Jornalista chama homem de 'bicha nojenta' em shopping e vai presa; vídeo
O caso foi registrado como injúria e ocorreu em uma cafeteria do Shopping Iguatemi; testemunhas reafirmaram o que foi contado pela vítima
Publicado: 17/06/2025, 07:31

A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, foi presa em flagrante nesse sábado (14) após fazer xingamentos homofóbicos contra um homem em uma cafeteria do Shopping Iguatemi, na Zona Oeste de São Paulo. Depois, a Justiça mandou soltá-la mediante o cumprimento de medidas cautelares, como não frequentar o shopping.
Imagens mostram Adriana falando "bicha nojenta" para Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, que estava sentado na mesa ao lado. As ofensas foram gravadas por mais de uma câmera de celular. O caso foi registrado como injúria no 14° DP, em Pinheiros. Veja:
A jornalista também chegou a chamar o homem de "assassino". Ele, por sua vez, xingou Adriana de "imbecil" na discussão.
Os vídeos não mostram como o embate começou, mas mostram a agressora nervosa e xingando o homem. Ele não aparece nas imagens, mas também reage em tom elevado.
Adriana afirmou à TV Globo que Gabriel e seus amigos estavam rindo dela. Ela também disse que se arrependeu das ofensas.
Segundo Adriana, ela estava ao telefone quando Gabriel e outras pessoas que o acompanhavam mandaram que ela falasse baixo e calasse a boca. Ela alegou ainda que foi vítima de etarismo.
"Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese [...]. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone. E esse grupo que estava ao lado começou a rir. Quando eles começaram a rir, eu desliguei o telefone, levantei o braço e pedi a conta. Falei 'por favor, traz a conta, eu quero ir embora'", disse.
"Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada [...] Aí, ele se manifestou, disse 'fala baixo', 'cala a boca'. [...]. Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de 'boiola'. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de 'velha'. [...] Sim, me arrependo", completou.
Já Gabriel afirmou que Adriana estava em uma mesa próxima, falando alto. Ele disse que pediu a ela para que tivesse mais calma na hora de falar com a atendente da cafeteria. Foi então que as agressões diretas e homofóbicas começaram, segundo ele.
"A gente estava tomando um café. Era por volta de 15h30. Uma senhora sentada na mesa do lado começou a pedir pela conta, descontrolada, falando bem alto 'eu quero minha conta', 'eu quero ir embora', 'eu quero minha conta', 'eu quero ir embora'. Ela pedindo insistentemente, falando bem alto [...] A moça fez um sinal de que já iria. Daí intervi, falei 'calma, ela já virá, já deu o sinal'. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente", disse.
Giulia Podgaic, que estava sentada em uma mesa próxima, presenciou a discussão e confirmou a versão de Gabriel.
"Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta, falando que queria ir ao banheiro, gritando. Aí a vítima pediu para a senhora se acalmar, disse 'se acalma, ela já vai vir', e aí ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar 'pobre', 'bicha', todas as palavras de baixo calão possíveis... 'bicha nojenta', 'pobre', 'você não deveria estar aqui'", afirmou.
"Ele começou a ficar nervoso, mas conseguiram retirar ele para que se acalmasse. Ele foi para outro lugar e ela continuou a ofender. Foi uma situação horrível. Chamou ele de 'assassino' do nada. Foi uma situação muito horrível", completou.
Em nota, o shopping Iguatemi lamentou o ocorrido e reforçou seu respeito à diversidade.
"O shopping lamenta a ocorrência entre os dois clientes em uma das suas operações, esclarece que prestou todo o apoio necessário e segue à disposição das autoridades competentes."
"O empreendimento reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância."
Informações: g1