Atores contribuem para o desenvolvimento do ecossistema de inovação de PG
Setor depende do apoio e incentivo de diversas áreas para seu crescimento. Além da Prefeitura, instituições de ensino, como UEPG e UTFPR, e o Sistema S, também exercem papel fundamental no fortalecimento do ecossistema local
Publicado: 13/09/2025, 20:15

O grande desenvolvimento do ecossistema de inovação local nos últimos anos é fruto de um trabalho conjunto, de diversos atores que cooperam na cidade. Embora a inovação seja um processo que dependa 100% de pessoas, não basta apenas um ator para que haja seu desenvolvimento: é a integração de todo um ecossistema que vai viabilizar seu crescimento sustentável. A Prefeitura tem o seu papel, como poder executivo, mas são os outros atores que oxigenam esse ecossistema e formam seu tripé para sua sustentação – ou melhor, constituem a hélice, para girar no mesmo sentido, de modo que todos esses atores se alinhem.
Ao aprofundar o tema, a gestora de projetos e gestora de inovação do Sebrae, Suellen Pavanelo, detalha o que é um ‘ecossistema de inovação’. “Ele vem do conceito da biologia mesmo, que tem vários atores que se conectam por um objetivo comum. E aqui no ecossistema de inovação não poderia ser diferente: trabalhamos muito a questão da sêxtupla hélice, que são esses atores que compõem esse ecossistema”, relata ela. “Por exemplo, nós temos o ator governamental, no caso aqui a Prefeitura; temos atores de fomento, que são aqueles que financiam; os atores de conhecimento como UEPG, UTFPR e as instituições de ensino superior particulares; os ambientes de inovação, como o Estação Hub e os LACs... então são vários atores que compõem esse ecossistema”, acrescenta.
Tonia Mansani, presidente da Agência de Inovação e Desenvolvimento de Ponta Grossa, por sua vez, reforça que para entender o conceito de inovação, é preciso ter uma visão mais ampla. “A grande maioria percebe a inovação como alguma solução tecnológica. Essa é uma questão que precisamos desmistificar e entender que a inovação nada mais é do que fazer o simples de uma forma diferente. E inovar é difícil, porque fazer simples é difícil. O simples é trabalhoso, porque você tem que desburocratizar, entregar de uma forma muito singular”, diz ela. “É essencial a desmistificação do conceito de inovação, tornando-o acessível e compreendido por todos os atores do ecossistema, desde empreendedores até instituições públicas”, acrescenta Michael Douglas Camilo, gerente do Sebrae/PR em Ponta Grossa.
INICIATIVAS - O gerente do Sebrae em Ponta Grossa, Michael Douglas Camilo, explica que dentro da sua estratégia estadual, o Sebrae tem como principal foco promover a criação e o desenvolvimento de negócios inovadores, democratizando a inovação e aumentando a competitividade dos pequenos negócios na região. Para isso, fomenta uma série de iniciativas nessa área, como o desenvolvimento de ecossistemas empreendedores, capacitação e estímulo à captação de recursos, mapeamento e monitoramento dos ecossistemas, estabelecimento de parcerias sólidas, customização de produtos e serviços, atuação em vertentes estratégicas, apoio aos sistemas regionais de inovação e ao desenvolvimento de negócios inovadores, e a oferta do Sebraetec. Além disso, promove encontros, palestras e workshops relacionados à inovação, além de apoiar eventos.
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A UEPG atua como elo direto entre a Universidade, o mundo do empreendedorismo e a sociedade por meio da Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (AGIPI). Dentro da AGIPI, a INPROTEC (Incubadora de Projetos Tecnológicos) opera a incubadora de projetos tecnológicos (modalidades residente e não-residente), oferecendo suporte logístico, gerencial e tecnológico a empreendedores inovadores, e ainda há o Hub de Inovação da UEPG, que fornece a estrutura para startups. Além disso, nos cursos a inovação é sempre trabalhada no processo de formação. “A inovação está presente em diversas áreas, especialmente engenharias e cursos ligados à tecnologia e materiais, já que várias startups têm origem em disciplinas como na Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais.
Na UTFPR, Sabrina Ávila Rodrigues, Diretora de Relações Empresariais e Comunitárias da unidade de Ponta Grossa, detalha que o currículo dos cursos é sempre pensado de modo a estimular os estudantes a desenvolverem novas tecnologias e também inovar na solução de problemas, e reforça que a Universidade participa ativamente do ecossistema local de várias maneiras. “Através da promoção de eventos de sensibilização para o tema, da Incubadora Sprint que recebe e acompanha as empresas inovadoras desde a concepção da ideia estimulando seu desenvolvimento e maturação, da pesquisa e desenvolvimento presentes na graduação e pós-graduação e também da formação de profissionais com visão estratégica e mentalidade empreendedora”, detalha.
Outro ator de grande importância é o Senai. Ele tem um papel importante no fortalecimento da inovação em Ponta Grossa, especialmente por meio do Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil (IST CC), com o qual participa ativamente do ecossistema local de inovação, sendo integrante da Governança de Construção Civil de Ponta Grossa do Vale dos Trilhos. “O Instituto SENAI de Tecnologia desenvolve várias ações para impulsionar a inovação na região, como a realização de pesquisas aplicadas diversas. Apoia as indústrias ajudando a melhorar processos, testar materiais, desenvolver novos produtos e promover a digitalização com tecnologias como o BIM. Como somos uma Instituição Científica e Tecnológica (ICT), também facilitamos o acesso das indústrias a recursos de fomento à inovação”, ressaltou Letícia da Costa Gonçalves, Coordenadora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil.