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Entidade que representa caminhoneiros diz que o setor é 'refém'

'Os caminhoneiros são reféns de grupos bolsonaristas armados', afirmou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL)

Apoiadores de Jair Bolsonaro em protesto na rodovia BR-251.
Apoiadores de Jair Bolsonaro em protesto na rodovia BR-251. -

Da Redação

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Uma entidade que representa caminhoneiros divulgou nota nesta terça-feira (1°) negando que a categoria esteja apoiando os bloqueios de rodovias em protesto contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro na eleição de domingo (30). Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) disse que "caminhoneiros são reféns de grupos bolsonaristas armados".

"A Confederação reforça, mais uma vez, que não existe paralisação de caminhoneiros. Quem está desrespeitando a lei e impedindo o direito de ir e vir dos cidadãos e o trabalho dos caminhoneiros são grupos armados que não aceitam o resultado democrático e soberano das urnas. Esses grupos defendem a intervenção militar e volta da ditadura, pautas antidemocráticas que ferem à nossa Constituição, o direito de expressão e a liberdade individual", diz a entidade que representa motoristas de caminhão.

"Os caminhoneiros estão sendo reféns e vítimas desses grupos, que estão armados, fazem ameaças e os impedem de falar com a imprensa. Isso é extremamente grave!" A confederação diz ainda que os bloqueios são "criminosos" e colocam vidas em risco.

"Essa ação irresponsável e criminosa desses grupos bolsonaristas armados colocam em risco a vida dos caminhoneiros, a saúde da população, que não conseguem acessar os hospitais, provoca desabastecimento e cerceiam o direito de ir e vir, que é assegurado na nossa Constituição."

"Os caminhoneiros autônomos e celetistas estão sendo penalizados por esses grupos políticos armados e agressivos que defendem interesses partidários e não representam trabalhadores e não respeitam os cidadãos." A CNTTL também defende, no comunicado, a prisão dos que estão participando das interdições de pistas.

"É o momento das autoridades agirem com rigor no cumprimento do comando constitucional e efetivar a prisão em flagrante de todos que estão nesse momento tentando subverter a ordem do Estado Democrático."

Bloqueios afetaram quase todos os Estados do país

Pouco tempo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser confirmada no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL), grupos de caminhoneiros bolsonaristas e outros apoiadores do atual presidente começaram a fechar rodovias.

Até a manhã desta terça, de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), havia bloqueios parciais ou totais mais de 3Estados (incluindo o Distrito Federal) — os únicos onde não havia registros de ocorrências eram Alagoas e Amapá. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PRF desbloqueie as rodovias. Pela decisão de Moraes, em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa de R$ 100 mil por hora, suspensão e prisão em flagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.

Moraes também permitiu que policiais militares atuem para desmobilizar os grupos que estão paralisando as rodovias.

Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira, diretores da PRF negaram que o órgão teria sido omisso em relação às manifestações.

"Em momento algum [...] a polícia rodoviária se omitiu. (Houve) determinação do ministro da Justiça (Anderson Torres) e do nosso diretor-geral (da PRF, Silvinei Marques) para atuar desde o primeiro instante. Esta foi a orientação e é isto que estamos executando", disse o diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, durante entrevista coletiva realizada nesta terça-feira.

O corregedor-geral da PRF, Wendel Matos, disse que o órgão já identificou pelo menos três agentes que, segundo vídeos que circulam em redes sociais, teriam sido coniventes com os manifestantes. Os casos teriam ocorrido nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Segundo Matos, a PRF já teria aberto processos administrativos para apurar a conduta dos agentes.

"A PRF não apoia a ilegalidade, a atuação ilegal ou fechamento de rodovias federais. Os casos que têm aparecido na internet já foram identificados. A corregedoria-geral do órgão já instaurou um procedimento para apurar esses casos", disse Matos.

O corregedor-geral disse, no entanto, que os agentes identificados ainda não foram afastados de suas funções porque, neste momento, a PRF precisaria de todo o efetivo possível.

"Foram identificados, mas não foram afastados. As chefias foram orientadas a identificar o que aconteceu e estão sendo orientadas como proceder. Não há como afastar, precisamos do efetivo da força nesse momento", afirmou o corregedor-geral.

Ainda na coletiva, o diretor de inteligência da PRF, Luís Carlos Reischak Júnior, disse que o órgão não teria tido elementos para dimensionar a dimensão das manifestações.

"O fato é que a crise escalou muito rápido. Às 23h30 do dia 30, nós tínhamos 27 pontos (de bloqueio). À 0h, havia 37 pontos. À 1h da manhã, havia 111 pontos. Não tínhamos nenhum elemento de que a crise iria ter essa envergadura. Se tivéssemos a certeza mais elevada, nós assessoraríamos nossos gestores para que a gente mobilizasse os recursos", afirmou.

Com informações da BBC

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