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Novos investimentos agroindustriais impactam em toda cadeia produtiva

Grandes investimentos industriais em Ponta Grossa, na Maltaria Campos Gerais e na Queijaria Unium, que superam R$ 2 bilhões em aportes das cooperativas, e entraram em operação em 2024, ampliam a demanda de produção no campo

Queijaria absorve volume crescente da produção de leite na região
Queijaria absorve volume crescente da produção de leite na região -

Fernando Rogala

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Dois grandes investimentos agroindustriais entraram em operação neste ano de 2024 no município de Ponta Grossa, às margens da PR-151: a Maltaria Campos Gerais e a Queijaria Unium. Somados os aportes, foram mais de R$ 2 bilhões aplicados pelas cooperativas para a industrialização de produtos já produzidos nos municípios da região. São aportes que potencializam e otimizam a produção de leite e de cevada junto aos municípios.

A Maltaria Campos Gerais foi o primeiro desses investimentos que entrou em operação. A unidade recebeu um aporte total de R$ 1,6 bilhão, em um projeto que chegará a R$ 3 bilhões aportados quando for implementada a sua segunda fase. Ela entrou em operação neste ano, tendo a sua inauguração oficial ocorrida no dia 6 de junho, com a presença de autoridades e representantes dos líderes das seis cooperativas envolvidas no investimento: Agrária, Bom Jesus, Capal, Castrolanda, Coopagrícola e Frísia.

Segundo Adam Stammer, presidente da Cooperativa Agrária, que lidera esse empreendimento, a unidade tem capacidade de produzir 15% do malte utilizado pela indústria cervejeira brasileira já nesta primeira etapa, com a produção de 240 mil toneladas de malte por ano. Inicialmente, de forma direta, o projeto gera cerca de 130 empregos diretos, valor que é multiplicado com a soma dos indiretos, estimados em cerca de 3 mil.

Esses indiretos são movimentados principalmente na produção da cevada, que é um cultivar de inverno. O investimento da maltaria fez a regional de Ponta Grossa da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SEAB) assumir a liderança estadual em área plantada, que foi de 35,2 mil hectares nesta safra de 2024. É um valor que aumentou 11% na comparação com a safra passada, que alcançou 31,7 mil hectares, e que superou a regional da Guarapuava, que historicamente era a regional que mais plantava cevada no Paraná. Outro detalhe é que essa produção de cevada nos Campos Gerais quase duplicou em cinco anos – em 2019, a área total plantada na regional foi de 17,9 mil hectares.

Para suprir essa demanda da maltaria, a Capal, que é uma das investidoras da intercooperação, aumentou em 40% a área plantada de cevada junto aos seus cooperados, tanto no Paraná quanto em São Paulo. A área preenchida com a cevada, que foi de 11 mil hectares em 2023, saltou para 15,4 mil hectares neste ano. Isso significa que de toda a área plantada com cevada na região dos Campos Gerais, a Capal foi responsável por 37% do total.

O diretor comercial da Capal, Eliel Magalhães Leandro, explica que a cevada está representando uma opção importante para os associados e para a cooperativa, servindo como alternativa para a rotação de culturas, especialmente em conjunto com o trigo, e como mais uma fonte de renda para os cooperados. “Essa era uma busca por uma alternativa de cultura de inverno que encontramos. Na Capal, a cevada chegou com uma aptidão muito grande. Temos visto, dentro desse projeto com a Maltaria Campos Gerais, o alto potencial e a qualidade da cevada produzida na nossa região”, detalha.

Queijaria absorve volume crescente da produção de leite na região

O outro investimento que entrou em operação neste ano de 2024 é o da Queijaria Unium, construída junto à Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL) do intercooperativismo em Ponta Grossa. A planta industrial recebeu investimentos da ordem de R$ 460 milhões, para produzir queijos tipo muçarela, prato, cheddar e massa de queijo, além de soro em pó e manteiga. Sua capacidade de produção é de 96 toneladas de produtos e subprodutos por dia.

Em fase inicial, a unidade beneficia cerca de 600 mil litros de leite por dia. Toda essa produção é fornecida pelo próprio ‘Pool Leite’ do intercooperativismo – desde que o projeto foi anunciado, houve um crescimento da produção de leite por parte das cooperativas, para suprir essa nova demanda. “A Queijaria irá absorver o volume do Pool que vem crescendo ano a ano e suportar o crescimento dos próximos, trazendo mais segurança ao cooperado que foca na produção da porteira para dentro da fazenda”, detalha Agnaldo Bonfim Brandt, coordenador administrativo do Pool Leite.

De acordo com Brandt, não houve algum incentivo extra para uma produção maior por parte dos cooperados, pelo fato de que as propriedades do Pool já trabalham com alto nível de profissionalismo, com planejamento estratégico projetando um crescimento vertical das propriedades. Mas relatou que há constantes investimentos no campo para que essa produção seja potencializada. “A mudança é constante, os nossos produtores estão sempre melhorando a eficiência da sua produção e com alto padrão de qualidade. Os investimentos nas fazendas são constantes, seja em melhoramento genético, infraestrutura, máquinas, equipamentos e na produção de alimentos de qualidade, proporcionando aumento de produção e qualidade do leite”, completa o coordenador do Pool.

Com o crescimento constante, a produção de leite do Pool deverá fechar o ano com um volume total de 1 bilhão de litros neste ano. “Em 2024, estamos prevendo fechar com produção 6% acima do ano anterior, e em 2025 devemos crescer mais 5% a 6%”, conclui Brandt.

Novo aporte é realizado em Castro

Neste ano de 2024, as cooperativas anunciaram outro investimento na cadeia do leite, junto ao Governo do Estado: a Unium construirá uma nova fábrica de produtos lácteos em pó no município de Castro, com um aporte de R$ 450 milhões. Um investimento superior a R$ 10 milhões já foi feito apenas no projeto da planta, que será construída nos próximos anos, com a previsão de inauguração para 2028. “Com muito conhecimento e tecnologia, os produtores têm aumentado suas produções ano a ano. Nós, como cooperativas, precisamos estar à frente deste crescimento, nos preparando para receber esta produção, por isso estamos liderando este desafio de ampliar nossas indústrias”, afirmou o presidente da Castrolanda, Willem Bouwman, que compõe o grupo Unium.

POOL LEITE ATUA EM 31 CIDADES

O Pool Leite é uma entidade de produtores, operada pelas Cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal, com o objetivo mediar as relações entre produtores e indústrias da intercooperação, organizar os processos de pagamento por volume e qualidade, e a logística de coleta do leite nas propriedades. São centenas de produtores envolvidos, com a coleta de leite em 31 municípios. As cooperativas têm três unidades de beneficiamento de leite: Ponta Grossa, Castro e Itapetininga (SP).

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