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Paraná é o terceiro estado com mais crimes de apologia ao nazismo no Brasil

Nos últimos cinco anos, o Brasil registou um aumento de 242%, com 198 casos relacionados

A polícia constatou um aumento der 242% nos últimos 5 anos
A polícia constatou um aumento der 242% nos últimos 5 anos -

Lucas Ribeiro

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Neste Carnaval, um turista foi agredido no Rio de Janeiro por apresentar tatuagens com símbolos nazistas no corpo. Histórias como essa têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil, que registrou um aumento de 242% de casos de apologia ao nazismo registrados pela Polícia Federal (PF) entre 2020 e 2024.

Os dados fornecidos pela Polícia Federal amostram que, ao todo, foram registradas 198 denúncias de apologia ao nazismo entre 2020 e 2024. O ano de 2023 bateu o recorde, com 82 registros, seguido por 2024, com 65.

O crime está descrito na Lei nº 7.716, que penaliza quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.

Em termos de números absolutos, o estado com mais casos foi São Paulo, com 59. Na sequência, vêm Rio Grande do Sul, com 27; Paraná, com 18; e Rio de Janeiro, com 15. Com exceção do Paraná, todos tiveram um pico de crescimento no ano de 2023.

Apesar do recuo em 2024, com 65 registros, os números ainda são alarmantes quando se compara com 2020, quando foram registrados apenas 19. O ano com menos casos foi 2021, com 12.

O especialista em segurança pública Berlinque Cantelmo explica que esses dados chamam atenção para o problema da deturpação de determinados conceitos que já não são mais válidos na sociedade e a tentativa de aliá-los a ideologias sociopolíticas atuais.

Ele explica que, para a segurança pública, o maior risco se dá com os grupos com essas características que trabalham na obscuridade por meio da dark web e possuem como objetivo propagar ideais nazistas.

“Isso contribui para uma grande dificuldade de rastreamento e aplicação de ferramentas de previsibilidade que proporcionem as forças de segurança pública agir tanto na prevenção quanto na repressão qualificada desses grupos que, inclusive, se valem de alto grau de violência em suas ações.”

Cantelmo cita um caso que ocorreu em 2023, quando a a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prendeu sete homens afiliados à Atomwaffen Division, uma organização neonazista internacional, na Operação Accelerare.

“Cerca de 100 policiais civis participaram da ação, que visou líderes de células neonazistas no Rio Grande do Sul e no Ceará. Foram realizadas buscas em 23 endereços no Rio Grande do Sul, Curitiba, São Paulo, Araçoiaba da Serra, Ribeirão Pires e Fortaleza, resultando na apreensão de dispositivos eletrônicos, armas e parafernália nazista. ”

No ano anterior, lembra o especialista, o Brasil sofreu ataques inspirados no massacre de Columbine, que ocorreu em uma escola dos EUA em 1999, e em atentados neonazistas. “Por exemplo, Gabriel Rodrigues Castiglioni, autor de dois tiroteios ocorridos em Aracruz (ES), era ativo em grupos neonazistas e, durante o ataque, usava um uniforme com símbolo nazista.”

Com informações: Metrópoles.

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