Cristina Graeml critica cenário político e projeta mudanças no Congresso
A pré-candidata ao Senado Federal garante o combate a atual situação política do Brasil, além de ser uma porta-voz ativa das cidades paranaenses em Brasília
Publicado: 23/08/2025, 06:40

Jornalista, redatora e agora também política, Cristina Reis Graeml é uma curitibana pré-candidata ao Senado Federal pelo Podemos nas Eleições de 2026. Recentemente, ela foi a grande surpresa do pleito municipal de Curitiba, tornando-se a primeira mulher a disputar o segundo turno das eleições municipais na capital do Paraná em 2024. A jornalista é a segunda entrevistada na série ‘Eleições 2026’, realizada pelo Grupo aRede em parceria com o Blog do Doc.com.
No decorrer da entrevista, Cristina Graeml reforçou seu posicionamento político como uma representante da direita no Paraná, declarando-se conservadora, mas liberal na economia, além de tecer críticas ao atual cenário político vivido no Brasil, cuja jornalista classificou como “ditadura da toga”.
Caso seja eleita em 2026, a pré-candidata reforçou seu compromisso futuro como porta-voz dos municípios no Senado, e relembrou todo o seu trajeto político, o que possibilitará uma candidatura a uma das duas vagas como representante do Paraná no Senado. Confira a entrevista na íntegra abaixo:
Portal aRede/Jornal da Manhã: Você surgiu após uma carreira sólida no Jornalismo. Apareceu na Política como candidata à Prefeitura de Curitiba, uma das principais capitais do país. [...] Como está essa pós-campanha à Prefeitura de Curitiba e agora como pré-candidata ao Senado?
Cristina Graeml (Podemos): Tive 35 anos como jornalista. Estou ainda no Jornalismo e a minha candidatura à Prefeitura de Curitiba foi absolutamente orgânica. Nunca tive pretensões políticas e nem tinha planejado isso para minha vida. [...] No ano de 2023, véspera da eleição municipal, começaram a surgir nomes com os quais a população já não tinha mais vínculo. Esse desejo de mudança que está muito forte no Brasil inteiro. Curitiba não é diferente. Curitiba é a minha cidade, e depois de muitas reuniões ponderei, conversei com a minha família e aceitei o desafio. Fizemos uma belíssima campanha sem usar um tostão de dinheiro público. [...] 42% dos votos válidos, quase 400 mil votos e isso automaticamente já me colocou nessa pré-candidatura para o Senado, porque no pós-eleição municipal, as pessoas já me pediram para ir ao Senado.
aRede/JM: Como você se considera nessa questão política? A gente vê as pessoas se posicionando e cobrando que os políticos se posicionem se são de direita ou esquerda. Como que você se coloca?
Cristina: Então, sempre me coloquei à direita. [...] Mas o momento atual, tenho sempre dito, não é de polarização, é de posicionamento. [...] A população cobra e quer posicionamento. Óbvio que o outro lado vai sempre chamar a gente de radical, de extremista, porque para a visão de mundo deles, quem está no lado oposto é o outro extremo. Mas se sou extremista aqui, eles são extremistas lá. Não gosto dessa palavra. O que é extremista? É defender a vida desde a concepção como eu defendo? Não acho que é extremo você defender a vida daquele ser que está no ventre da mãe e não tem nem voz para se defender sozinho. Acho que extremo é defender a morte de bebês na barriga das mães. Não acho que defender propriedade privada é extremismo. Acho que a pessoa que lutou para progredir na vida, conseguiu juntar seu dinheirinho, comprar seu terreno, construir sua casa, não precisa ser considerado extremista, pois ela está defendendo o seu direito à propriedade. Extremista é quem invade a propriedade e acha que tem direito sobre aquilo sem ter trabalhado para conquistar aquilo. [...] Obviamente que a gente tem que olhar para a população mais carente, que precisa de alguma assistência do poder público e fornecer essa assistência dando sempre as condições e oportunidades, porque essa pessoa, por mérito próprio, progride na vida. [...] Me posiciono direita, conservadora e liberal na economia. Sou mais a favor de um estado enxuto do que esse estado mãe que abraça todo mundo, mas joga um endividamento para os nossos trinetos. A gente nem sabe se terá dinheiro e recurso para pagar a dívida depois.

