Ramagem nega monitoramento ilegal de ministros do STF
Atual deputado federal também indagou possíveis erros nas acusações feitas pela Polícia Federal
Publicado: 09/06/2025, 20:36

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, negou nesta segunda-feira (9) ter usado o órgão para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
Ramagem foi interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes por ser um dos réus da ação penal da suposta trama golpista. Atual deputado federal pelo Partido Liberal (PL) do Rio de Janeiro, Ramagem foi denunciado sob a acusação de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos do ex-presidente.
Ao ser perguntado pelo ministro sobre a acusação, Ramagem negou ter determinado a realização de monitoramentos. "Nunca utilizei monitoramento algum pela Abin de qualquer autoridade. Ao contrário do que foi colocado em comunicação, nós não tínhamos a gerência de sistemas de monitoramento", declarou.
Sobre a acusação de uso ilegal do programa de espionagem Firstmile, o ex-diretor disse o sistema deixou de ser utilizado pela Abin em 2021, um ano antes do período das acusações feitas pela Polícia Federal (PF). "É mais uma indução a erro do juízo pela Polícia Federal. Mesmo assim, eles [investigadores] colocaram no relatório da PF. Com certeza, para empurrar o Ramagem para essa questão de golpe indevidamente", afirmou.
Ramagem também negou ter enviado a Bolsonaro arquivos de Word com informações para embasar lives nas redes sociais e insinuar fraudes nas urnas eletrônicas. "Escrevia textos privados que me concatenavam alguma ideia para, se possível, em algum momento, ter algum debate", completou.
Mais cedo, o tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou que o ex-presidente sabia da minuta do golpe para reverter o resultado das eleições de 2022 - confira mais detalhes na notícia publicada pelo Portal aRede acessando aqui.
Com informações: Agência Brasil.