Fevereiro Roxo: Especialista explica causa e prevenção do Alzheimer
Doutora afirma que 90% dos casos da doença estão relacionados ao estilo de vida
Publicado: 18/02/2025, 09:18

O mês de fevereiro traz uma campanha importante para a conscientização sobre doenças crônicas, como o Alzheimer. No Viver Bem, recebemos a Dra. Mariana Welling, neurologista da Clínica N5 Neurologia, que esclareceu pontos essenciais sobre essa condição que afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo.
Segundo a Dr.ᵃ Mariana, o Alzheimer é a principal causa de demência, uma síndrome caracterizada por alterações cognitivas significativas que comprometem a funcionalidade do paciente. Inicialmente, os sintomas podem ser sutis, mas se agravam com o tempo.
“Os primeiros sinais incluem a perda de memória recente, dificuldades na nomeação de objetos e locais, e problemas de localização”, explica a Doutora. Muitas vezes, os familiares percebem essas mudanças antes do próprio paciente, tornando essencial a atenção redobrada para um diagnóstico precoce.
A doença é mais comum em pessoas acima dos 60 anos e sua incidência aumenta com o envelhecimento populacional. Embora existam casos raros em indivíduos mais jovens, o Alzheimer é considerado um grande desafio de saúde pública devido à sua progressão e ao impacto que causa nas famílias e na economia.
Estudos indicam que os custos do tratamento e dos cuidados ao longo da vida de um paciente com Alzheimer podem chegar a 2 milhões de reais. Esse custo engloba medicações, assistência especializada e, muitas vezes, a necessidade de um cuidador em tempo integral.
Prevenção e qualidade de vida
Um dos grandes mitos sobre o Alzheimer é a crença de que sua principal causa é a hereditariedade. Segundo a Dr.ᵃ Mariana, somente 5% a 10% dos casos têm um forte componente genético. No entanto, 90% dos casos estão relacionados ao estilo de vida.
Algumas ações que podem reduzir significativamente o risco de desenvolver Alzheimer incluem:
- Manter uma alimentação equilibrada;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Estimular a mente com leituras e novos aprendizados;
- Ter uma vida social ativa;
- Controlar doenças como hipertensão e diabete.
Tratamentos e avanços
Hoje, existem duas abordagens principais para o tratamento da doença:
Tratamento sintomático: Disponível no SUS, busca reduzir a velocidade da progressão da doença e melhorar a cognição do paciente. No entanto, sua eficácia é limitada, trazendo apenas uma melhora de 10% a 20% nos sintomas.
Tratamento modificador da doença: Novos estudos apontam avanços promissores, como os anticorpos monoclonais, que atuam diretamente na remoção das placas amiloides, retardando a progressão da doença em até 40%. Esses tratamentos já foram aprovados nos Estados Unidos, mas ainda aguardam liberação pela Anvisa no Brasil.
O avanço da tecnologia também permite um diagnóstico mais precoce, por meio de exames de imagem avançados e biomarcadores. Contudo, esses procedimentos ainda possuem um alto custo e precisam ser avaliados caso a caso.
O Alzheimer é uma doença desafiadora, mas com conscientização, diagnóstico precoce e pesquisas avançadas, a esperança para melhores tratamentos e uma qualidade de vida digna para os pacientes só cresce. O Fevereiro Roxo reforça a importância de cuidarmos da saúde cognitiva e da prevenção. Se você ou alguém próximo apresenta sinais de perda de memória, busque orientação médica e mantenha-se informado sobre as melhores práticas de saúde cerebral. A Clínica N5 Neurologia está à disposição. O Instagram é @n5neurologia.