Ex-presidente da Câmara de Irati se entrega após ter prisão preventiva decretada
A medida faz parte de uma investigação que apura crimes sexuais cometidos contra adolescentes do sexo masculino pelo mesmo enquanto era professor no Colégio Estadual do Rio do Couro, interior de Irati
Publicado: 09/10/2025, 14:22

Hélio de Mello (PL), ex-professor e ex-vereador de Irati, se apresentou à cadeia pública de Guarapuava nesta quinta-feira (09), após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele era considerado foragido desde a última terça-feira (07), quando o mandado foi expedido. A informação foi confirmada pelos delegados da 41ª Delegacia de Polícia Civil de Irati, Gabriel Moura Marinho e Rafael Rybandt.
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A medida faz parte de uma investigação que apura crimes sexuais cometidos contra adolescentes do sexo masculino pelo mesmo enquanto era professor no Colégio Estadual do Rio do Couro, interior de Irati, entre os anos de 2017 e 2024. A denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) enumera 28 fatos relacionados aos crimes praticados. Hélio agora responderá pelos crimes de estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, importunação sexual e assédio sexual.
O advogado Ricardo Mathias Lamers, que defende Hélio, e o mesmo relatou que “o Sr. Hélio de Mello sempre esteve à disposição das autoridades, conforme comunicou formalmente no curso das investigações. Tão logo tomou conhecimento, pela imprensa, da existência de um mandado de prisão, compareceu para que a ordem fosse cumprida”.
Além de Hélio, sua irmã, que já atuou como diretora da escola onde ele lecionava, também foi denunciada. No exercício da função, ela teria tomado conhecimento de parte dos abusos e não adotou providências.
Segundo as investigações, os atos foram praticados tanto nas dependências do colégio rural em que ele trabalhava como professor de educação física quanto fora do ambiente escolar, oferecendo presentes ou pagamentos como forma de obter encontros ou o envio de imagens íntimas das vítimas.
INVESTIGAÇÃO - Durante as apurações, foram colhidos depoimentos de menores que tenham presenciado ou sofrido algum ato de violência sexual praticados pelo suspeito. Também foram ouvidos ex-alunos já adultos que foram vítimas e funcionários da escola.
Além das escutas especializadas, a PCPR realizou a oitiva de pais de um aluno, que teriam tomado conhecimento sobre as mensagens trocadas pelo suspeito e seu filho. Nas conversas, constataram as abordagens indevidas feitas pelo suspeito, com forte apelo sexual.
A PCPR também identificou desde toques em partes íntimas de vítimas adolescentes, envio de fotos e vídeos com conteúdo pornográfico, até pedido de fotos e vídeos de nudez das vítimas mediante a oferta de dinheiro ou outra vantagem.
Diante das provas apuradas, a PCPR concluiu o inquérito policial em 26 de setembro e indiciou o investigado pelos crimes de estupro de vulnerável, favorecimento da prostituição ou exploração sexual de criança ou adolescente, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, crime equiparado à produção de pornografia envolvendo criança ou adolescente, assédio sexual majorado e importunação sexual. O procedimento foi remetido ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Com informações: Folha de Irati.