Com carreira na educação, Razouk concorre como deputado estadual
O professor Marco Razouk disputará um pleito eleitoral após quase 50 anos trabalhando na área da educação
Publicado: 23/08/2022, 20:18
O professor e candidato a deputado estadual Marco Razouk foi o 12º entrevistado da série realizada pelo Grupo aRede (Portal aRede e Jornal da Manhã). Durante a entrevista, o professor destacou a necessidade de representatividade para o município de Ponta Grossa e relembrou o período em que atuou como Secretário de Educação do município, entre 1989 e 1992, durante o governo do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho. Atualmente, Razouk trabalha como consultor educacional e atua desde 1973 na área da educação.
Confirmado como candidato a deputado estadual em 5 de agosto, em convenção do Podemos realizada em Curitiba, Marco Razouk revelou que já havia sido convidado para participar de outras eleições, entretanto, nunca aceitou. Neste ano, o professor irá concorrer a um pleito eleitoral pela primeira vez e destaca a motivação de trabalhar em prol de Ponta Grossa e da região dos Campos Gerais. Confira a entrevista com Marco Razouk abaixo:
Quais foram as motivações para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná nestas eleições?
Marco Razouk: O que me motiva é que na verdade eu sempre fiz política na vida. Desde os tempos de colégio, de diretórios, você sempre faz política. A política é muito mais do que aquilo que as pessoas pensam. Fui Secretário da Educação no governo do saudoso Pedro Wosgrau Filho e se faz política.
Um exemplo dessa motivação foi quando o presidente Fernando Collor esteve aqui em Ponta Grossa pedindo votos e disse ao Wosgrau que, se ganhasse as eleições, ele atenderia as demandas da cidade. Ele ganhou e atendeu Ponta Grossa. Na posse dele, o Wosgrau foi recebido por ele e o Collor perguntou: ‘O que Ponta Grossa precisa?’. O Wosgrau respondeu: ‘Precisamos de mil casas populares e de uma escola técnica’. Qual a conclusão disso? Ele veio inaugurar as mil casas e, posteriormente, nos deu o Cefet. Eu fiz parte integrante desse projeto de implantação do Cefet em Ponta Grossa. Hoje, é uma universidade federal (UTFPR). Portanto, política a gente faz e a motivação é tentar continuar um processo em que eu possa ser realmente uma referência da política pública.
O quanto a experiência como Secretário da Educação pode ajudar em uma eventual vitória nas eleições?
Marco Razouk: Quando eu fui Secretário, tomei a iniciativa de acabar com as escolas multisseriadas que tinham no nosso município e nas redondezas. As escolas multisseriadas eram aquelas em que a professora dividia o quadro em cinco ou seis pedaços e ali dentro tinham crianças de diversas idades. Foi uma luta, porque para que eu acabasse com as escolas multisseriadas, era necessário criar uma malha rodoviária, comprar ônibus, enfim. Então, isso foi uma iniciativa. Eu me recordo que há 20 anos, participei do Conselho Federal de Educação sobre essa modalidade que foi implantada no ano de 2021 no ensino médio no Brasil. Essa é uma mudança que foi proposta lá atrás e deixa claro que não há necessidade do aluno não só estocar conhecimento, mas também utilizar conhecimento.
É por isso que hoje nós temos, por exemplo, no ensino médio, a divisão por áreas de atuação. Daí, ele pode escolher uma área, por exemplo, da saúde, da ciências humanas, da tecnologia, enfim. Eu tenho vontade de implementar com força isso. E, também, outra coisa que me passa pela cabeça é que os alunos do último ano do ensino médio de uma escola pública, muitas vezes não têm condições de pagar um cursinho pré-vestibular. Muito embora saibamos que existam cotas, PSS, muitas vezes eles não têm recursos suficiente. Então gostaria de propor na forma de lei que alunos do último ano do ensino médio tivessem um reforço em contra-turno.
Como o senhor avalia a questão da saúde em Ponta Grossa e quais seriam as sugestões para solucionar os problemas nesta área?
Marco Razouk: Vou começar pela Santa Casa. É um hospital que temos que render homenagens a esses anjos que estão lá na provedoria. É uma luta diária para fechar a conta. O que acontece é que a Santa Casa, nos últimos cinco anos, teve uma demanda de 88% no atendimento em consultas e quase 40% em internações. Não obstante, uma defasagem de recursos transferidos do SUS. A conta não fecha em 35%. É um caos. Precisamos ajudar a Santa Casa a crescer e melhorar. Então, precisamos cuidar desse processo.
Além disso, já existe a ideia de criar um curso de medicina da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Dias desses, fiz uma visita ao Hospital Regional e já ficou pequeno. Sabe por que? Pois, querendo ou não, já nos tornamos um polo de atendimento. As pessoas vêm para nossa cidade para consultas. Então, a cidade está crescendo e nós estamos com a nossa demanda reprimida. Tem uma necessidade de ajudarmos mais. Estou falando aqui e quero agradecer aos homens públicos que destinam recursos para a Santa Casa e para o Hospital Regional, agradeço de coração, mas precisa fazer mais.
Como avalia o cenário local de disputa para o cargo de deputado estadual nas eleições deste ano?
Marco Razouk: Depois de uma conversa séria e importante que tive com o senador Oriovisto Guimarães, que é meu amigo, chegamos a conclusão de que Ponta Grossa é uma cidade que já teve cinco deputados estaduais e hoje tem apenas dois, então isso é muito pouco. Precisamos aumentar nossa representatividade.
Não tenho necessidade de dizer sobre esse ou aquele candidato, todos são bons, mas a nossa representatividade efetivamente é pequena para um município do porte de Ponta Grossa. É por isso que peço o voto dos meus alunos, meus amigos e da população em geral, pois quero ser uma referência e somar forças para que a nossa cidade seja realmente brilhante e se torne uma metrópole.
O que o eleitor pode esperar do senhor na Assembleia Legislativa do Paraná?
Marco Razouk: Eu sou um trabalhador. Desde 1973, aos 18 anos de idade, eu já era professor. Comecei numa garagem, depois dei aula em cursinho preparatório, depois no Colégio Solução, depois no Positivo, no qual fui parceiro do Oriovisto e, por último, na Faculdade União, na qual fui o gerente para a construção daquela instituição.
Então, eu quero que eles esperem muito trabalho. E eu vou trabalhar com foco nas políticas públicas já existentes e dentro dessas políticas públicas quero atender a minha cidade e toda a minha região. Podem esperar de mim muito trabalho e trabalho sério. Por isso, peço um voto de confiança de uma pessoa que promete trabalho e envergadura forte em cima das políticas. E eu prometo a vocês que juntos nós podemos mais.