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Catequese na Penitenciária de Ponta Grossa II celebra batismos e crismas

Participantes buscaram livremente a formação e seguiram até a conclusão

Oito pessoas privadas de liberdade concluíram a primeira turma de catequese para adultos
Oito pessoas privadas de liberdade concluíram a primeira turma de catequese para adultos -

Publicado por Lucas Veloso

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Entre muros altos e rotinas rígidas, a Palavra encontrou passagem. Na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa II (PEPG II), oito pessoas privadas de liberdade concluíram a primeira turma de catequese para adultos da Polícia Penal do Paraná por meio do Projeto Caminho de Fé – Do cárcere à esperança, com apoio da Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro.

Iniciado em 7 de abril de 2025 e finalizado em 17 de dezembro de 2025, o itinerário somou 32 encontros ao longo de oito meses. Ao final da caminhada, cinco catecúmenos foram batizados, sete receberam o sacramento da Crisma e um participante, já sacramentado, procurou novamente a formação como caminho de reconciliação: queria se confessar e voltar a comungar.

Diretor da unidade e idealizador do projeto junto de sua equipe, Everton Rodrigo dos Santos, destacou a relevância da iniciativa no processo de ressocialização e também no campo dos direitos. “A realização desse projeto nos enche de alegria e orgulho. Ele representa um trabalho concreto de ressocialização, além de assegurar o direito à assistência religiosa, previsto em lei. A fé abre caminhos, fortalece valores e contribui para a reconstrução de vidas”, afirmou.

Quem conduziu os encontros foi a catequista Pauline Balabuch, que atua há 13 anos em projetos penais como pesquisadora e professora. Motivada pelo Evangelho de Mateus (25,35), “Estive preso e viestes me visitar”, ela aceitou o desafio de levar a catequese ao ambiente prisional. “Foi uma experiência extraordinária, porque finalmente pude falar de Deus, Jesus e Maria abertamente. Ser instrumento de Deus para irmãos que não têm acesso a uma espiritualidade, a uma religião é indescritível. Gratidão é a palavra que traduz melhor”, relatou.

A caminhada, porém, também foi feita de resistência. Pauline lembra que, durante o processo, imprevistos e procedimentos internos muitas vezes atrasavam ou impediam a entrada dos voluntários. Ainda assim, persistência e paciência marcaram o ritmo do projeto, vivido com constância mesmo nas dificuldades.

Um aspecto importante, segundo a catequista, foi a adesão livre dos participantes. Os catecúmenos, explicou, buscaram o projeto “de livre e espontânea vontade”, sem benefícios judiciais no início. Somente entre setembro e outubro o DEPEN comunicou que a participação poderá contar com remissão de pena, como ocorre em atividades escolares.

Um dos catequizandos resumiu a experiência como oportunidade de mudança: “Jamais imaginei ter essa oportunidade, de realizar catequese dentro da penitenciária… Recebi muitas graças e meu coração mudou. Sairei outro homem dessa penitenciária”, declarou.

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O padre Edvino Sicuro, assessor eclesiástico da Pastoral Carcerária na Diocese de Ponta Grossa, recordou que o encerramento da turma não é ponto final, mas começo: “Este é apenas o início da caminhada na vida em Cristo. A partir daqui, cada um é chamado a viver a fé no dia a dia, com atitudes, escolhas e esperança, mesmo diante das dificuldades”

Na mesma direção, o coordenador diocesano da Pastoral Carcerária, Jeferson Leandro de Paula, testemunhou o sentido missionário do trabalho contínuo da Igreja junto aos encarcerados, com visitas semanais às unidades prisionais da cidade. Ele agradeceu as orações, reafirmando o compromisso de “colocar a vida a serviço do Reino de Deus, para que a graça do perdão alcance todos os corações”.

Para 2026, os envolvidos desejam ampliar o projeto, com mais vagas e novas turmas, caso surjam mais voluntários para a catequese. O Caminho de Fé – Do cárcere à esperança reafirma que a presença da Igreja no sistema prisional, unida ao trabalho institucional e comunitário, pode abrir caminhos de recomeço: fortalecendo a espiritualidade, a dignidade e a esperança de uma vida nova para quem busca reconstruir a própria história.

Com informações da assessoria de imprensa.

LEIA UM RESUMO DA NOTÍCIA:

Primeira turma concluída na PEPG II: Oito pessoas privadas de liberdade finalizaram a primeira catequese para adultos da Polícia Penal do Paraná, pelo Projeto Caminho de Fé – Do cárcere à esperança, com apoio da Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro.

Resultados e sacramentos: Foram 32 encontros entre abril e dezembro de 2025; ao final, cinco participantes foram batizados, sete receberam a Crisma e um, já sacramentado, buscou reconciliação para voltar a se confessar e comungar.

Ressocialização e continuidade: Direção, catequista e Pastoral Carcerária destacaram a iniciativa como ação de ressocialização e direito à assistência religiosa; a adesão foi voluntária e, depois, passou a poder contar para remissão de pena. Para 2026, a meta é ampliar vagas e formar novas turmas com mais voluntários.

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