de pesquisadores brasileiros com a espécie, que teve o registro publicado em setembro no periódico ZooKeys, fez avançar o conhecimento sobre esse mamífero voador da Mata Atlântica.

O morcego, um macho, foi interceptado por equipamentos para captura chamado rede de neblina, uma rede de malha de náilon instalada em pontos estratégicos do refúgio, que fica em Palmas, cidade de 52 mil habitantes no Sudoeste do Paraná. A unidade de conservação é federal, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A partir daí, começou o longo trabalho de comparação que levou à comprovação da espécie, que teve que ser pesquisada em vários países, incluindo a conclusão na Inglaterra. Afinal, é onde estava o único registro científico do Histiotus alienus, ou seja, o seu holótipo — o exemplar coletado pela primeira vez e que foi utilizado para uma descrição ou representação da espécie, que pode até ser uma ilustração, mas geralmente é um esqueleto, um fragmento ou o conjunto disso com o corpo do exemplar embalsamado.

POR QUE O MORCEGO FICOU TANTO TEMPO SEM APARECER - “Ainda temos muito a investigar. Pode ser uma espécie naturalmente rara. Pode ser uma espécie que sofreu muito o impacto da devastação da Mata Atlântica, tanto no passado quanto no presente. Ou pode se tratar de uma espécie que é difícil de ser coletada com técnicas tradicionais”, conta Liliani Marilia Tiepolo, coordenadora do projeto de pesquisa e professora do curso de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Além de jogar luz sobre uma espécie pouco conhecida da Mata Atlântica, a descoberta também aumenta a lista das espécies de mamíferos do Paraná. Dessa forma, pôde ter seu grau de conservação avaliado pelas pesquisadoras do Lamma, que coordenam a lista vermelha de mamíferos no Paraná. A análise já adianta que especialistas em morcegos acreditam que a espécie corre risco severo de extinção e precisa ser protegida.Além de jogar luz sobre uma espécie pouco conhecida da Mata Atlântica, a descoberta também aumenta a lista das espécies de mamíferos do Paraná. Dessa forma, pôde ter seu grau de conservação avaliado pelas pesquisadoras do Lamma, que coordenam a lista vermelha de mamíferos no Paraná. A análise já adianta que especialistas em morcegos acreditam que a espécie corre risco severo de extinção e precisa ser protegida.

São vários os fatores que levaram à essa avaliação, que é o grau mais perigoso de extinção. Primeiro, o alto grau de fragmentação dos ambientes naturais onde o morcego vive no Paraná, como os campos nativos e as florestas de araucárias. Hoje as unidades de conservação que protegem estes ambientes são relativamente pequenas e descontínuas, portanto o espaço para o desenvolvimento da espécie acaba restrito.

Outro risco para a espécie é o fato de seus habitats naturais no Paraná estarem sendo transformados em pastagens, monocultivos agrícolas e área comercial de plantio de pinus e eucalipto. Também a expansão da energia eólica em Palmas e das hidrelétricas na Bacia do Rio Iguaçu atrapalham a sobrevivência dos morcegos. A expansão do desmatamento da Floresta Atlântica no Paraná nos últimos cinco anos soma mais um alerta.
Com informações de GMC Online.

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