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Polo madeireiro dos Campos Gerais é um dos maiores do país

Telêmaco Borba é o município que mais produziu madeira em tora no Brasil em 2022, com 4,46 milhões de metros cúbicos processados

A região tem amplas áreas de florestas, destinadas, em sua maior parte, para as indústrias de papel e celulose instaladas nos Campos Gerais
A região tem amplas áreas de florestas, destinadas, em sua maior parte, para as indústrias de papel e celulose instaladas nos Campos Gerais -

Fernando Rogala

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Diversos municípios da região dos Campos Gerais do Paraná são destaque em âmbito nacional quando se trata da silvicultura (plantio florestal) e da produção madeireira. A cidade mais influente do Brasil nesse aspecto é Telêmaco Borba, reconhecida em 2022 como a que mais produziu madeira em tora. Conforme o levantamento anual da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada pelo IBGE, a cidade produziu 4,46 milhões de metros cúbicos de madeira em tora. Essa produção, somada com outras (como lenha, por exemplo), rendeu um valor total de R$ 524,5 milhões gerados no município, montante que é o segundo maior do país na silvicultura – a liderança nacional é de General Carneiro, também no Paraná, com R$ 625,8 milhões gerados em 2022.

Desse montante total de madeira em tora, a maior parte se destina para a produção de papel e celulose. Para essa finalidade, de 4,01 milhões de metros cúbicos foram produzidos no ano passado, total que é dividido entre produção de eucalipto e pinus. Somente em eucalipto, por exemplo, um volume de 1,25 milhão de metros cúbicos de toras foram produzidas em 2022, valor que é o maior do Paraná e o décimo maior do Brasil (na liderança estão cinco municípios do estado de Minas Gerais).

Já quando se trata de toras de pinus para papel e celulose, Telêmaco Borba é referência nacional, sendo líder com folga. Somente no ano passado, 2,76 milhões de metros cúbicos foram produzidos, valor que é mais que o dobro da segunda colocada (General Carneiro, no Paraná, com 1,19 milhão de m3) e mais que o quádruplo da terceira colocada (Lages, em Santa Catarina, com 640 mil m3). Em termos percentuais, a cidade é responsável por 15,9% de toda a produção de toras de pinus para papel e celulose do Brasil, que totalizou 17,3 milhões de metros cúbicos.

INDUSTRIALIZAÇÃO

Todo esse destaque é fruto da industrialização na cidade e no entorno, como explica o secretário municipal de Trabalho e Indústria Convencional, Weliton Franco. “Telêmaco Borba destaca-se na produção de madeira em tora no Brasil devido às extensas áreas de reflorestamento de pinus e eucalipto, resultantes do comprometimento de duas unidades das indústrias Klabin (Telêmaco Borba e Ortigueira), líder no setor de produção de celulose e papel cartão”, explica. “O manejo sustentável dessas florestas, orientado para uso múltiplo, não apenas consolida o município como líder, mas também impulsiona o desenvolvimento do segmento madeireiro na região”, completa o secretário.

LENHA

Além da madeira em tora, outro produto de destaque do setor em Telêmaco Borba é a produção de lenha. No total, 584,7 mil metros cúbicos foram produzidos no território do município ao longo de 2022, valor que é o quarto maior entre os municípios brasileiros, sendo líder no Paraná. Neste quesito, o ranking nacional é liderado por Alto Araguaia (MT), com 1,1 milhão de metros cúbicos de lenha produzidos no ano passado.


Setor gera 88% das vagas na indústria em Telêmaco Borba

Pela relevância que tem na economia de Telêmaco Borba o setor industrial ligado ao ramo madeireiro recebe bastante atenção do poder público, explica o secretário Weliton Franco. “Direta e indiretamente, o setor madeireiro, a silvicultura e a indústria de papel e celulose desempenham um papel crucial na economia de Telêmaco Borba. A silvicultura e o setor madeireiro demandam uma significativa mão de obra, e a proeminência nacional do segmento madeireiro atrai investimentos”, informa Weliton Franco. “Um exemplo é a presença da Braspine, líder global na produção de molduras de madeira para construção civil. Com mais de 800 funcionários diretos, a empresa exporta para Europa, América do Norte e Ásia, contribuindo significativamente para a economia local”, relata.

Números do Caged apontam que dos 19,5 mil trabalhadores com carteira assinada, 8 mil trabalham em indústrias. E neste setor industrial, há 5.546 trabalhadores com careira assinada que trabalham com a fabricação de celulose, papel e produtos de papel; e outros 1.503 que trabalham na fabricação de produtos de madeira. Isso significa que são mais de 7 mil trabalhadores em indústrias do setor, o que representa quase 88% do total dos trabalhadores nas indústrias de transformação – e que uma a cada três pessoas com carteira assinada na cidade trabalha em indústrias da madeira, papel ou celulose. 

Diante de toda essa relevância, o município implementou medidas proativas para impulsionar o crescimento e a expansão da produção madeireira, e busca ampliar os incentivos. “O estabelecimento de um distrito industrial, originado pela demanda do setor madeireiro, é um exemplo tangível desse compromisso. Além disso, a previsão de uma próxima expansão do distrito industrial evidencia a busca contínua por atrair novos investimentos. Essas iniciativas visam a fortalecer não apenas as empresas madeireiras, mas toda a cadeia produtiva”, informa o secretário.

Municípios são destaque nacional na produção de erva-mate 

Além de Telêmaco Borba, outros municípios da região também se destacam na produção da silvicultura e setor madeireiro. Na lista das cidades que mais produzem madeira em tora no país, Ortigueira aparece na 24ª colocação, com uma produção total de 1,15 milhão de metros cúbicos – tudo destinado para papel e celulose. A maior parte desse valor se refere a toras de eucalipto, que totaliza 1 milhão de metros cúbicos, o 16º maior valor do Brasil. Já com relação à produção de tora de pinus para papel e celulose, sete cidades aparecem no ‘Top 20’ nacional: além de Telêmaco Borba, se destaca Jaguariaíva, na 11ª posição (com 321 mil m3), São Mateus do Sul em 13º; Piraí do Sul em 16º, União da Vitória em 18º, Paulo Frontin em 19º e Tibagi em 20º. Em produção de lenha, se destaca Mallet, na 12ª posição. 

Já quando o assunto é produtos extrativos, há seis cidades da região entre os 20 maiores produtores de erva-mate do país. A liderança é de São Mateus do Sul, que aparece na segunda colocação nacional, com 63 mil toneladas, atrás apenas de Cruz Machado (também no Paraná), que alcançou uma produção de 75 mil toneladas. Outros municípios de destaque são União da Vitória, na 6ª posição estadual, e Paulo Frontin, na 8ª – os nove primeiros são todos paranaenses. Depois ainda aparecem Prudentópolis (13º), São João do Triunfo (14º) e Mallet (16º).


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