52ª edição do FENATA celebra diversidade cultural e inovação
O evento, um dos mais antigos do país, traz novas atrações como a Mostra de Boteco e o Bosque do FENATA, além de abertura com Heloísa Périssé
Publicado: 01/11/2024, 13:18
A cidade de Ponta Grossa está em clima de celebração com a chegada da 52ª edição do Festival Nacional de Teatro (FENATA), um dos eventos culturais mais antigos e prestigiados do Brasil. Em entrevista ao canal Viver Bem, o professor Nelson Silva Junior, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e diretor de Assuntos Culturais da PROEX, compartilhou detalhes sobre as novidades e o impacto contínuo do festival na formação cultural e na valorização das artes cênicas. O festival acontecerá na cidade do dia 07 a 13 de novembro.
Nesta edição, o FENATA inova com a inclusão da "Mostra de Boteco", onde espetáculos teatrais serão realizados em estabelecimentos de gastronomia locais. Cada estabelecimento participante lançará pratos e bebidas inspirados no festival, promovendo a integração entre cultura e culinária. “Essa é uma das novidades que promete ser muito bacana, porque vai movimentar também outros segmentos da cidade que não só o segmento cultural, como também comercial, gastronômico e turístico”, explica Nelson.
Outra novidade é o "Bosque do FENATA", um espaço dentro do campus da UEPG onde cada grupo e artista participante do festival poderá plantar uma árvore em homenagem ao evento. Este bosque, que será equipado com trilhas de caminhada e áreas de descanso, representa a união do festival com a preservação ambiental, uma demanda crescente em eventos culturais.
Com mais de 30 espetáculos de todas as regiões do Brasil, o FENATA oferece uma programação que reflete a diversidade cultural do país. “Os cinco espetáculos que compõem a mostra adulta, cada um representa uma região do país, então nós temos um espetáculo da região sul, um espetáculo da região Sudeste, região norte, nordeste e centro-oeste. Isso significa o que é a representatividade e a inclusão a partir dos temas que nós vamos ter nos espetáculos”, afirma Nelson.
A abertura do festival será com o espetáculo “A Iluminada”, um solo da atriz Heloísa Périssé. “É um grande nome, do teatro, do cinema e da televisão e esse é um espetáculo muito gostoso, porque ela vai trabalhar com várias coisas que esse personagem dela passa no período pandêmico e pós-pandêmico. E ela coloca tudo isso aí no palco de uma forma que as pessoas rindo do começo ao fim, também reflitam”, conta Nelson. A peça será na quinta-feira (07), no Cine Teatro Ópera, às 20h. Os ingressos serão vendidos de forma online e irão custar R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada). Os outros espetáculos serão com preços populares, R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada), além também dos espetáculos gratuitos.
O festival também mantém a tradição de levar espetáculos a lugares pouco acessíveis, como escolas, hospitais e presídios, por meio da "Mostra Especial". Com previsão de mais de 80 apresentações, essa iniciativa permite que o teatro alcance comunidades que, de outra forma, teriam pouco acesso a esse tipo de experiência cultural. “As pessoas passam a ter essa percepção de que é possível que na sua cidade se faz teatro. Junto ao FENATA, nossos grupos locais têm feito com que as pessoas entendam mais do teatro e o valorizem, porque nós temos apresentado muita coisa de qualidade”, completa.
Ao falar sobre isso, Nelson contou sobre a peça de encerramento, “Macbeth”, um clássico de Shakespeare, que será apresentado pelo Grupo de Teatro Cidade de Ponta Grossa (GTPG). “É muito importante que a gente apresente clássicos e essa peça tem no palco mais de 150 pessoas, contando também com o Coro Cidade de Ponta Grossa, Coro em Cores e Orquestra Sinfônica Cidade de Ponta Grossa. Enfim é um espetáculo maravilhoso, que encerra o festival com muito orgulho e é um espetáculo da nossa cidade. Há muitos anos estava sentindo falta disso”, conclui.
O professor destaca também o Grupo de Teatro Científico da UEPG, o Grupo de Teatro Universitário e outros grupos de Castro e Palmeira, que vão estar no festival. “A gente tá movimentando todo esse em torno da cidade na produção cultural teatral. Isso tem sido muito importante, porque não adianta a gente ter um festival que traz um grande nome, que traz grandes espetáculos, mas não olha para a nossa produção local e eu acho que isso está acontecendo”, completa Nelson.
Ao ser questionado como ele pretende ver o FENATA daqui alguns anos, Nelson responde que espera que ele esteja com o coração batendo forte, tão vivo quanto ele está esse ano. “Vida longa ao FENATA”, reforça. Para encerrar, Nelson deixa o convite a todos os seguidores do Portal aRede. “Vocês têm a oportunidade de presenciar um dos maiores festivais de teatro da América Latina, onde vamos ter grandes atores, atrizes, diretores, técnicos de vários lugares do país. Nós teremos naquele palco do Ópera, diferentes sotaques, diferentes histórias e é um momento único da nossa cultura. Então, vivam o FENATA, venham, participem conosco. São mais de 100 apresentações que vocês vão poder descobrir o que é o teatro, o que é a essência da arte! Conto com vocês”, convida.
A programação detalhada pode ser conferida aqui.
História
Fundado em 1973 durante a ditadura militar, o FENATA nasceu com a UEPG, carregando desde o início o compromisso de promover a arte e incentivar a formação de plateias. O evento já recebeu nomes icônicos do teatro nacional, como Grande Otelo, Bibi Ferreira, e, mais recentemente, Letícia Sabatella. Como um dos três únicos festivais brasileiros de teatro a acontecer de forma ininterrupta há mais de 50 anos, o FENATA continua sendo referência para artistas e técnicos de todas as partes do país.