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PG tem oportunidade única para promover mudanças sociais através das ferrovias

Conselheiro, médico acredita que cidade vive uma 'insuficiência circulatória crônica'; nova concessão ferroviária pode remodelar logística da cidade

Mário Rodrigues Montemor Netto é conselheiro na área da Saúde
Mário Rodrigues Montemor Netto é conselheiro na área da Saúde -

Rodolpho Bowens

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O conselheiro da área da Saúde do Grupo aRede, Mário Rodrigues Montemor Netto, explica que Ponta Grossa sofre de 'insuficiência circulatória crônica', ao se referir sobre as ferrovias que 'cortam' a cidade - o debate é referente a uma reportagem especial do Portal aRede. Para ele, com o fim da concessão da Rumo Logística, é uma oportunidade para o município remodelar sua logística e promover mudanças sociais.

Confira abaixo a opinião na íntegra de Mário, que é médico, pesquisador, professor e presidente da Associação Médica de Ponta Grossa (AMPG):

"Ponta Grossa encontra-se diante de um procedimento cirúrgico de alta complexidade, mas vital para sua sobrevivência a longo prazo. A recente reportagem do Portal aRede sobre as novas propostas ferroviárias e o fim da concessão da Rumo em 2027 não trata apenas de trens e cargas; trata-se da hemodinâmica de um organismo vivo.

Como médico e observador da saúde urbana, diagnostico que nossa cidade sofre de uma 'insuficiência circulatória crônica'. O atual modelo logístico, dependente excessivamente do modal rodoviário e com uma malha ferroviária que corta o tecido urbano como uma cicatriz antiga, gera obstruções (trânsito), inflamação (poluição) e zonas de necrose (áreas abandonadas).

Estamos diante de uma oportunidade histórica de realizar dois procedimentos simultâneos: um 'bypass' logístico para salvar nossas artérias e uma terapia regenerativa para curar nosso tecido social.

A Fisiologia da Nova Ferrovia: Desobstruindo Artérias e Pulmões

A proposta de segregar a gestão da Malha Sul e integrar a Ferroeste funciona como uma cirurgia de revascularização. Hoje, nossas rodovias sofrem de uma 'hipertrofia' de caminhões. Isso gera dois efeitos colaterais graves para a saúde pública: trauma e intoxicação.

- Prevenção de Trauma: ao migrar a carga pesada para os trilhos, atuamos na prevenção primária de acidentes fatais nas rodovias que cortam a cidade. É uma vacina contra a violência no trânsito;

- Saúde Respiratória: o trem é uma 'hemodiálise' ambiental. Cada composição retira centenas de caminhões das estradas, reduzindo drasticamente a emissão de material particulado e óxidos de nitrogênio - venenos que adoecem os pulmões de nossas crianças e idosos.

VÍDEO
Assista à opinião do conselheiro da área da Saúde | Autor: Colaboração.
 

Regeneração Tecidual: Os Barracões como Células-Tronco

No entanto, um corpo saudável não depende apenas de fluxo, mas da vitalidade de seus órgãos. A área dos antigos barracões da RFFSA em Oficinas atua hoje como um 'tecido necrosado' - uma zona de abandono propícia à proliferação de patógenos sociais (insegurança, drogas) e biológicos (dengue).

A possibilidade de o Município assumir esses ativos é a chance de aplicar uma terapia de células-tronco. A intenção do Operário Ferroviário de construir um Centro de Treinamento (CT) no local, somada a propostas de parques lineares, é a definição de medicina regenerativa. Transformar um local de degradação em uma 'fábrica de atletas' é curar a ferida, não apenas escondê-la.

O Esporte como Vacina Social e Neuroproteção

Aqui, o esporte transcende o entretenimento. Ele é uma ferramenta de neuroproteção para a nossa juventude.

- Saúde Mental: vivemos uma epidemia de ansiedade e depressão entre jovens. A prática esportiva regular é um dos reguladores mais eficazes do cortisol (hormônio do estresse) e promotores de neuroplasticidade;

- A 'Vacina' contra o Crime: em áreas vulneráveis, o esporte preenche o 'vazio ocupacional'. Projetos sociais esportivos funcionam como uma barreira imunológica, impedindo que o jovem seja 'infectado' pela criminalidade;

- A Elite Inspira a Base: a formação de atletas de alto rendimento no quintal de casa cria o 'Efeito Ídolo'. Ver o sucesso de perto inspira a criança a largar o sedentarismo digital e buscar o movimento, combatendo a obesidade infantil na raiz.

VÍDEO
Vídeo explica a 'insuficiência circulatória crônica' de Ponta Grossa | Autor: Divulgação.
 

Conclusão: A Unidade Política como Fio Cirúrgico

Para que este 'transplante' tenha sucesso e não sofra rejeição, precisamos de algo além da técnica: precisamos de coesão. Uma intervenção dessa magnitude exige que a 'junta médica' da cidade esteja alinhada. É imperativo a união de todos os nossos representantes políticos - municipais, estaduais e federais - líderes sociais, sociedade civil organizada e associações.

Neste momento crítico, as cores partidárias devem dar lugar à bandeira da saúde pública e do desenvolvimento. Se conseguirmos alinhar essas forças em prol dessa luta, garantimos que os trilhos, que um dia dividiram a cidade, passem a costurar um novo tecido urbano: mais humano, ativo e imune às doenças do abandono".

CONSELHO DA COMUNIDADE

Composto por lideranças representativas da sociedade, não ocupantes de cargo eletivo, totalizando 14 membros, a iniciativa tem o objetivo de debater, discutir e opinar sobre pautas e temas de relevância local e regional, que impactam na vida dos cidadãos, levantados semanalmente pelo Portal aRede e pelo Jornal da Manhã, com a divulgação em formato de vídeo e/ou artigo.

Conheça mais detalhes dos membros do 'Conselho da Comunidade' acessando outras notícias sobre o projeto.

LEIA ABAIXO UM RESUMO DA NOTÍCIA

- Mário Montemor Netto compara a atual situação logística de Ponta Grossa a uma “insuficiência circulatória crônica”, defendendo que o fim da concessão da Rumo em 2027 representa uma oportunidade para reestruturar o sistema ferroviário e reduzir impactos urbanos como trânsito, poluição e áreas degradadas.

- Ele argumenta que a modernização ferroviária funcionaria como um “bypass” logístico, capaz de diminuir acidentes rodoviários, melhorar a qualidade do ar e aliviar a sobrecarga de caminhões nas rodovias, beneficiando diretamente a saúde pública.

- Defende ainda a revitalização dos antigos barracões da RFFSA como uma forma de “regeneração tecidual”, com projetos como o CT do Operário e parques lineares, ressaltando o papel do esporte na saúde mental, na prevenção ao crime e no desenvolvimento social; tudo isso depende de união política para viabilizar as mudanças.

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