Problemas ortopédicos: conheça os mais comuns e como preveni-los
Médico-especialista do Pilar Hospital dá dicas para cuidar da saúde dos ossos e articulações
Publicado: 21/02/2024, 19:06
Os problemas ortopédicos são aqueles que afetam o sistema musculoesquelético, formado por ossos, músculos, tendões, ligamentos e articulações. Eles podem causar dor, inflamação, deformidade, limitação de movimentos e até mesmo incapacidade funcional. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças ortopédicas estão entre as principais causas de afastamento do trabalho e de redução da qualidade de vida no Brasil.
O Dr. Luiz Renato Brand, médico-especialista em ortopedia e traumatologia do Pilar Hospital, em Curitiba, explica quais são os principais problemas ortopédicos e como tratá-los.
Problemas de coluna
De acordo com o Dr. Brand, os problemas de coluna estão entre os mais frequentes e podem ter diversas causas, como má postura, uso de calçados inadequados, excesso de peso, lesões por esforço repetitivo ou traumas. “Os problemas de coluna podem se manifestar como dor, rigidez, formigamento, perda de força ou alteração da sensibilidade nos membros superiores, ou inferiores”, explica.
Entre os problemas de coluna mais comuns, o médico cita a lombalgia, que é a dor na região lombar, a hérnia de disco, que é a saída do núcleo gelatinoso do disco intervertebral, e os desvios posturais, como a escoliose, a cifose e a lordose. “O tratamento depende do tipo e da gravidade do problema, mas geralmente envolve medidas como repouso, uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, fisioterapia, exercícios de fortalecimento e alongamento, e, em alguns casos, cirurgia”, diz.
Para prevenir os problemas de coluna, o Dr. Brand recomenda manter uma boa postura, evitar carregar peso excessivo, usar calçados confortáveis e com bom amortecimento, praticar atividades físicas regulares e ter uma alimentação equilibrada.
Artrose
A artrose é uma doença degenerativa que afeta as articulações, causando desgaste da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos. Ela pode atingir qualquer articulação, mas é mais comum nos joelhos, quadris, mãos e coluna. A artrose é mais frequente em pessoas acima dos 50 anos, mas também pode ocorrer em jovens, principalmente se houver predisposição genética, obesidade, trauma ou uso excessivo da articulação.
Os sintomas da artrose incluem dor, inchaço, rigidez, dificuldade de movimentação e estalos na articulação. O tratamento visa aliviar a dor, reduzir a inflamação, melhorar a função e retardar a progressão da doença. Ele pode envolver o uso de medicamentos, fisioterapia, infiltrações, próteses e, em casos mais avançados, cirurgia.
Para prevenir a artrose, o Dr. Brand aconselha manter um peso adequado, evitar atividades de alto impacto, usar calçados apropriados, fazer exercícios de baixo impacto, como caminhada, natação e bicicleta, e ter uma alimentação rica em cálcio e vitamina D, que são essenciais para a saúde dos ossos.
Pé chato
O pé chato é uma deformidade que se caracteriza pelo achatamento do arco plantar, que é a curvatura natural do pé. Ele pode ser congênito, ou seja, presente desde o nascimento, ou adquirido, por causa de fatores como obesidade, diabetes, artrite, trauma ou uso de calçados inadequados. O pé chato pode causar dor, cansaço, fraqueza, inchaço e alteração da marcha.
O tratamento do pé chato depende da causa, da idade e dos sintomas do paciente. Em alguns casos, não é necessário nenhum tratamento específico, apenas o uso de calçados confortáveis e com bom suporte. Em outros casos, pode ser indicado o uso de palmilhas ortopédicas, que ajudam a corrigir a posição do pé e a distribuir melhor a carga.
Para prevenir o pé chato, o Dr. Brand orienta evitar o uso de calçados apertados, de salto alto ou sem solado, que podem prejudicar o desenvolvimento do arco plantar. Ele também sugere fazer exercícios para fortalecer e alongar os músculos e tendões do pé, como flexionar e esticar os dedos, girar os tornozelos e caminhar na ponta dos pés.
Tendinite
A tendinite é a inflamação de um tendão, que é a estrutura que liga o músculo ao osso. Ela pode ocorrer em qualquer tendão do corpo, mas é mais comum nos ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos. A tendinite é causada por fatores como esforço repetitivo, sobrecarga, trauma, postura inadequada, envelhecimento ou doenças inflamatórias.
Os sintomas da tendinite são dor, inchaço, vermelhidão e dificuldade de movimentação na região afetada. O tratamento consiste em repouso, aplicação de gelo, uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, fisioterapia e, em casos mais resistentes, infiltração ou cirurgia.
Para prevenir a tendinite, o Dr. Brand recomenda evitar movimentos repetitivos ou que forcem demais o tendão, fazer alongamentos antes e depois de atividades físicas ou laborais, usar equipamentos de proteção, como luvas, cotoveleiras e joelheiras, e corrigir a postura.
Bursite
A bursite é a inflamação de uma bursa, que é uma bolsa cheia de líquido que fica entre o tendão e o osso, funcionando como um amortecedor. A bursite pode acometer qualquer bursa do corpo, mas é mais frequente nos ombros, cotovelos, quadris e joelhos. A bursite pode ser causada por fatores como trauma, infecção, sobrecarga, esforço repetitivo ou doenças reumáticas.
A bursite causa dor, inchaço, rigidez, dificuldade de movimentação e até aumento da temperatura local. O tratamento envolve repouso, aplicação de gelo, uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, fisioterapia e, em alguns casos, infiltração ou cirurgia.
As atividades físicas são fundamentais para fortalecer os músculos que sustentam as articulações, melhorar a circulação sanguínea, reduzir o peso corporal e aliviar a dor e a rigidez.
Entre as atividades mais indicadas para quem tem artrose estão a musculação, o pilates, o yoga e a natação, que promovem o equilíbrio, a flexibilidade, a resistência e a consciência corporal, sem sobrecarregar as articulações. Essas atividades devem ser realizadas de forma regular e orientada por um profissional capacitado.
A fisioterapia é outra forma de tratamento que ajuda a recuperar a função e a mobilidade das articulações, além de prevenir o agravamento da artrose. A fisioterapia pode utilizar recursos como eletroterapia, terapia manual, cinesioterapia e hidroterapia, que visam diminuir a inflamação, a dor e o edema, aumentar a produção de líquido sinovial, estimular a regeneração dos tecidos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Com informações da assessoria de imprensa