Depois de emitir visto de Erika Hilton embaixada dos EUA diz que governo só reconhece dois sexos 'imutáveis'

Após emitir o visto diplomático da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) com o gênero masculino, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília afirmou que, por política oficial, o governo americano reconhece apenas dois sexos — masculino e feminino — considerados imutáveis desde o nascimento.

“A embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são confidenciais conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento”, declarou a representação diplomática em nota enviada à Agência Brasil.

A citação à Ordem Executiva 14168, assinada pelo presidente Donald Trump em 20 de janeiro, reforça que departamentos federais dos EUA devem adotar uma definição binária e fixa de sexo biológico em seus documentos oficiais, como passaportes e vistos, proibindo o reconhecimento da autodeclaração de gênero.

A deputada denunciou nesta quarta-feira (17) que teve sua identidade de gênero negada durante o processo de emissão do visto, mesmo apresentando documentos brasileiros oficiais — como certidão de nascimento retificada e passaporte — que registram seu gênero como feminino.

Diante do episódio, Erika Hilton solicitou reunião com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e avalia acionar o governo americano internacionalmente por violação de direitos. “É inaceitável que uma política discriminatória interfira no reconhecimento da minha identidade como parlamentar em missão oficial”, declarou.

Com  informações da Agência Brasil