aRede/JM: Diante desse cenário no qual a gente vê o Senado hoje, [...] o que fazer para mudar?
Cristina: Precisamos ter um Senado renovado. Isso eu não tenho dúvida nenhuma. (Em 2026) a gente tem uma janela de oportunidade única no Brasil, que é renovar 2/3 do Senado. [...] Os eleitores terão a chance de votar em outros candidatos. Por quê? Porque esses que estão aí não estão conseguindo fazer o Brasil andar. [...] Existe uma parte do Senado que está conosco, que quer, por exemplo, um impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que é quem está travando o Brasil e destruindo nossa democracia, nosso Estado de Direito, mas a maioria não quer. Então, o negócio não anda. [...] Então, a gente tem uma chance única de renovar mesmo o Senado, colocar 2/3. São 54 senadores que entrarão lá com a possibilidade de, inclusive, votar uma proposta de emenda à Constituição. Se quiserem mudar a forma de escolha de ministros do STF, com 54 novos senadores, a gente consegue.
aRede/JM: Você vislumbra um apoio desse (Lula ou Bolsonaro) ou de repente o apoio de um candidato ao Governo do Estado, ou você vai nessa linha do apoio popular numa candidatura sua?
Cristina: A minha candidatura à prefeitura foi única e exclusivamente com apoio popular. [...] Fecho com o Podemos porque é um partido que se define como centro-direita. Não existe partido de direita no Brasil. Nem o PL do presidente Bolsonaro, nem mesmo o Novo, liberal na economia, se definem como direita. [...] Me sinto muito abrigada no Podemos. [...] A minha pré-candidatura para o Senado foi lançada em fevereiro no ato de filiação em Brasília pela presidente nacional do partido, que foi quem me convidou para vir para o Podemos. Então já é uma candidatura que nasce mais estruturada. [...] Tenho sido muito recebida nas viagens que faço pelo interior do estado, sou muito grata à acolhida do paranaense.

aRede/JM: Como que a senhora tem encaixado, nessa sua pré-campanha, esse relacionamento aqui com Ponta Grossa e com os Campos Gerais?
Cristina: Ponta Grossa e Campos Gerais são uma extensão da capital, né? Estamos muito próximas. São cidades grandes com desafios parecidos. [...] E o senador, obviamente, ele também tem as emendas. Ele também ajuda a trazer verbas para o estado, mas ele é principalmente um interlocutor do governador e também dos prefeitos, obviamente, com o governo federal. [...] Tenho conversado com muitos prefeitos, com muitos vices-prefeitos, presidentes de Câmaras, vereadores mesmo, lideranças políticas locais. Todos me pediram e tenho assumido esse compromisso de ser uma senadora municipalista. [...] A gente tentará estar presente pelo menos através de assessores. O município tem que ter canal direto com o senador. Obviamente com as portas do gabinete em Brasília sempre abertas para o gestor municipal, para o legislador municipal que forem a Brasília e precisem desse canal de diálogo com algum ente da Federação.
aRede/JM: Como avalia a atual situação do Brasil hoje com todo esse envolvimento… Envolvendo essa questão, Brasil e Estados Unidos, também o judiciário nosso, que é alvo de críticas constantes?
Cristina: Acho que o Brasil vive um dos piores momentos da sua história política. Assim, tenho chamado de ‘ditadura da toga’ sem nenhum pudor. Acho que a gente também precisa de senadores com coragem de dizer o que precisa ser dito, assim como no jornalismo de opinião, que a gente precisa dizer com todas as letras o que está acontecendo. Vivemos uma ditadura do judiciário e pior da Corte Suprema que deveria ser a garantidora do respeito à Constituição. [...] Os presos do ‘8 de Janeiro’ não podem recorrer a ninguém. São acusados sem provas, condenados por penas maiores que as impostas a homicida, a estuprador, a pedófilo. A Débora do Batom, que foi condenada a 14 anos de prisão, ela pegou pena maior do que a Elise Matsunaga, que assassinou e esquartejou o marido, confessou. Então assim, é tão absurdo isso que a gente está vivendo no Brasil que não tem como a gente chamar isso aqui ainda de democracia. [...] Então, além de me comprometer a ser uma senadora municipalista, serei uma pensando em Brasil. Uma senadora aguerrida para mudar o estado de coisas, lutar para a gente restabelecer o Estado de Direito no Brasil. Uma voz firme e corajosa, como tenho sido no Jornalismo, sem medo de enfrentar o sistema, porque a gente precisa disso.

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