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Clima e preços devem reduzir safra de feijão em 2025/26, aponta Cepea/CNA

Indicador avalia que preços pouco atrativos e clima adverso reduzem área e produção, com maior impacto na primeira safra de feijão carioca e preto

No caso do feijão preto, a retração é mais expressiva
No caso do feijão preto, a retração é mais expressiva -

Publicado por Lucas Veloso

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A combinação de preços pouco atrativos ao produtor e de condições climáticas adversas em parte das regiões produtoras levou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a revisar para baixo as estimativas de área e produção de feijão para a safra 2025/2026.

No mercado, esse cenário já começa a se refletir em comportamentos distintos entre os tipos e padrões do grão, com maior pressão sobre os lotes de melhor qualidade e maior sustentação para os produtos intermediários.

De acordo com relatório divulgado na semana passada, a Conab passou a estimar a produção total de feijão em cerca de 3,0 milhões de toneladas em 2025/26, volume 1,8% inferior ao da safra anterior.

A revisão incorpora tanto a redução da área plantada quanto ajustes negativos na produtividade média. Caso o cenário se confirme, será o segundo ano consecutivo de retração da oferta nacional.

Para o feijão carioca, a área estimada foi reduzida em relação ao levantamento anterior, mas ainda permanece ligeiramente acima da registrada em 2024/2025.

Com a leve queda de produtividade, a produção projetada gira em torno de 1,7 milhão de toneladas, praticamente em linha com a da safra passada.

No caso do feijão preto, a retração é mais expressiva. A combinação de menor área e produtividade deve resultar em uma oferta cerca de 12,5% inferior, estimada em aproximadamente 710 mil toneladas.

Já o feijão caupi segue trajetória distinta, com expectativa de crescimento da produção, mesmo após revisões negativas, sustentado principalmente pela expansão fora da primeira safra.

OFERTA MAIS CURTA NA PRIMEIRA SAFRA

A redução da oferta projetada para 2025/26 concentra-se principalmente na primeira safra, especialmente nos segmentos de feijão carioca e preto, enquanto o caupi tende a compensar parcialmente essa queda.

Considerando estoques iniciais mais enxutos, produção revisada e importações moderadas, a disponibilidade interna estimada para a próxima temporada recua para pouco mais de 3,1 milhões de toneladas.

O consumo doméstico segue projetado em torno de 2,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais devem equivaler a pouco mais de duas semanas de consumo.

Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, a revisão da Conab reforça um cenário de ajuste gradual da oferta, sobretudo na primeira safra, como reflexo direto dos preços pouco atrativos e das dificuldades climáticas enfrentadas pelos produtores.

“Embora a produção total não indique uma retração abrupta, a redução da disponibilidade e dos estoques de passagem tende a deixar o mercado mais sensível, com diferenças cada vez mais evidentes entre os tipos e padrões de feijão ao longo da safra”.

MERCADO POR TIPO E PADRÃO

Feijão carioca – notas 9 ou superiores:

A região de Itapeva (SP) segue como destaque na oferta dos melhores lotes. O equilíbrio entre oferta e demanda manteve a estabilidade de preços nos últimos sete dias (de 5 a 12 de dezembro). Ainda assim, houve pressão na Grande São Paulo, com recuo de 1,6%. No Noroeste de Minas Gerais e em Sorriso (MT), as cotações caíram 0,48% e 3,2%, respectivamente, movimento que levou produtores a restringirem as ofertas.

Feijão carioca – notas 8 e 8,5:

Com exceção da queda de 1,20% no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, os preços médios apresentaram variações positivas nas demais regiões acompanhadas pelo Cepea, sustentadas pela maior demanda por lotes sem defeitos. As maiores valorizações foram observadas nos grãos remanescentes do Centro/Noroeste Goiano (1,82%), Barreiras (BA) (1,43%) e Leste Goiano (1,38%).

Feijão preto – tipo 1:

O mercado segue abastecido pelos feijões comerciais da safra 2024/25 do Paraná, mas já há oferta de lotes da nova safra paranaense a preços mais elevados. As cotações registraram alta na Metade Sul do Paraná (1,1%) e em Curitiba (1%).

Com informações de: Agrofy News.

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