Fim de ano: seis dicas para proteger sua saúde mental
Especialista orienta sobre como lidar com sentimentos de tristeza, luto e solidão no período festivo de Natal e Ano Novo
Publicado: 24/12/2024, 17:04
O fim de ano é tradicionalmente um período marcado por celebrações, reencontros familiares e festas. No entanto, para algumas pessoas, esse momento pode ser desafiador, despertando sentimentos de tristeza, solidão e até mesmo ansiedade.
Perdas de entes queridos, término de relacionamentos, problemas de saúde ou situações de isolamento social são fatores que podem tornar a época ainda mais difícil.
De acordo com Julia Oliveira, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital e Maternidade São Luiz Campinas, a Rede D’Or, é comum que o luto e o isolamento se intensifiquem durante esse período, pois as festividades evocam memórias afetivas e podem acentuar a sensação de ausência.
“As festas de fim de ano muitas vezes reforçam a necessidade de celebração e felicidade, mas para quem está passando por um momento de luto ou enfrentando desafios emocionais, essas cobranças podem aumentar o sofrimento”, explica a psicóloga.
A especialista reforça que validar os sentimentos é essencial para enfrentar esse período de maneira saudável. “Ignorar ou reprimir emoções como tristeza e solidão pode gerar estresse crônico, ansiedade e até problemas físicos, como distúrbios do sono e dores musculares. Permitir-se sentir essas emoções, sem julgamento, é o primeiro passo para processá-las de forma adequada”, afirma Julia.
Entre as recomendações para atravessar o fim de ano com mais equilíbrio emocional, ela sugere:
1- Adapte as tradições ao que faz sentido para você: Se os eventos festivos parecerem difíceis, encontre novas formas de vivenciar a data ou escolha não participar.
2- Conecte-se com memórias positivas: Relembrar momentos felizes com entes queridos pode trazer conforto.
3- Crie novos rituais: Preparar um prato especial, ouvir músicas aconchegantes ou escrever sobre seus sentimentos podem ajudar a ressignificar o período.
4- Busque apoio: Compartilhar sentimentos com pessoas próximas ou procurar a ajuda de um profissional pode ser um alívio importante. Caso não haja uma rede de apoio disponível, grupos de suporte também podem ser uma alternativa valiosa.
5- Priorize o autocuidado: Permita-se descansar e realize atividades que promovam bem-estar físico e emocional, como exercícios leves, meditação ou leitura.
6- Respeite o seu tempo: Cada pessoa tem seu próprio ritmo para lidar com o luto ou outras emoções difíceis. Não se apresse ou se pressione para atender às expectativas externas.
A especialista ressalta que é essencial evitar a sobrecarga emocional. “Estabelecer limites saudáveis e aprender a dizer ‘não’ a convites ou demandas que não façam sentido para você pode evitar um estresse maior. Lembre-se de que não há problema em vivenciar o período de maneira diferente ou mais introspectiva.”
As festas de fim de ano não precisam seguir um modelo convencional ou idealizado. “Respeitar o seu tempo, acolher suas emoções e praticar o autocuidado são as melhores formas de cuidar da sua saúde mental nesse período”, reitera a psicóloga do São Luiz Campinas.
Rede de apoio
Caso identifique que alguém próximo está enfrentando dificuldades psicológicas, neste ou em qualquer outro período, o primeiro passo é oferecer acolhimento e escuta.
“Muitas vezes, apenas estar disponível para ouvir, sem julgamentos ou pressões, já é um grande alívio para quem está sofrendo. Incentivar a pessoa a procurar sua rede de apoio, como familiares, amigos ou profissionais de saúde mental, é essencial”, orienta Júlia Oliveira.
Caso essa rede não esteja acessível, é possível sugerir grupos de apoio ou especialistas, a fim de evitar que a pessoa enfrente a situação sozinha.
“Respeitar o tempo e as emoções da pessoa é fundamental. Não apresse processos como o luto ou a aceitação de sentimentos difíceis, permita que ela vivencie as festividades no ritmo que for mais confortável, sem pressão para “superar” ou se adaptar a um cenário que não condiz com seu estado emocional”, finaliza a psicóloga.
Com informações das Assessorias.