Crescimento do uso de criptomoedas na América Latina com Brasil no pódio | aRede
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Crescimento do uso de criptomoedas na América Latina com Brasil no pódio

Em 2025, embora se tenha registado uma ligeira desaceleração, a base mensal continua a ser muito superior à de 2022, por exemplo

Stablecoins são moedas mais estáveis no mercado
Stablecoins são moedas mais estáveis no mercado -

Da Redação

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Basta olhar para 2022 onde o volume de transações era, em média, de 20,8 mil milhões e olhar para o mês de dezembro em que o volume de transações foi de 87,7 mil milhões. Isto mostra o crescimento exponencial do crescimento do uso de criptomoedas um pouco por toda a América Latina, onde o Brasil se destaca... e muito.

Em 2025, embora se tenha registado uma ligeira desaceleração, a base mensal continua a ser muito superior à de 2022. Para sermos mais precisos, o mês de Junho terminou com 47,9 mil milhões. Isto acaba por demonstrar que as criptomoedas estão a crescer na América Latina, mas não só. É uma tendência que ultrapassa continentes, mas foquemos agora no continente sul-americano, mais especificamente no Brasil.

Brasil: o motor cripto da América Latina

318 mil milhões de dólares transacionados. Este valor representa um terço do volume total da região e é sinônimo de várias coisas. A primeira coisa é que as criptomoedas foram claramente bem recebidas no país, muito sobretudo pela regulação avançada. Outra coisa que iremos destacar mais à frente e também ajuda a perceber este número, são as stabelcoins, moedas amplamente adotadas no país.

Para ter uma ideia, 90% das transações são de stablecoins. Antes de avançar, importa explicar-lhe que as stablecoins são moedas mais estáveis. O preço bitcoin dólar, por exemplo, está constantemente a mudar. No dia 28 de outubro de 2025, um bitcoin equivale a 114 mil dólares, mais ou menos, e há um ano valia menos 67%. O mesmo não acontece com uma stablecoin. Como o próprio nome indica "moeda estável", o preço que ela vale é quase sempre o mesmo. 

Mas as stablecoins não são o único motivo pelo qual o Brasil apresenta estes números. O Banco Central do Brasil (BCB) também ajuda a que o ambiente seja mais seguro e transparente. Isto reflete-se depois nos bancos como Itaú e Nubank que têm uma abordagem muito mais "open mind" relativamente e este tipo de moedas. 

Um olhar mais geral para a América Latina

Já vimos que o Brasil representa 1/3 das transações. Mas quem se segue atrás? Sem surpresas, temos a Argentina com 93.9 mil milhões em volume de transação. Depois, segue o México com 71.2 mil milhões e a Venezuela com 44.6 mil milhões. El Salvador, apesar de ser um dos poucos países que adotou a bitcoin como moeda oficial, vem nos últimos lugares com 3.5 mil milhões. Isto justifica-se facilmente pelo facto de ser um país bastante mais pequeno que os demais.

crescimento cripto na América Latina, segundo a ChainAnalysis, não se explica apenas pelo tamanho dos mercados, mas também por fatores socioeconômicos comuns. A volatilidade das moedas locais, a inflação elevada e os controlos cambiais têm incentivado tanto indivíduos quanto empresas a recorrerem às criptomoedas como forma de proteger valor e realizar transações mais rápidas. 

Além disso, a região é um dos maiores destinos de remessas do mundo, e as criptomoedas oferecem uma alternativa mais barata e eficiente aos métodos tradicionais. Estes elementos, combinados com uma adoção crescente por parte de fintechs, bancos e exchanges locais, criam um ecossistema robusto, que continua a expandir-se.

O papel das exchanges e da regulação regional

Na América Latina, cerca de 64% das transações cripto ocorrem em exchanges centralizadas como a Binance, refletindo a procura por segurança e transparência.

O cumprimento de normas de KYC (Know Your Customer) e regulamentos de compliance tornou-se uma prioridade, garantindo que o ecossistema funcione de forma legal e segura. Estas exigências promovem a confiança dos investidores e contribuem para a legitimidade do mercado, permitindo que as criptomoedas coexistam com sistemas financeiros tradicionais.

Ao mesmo tempo, a regulação regional continua a evoluir, equilibrando inovação e proteção do consumidor. A adoção de práticas de transparência e de padrões de segurança por parte das exchanges mostra que a região está a amadurecer rapidamente. No futuro, o principal desafio será harmonizar privacidade, acessibilidade e obrigações legais, garantindo que o crescimento cripto na América Latina seja sustentável e confiável.

A importância geral das stablecoins

Só entre julho de 2024 e junho de 2025, mais de 50‰ das transações foram feitas com stablecoins. Já lhe explicamos o que são, mas ainda não explicamos como são usadas. Muitos brasileiros, mas não só, já começam a receber o seu salário em criptomoedas. Como já vimos também, as criptomoedas são mais voláteis, ao contrário das stablecoins são mais seguras porque protegem contra perdas de valor.

O que a maioria das pessoas faz quando recebe o seu salário em Bitcoin é transferi-lo para uma stablecoin como USDC e USDT, as duas mais conhecidas. Isto permite-lhe ter o seu dinheiro na wallet protegido dos riscos da volatilidade. Isto é apenas um exemplo. Muitos optam por simplesmente alocar o seu dinheiro em stablecoins para proteger-se contra a volatilidade das próprias moedas locais, outros usam para enviar dinheiro para o estrangeiro...

O valor da bitcoin continua a bater recordes. Também o seu volume de transações da América Latina. Como tal, importa garantir que a adoção continue de forma segura e regulada para manter a confiança de investidores e utilizadores e sustentar este impulso a longo prazo.

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