Brasil e EUA preparam reunião em Washington para discutir tarifas e crise comercial | aRede
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Brasil e EUA preparam reunião em Washington para discutir tarifas e crise comercial

Estados Unidos acenderam sinal de alerta quando Brasil começou a escoar produção a outros mercados

Lula e Donald Trump
Lula e Donald Trump -

Publicado por Lucas Veloso

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O Itamaraty confirmou nesta quinta-feira (9) que os chanceleres brasileiro, Mauro Vieira, e norte americano, Marco Rubio, vão se encontrar em Washington, em breve, para discutir a taxação imposta pelos EUA sobre produtos exportados do Brasil. A data ainda será definida. 

A iniciativa surgiu após uma conversa telefônica tida como “muito positiva” entre os diplomatas.

No comunicado oficial, o Itamaraty afirmou que equipes técnicas de ambos os governos prosseguirão o diálogo para “dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países.” 

Também consta que Rubio convidou Vieira para integrar a delegação, sinalizando que o encontro será presencial, com foco em temas prioritários da relação Brasil-EUA.

CONTEXTO - A medida tarifária dos EUA incluiu sobretaxas de até 40% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, em retaliação política e econômica - em que pese o fato de os Estados Unidos serem superavitários na balança comercial com o Brasil, ou seja, exportam mais do que importam.  

O impacto recaiu sobre produtos considerados estratégicos, como carnes, frutas, café e minérios.

Em resposta, o governo brasileiro tem argumentado que a medida eleva o custo de vida nos EUA e agrava desequilíbrios no comércio bilateral. Além disso, o presidente Lula declarou que os dois países trocaram celulares para manter comunicação direta e afirmou que o Brasil está disposto ao diálogo e a flexibilizar em pontos econômicos específicos como, por exemplo, na tarifa cobrada do etanol americano.  

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, destacou que o Brasil vai apresentar os “melhores argumentos econômicos” para reverter a tarifa, ressaltando que existem oportunidades de investimento no país, especialmente nos setores de energia limpa, minerais críticos e tecnologias verdes.

Expectativas e riscos da reunião diplomática

O encontro simboliza a reabertura de canais diplomáticos após a fase mais tensa da crise comercial entre Brasil e EUA.

Para o Brasil, é uma chance de defender exportadores, conter prejuízos agrícolas e industriais e preservar a confiança dos mercados internacionais.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que 77,8% das exportações brasileiras para os EUA já estão sujeitas a alguma forma de sobretaxa — seja pelo decreto inicial de 10%, a tarifa adicional de 40%, ou ainda pelos efeitos da Seção 232, que impõe tarifas de até 50% em setores como aço, automóveis, alumínio, entre outros.

Já para os EUA, pode representar uma via diplomática para ajustar preços internos à véspera das eleições legislativas (que marcam o meio do mandato presidencial) e relações comerciais com parceiros estratégicos.

Carne brasileira dá show - Apesar do tarifaço, o Brasil tem driblado os impostos e ligado o sinal amarelo. Um exemplo é a carne bovina. Setembro de 2025 foi o melhor mês da série histórica para exportações de carne bovina do Brasil: foram embarcadas 352 mil toneladas, um aumento de 31,1% em comparação com setembro de 2024 (268 mil toneladas). A receita foi de cerca de US$ 1,9 bilhão, alta de 18,4% ano a ano. 

No acumulado de janeiro a setembro de 2025, as exportações de carne bovina somam aproximadamente 2,44 milhões de toneladas, cerca de 16% acima do mesmo período de 2024.

A China continua sendo o maior destino da carne bovina brasileira, tanto em volume quanto receita. Em setembro de 2025, as exportações de carne bovina para o país asiático aumentaram 38,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, chegando a 187.340 toneladas. 

Em segundo lugar aparece a União Europeia, comprador destacado nos meses mais recentes, com grande salto nas importações no contexto das sanções dos EUA.

Os Estados Unidos ainda figuram entre os principais compradores, e vem ampliando suas importações apesar das tarifas nas alturas impostas sobre produtos brasileiros.

México e Rússia também ganharam destaque como clientes após o tarifaço e atualmente diversos outros mercados estão em processo de abertura, como a indonésia.

Com informações de: Agrofy News.

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