‘Parceiro da Escola’ busca otimizar gestão do ensino no Paraná

Em entrevista concedida ao Portal aRede, a chefe do Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa (NRE-PG), Luciana Sleutjes, explicou funcionamento e os objetivos do programa ‘Parceiro da Escola’, idealizado pelo Governo do Estado do Paraná. A proposta busca otimizar a gestão administrativa das escolas estaduais por meio de parcerias com instituições privadas, permitindo que diretores possam focar mais no processo pedagógico e no aprendizado dos alunos.

Luciana explica que o programa foi criado para aliviar a carga administrativa dos diretores, que hoje gastam cerca de 80% de seu tempo com tarefas burocráticas e operacionais, como gestão de infraestrutura e questões administrativas. Com a implementação do programa, uma instituição privada atuará diretamente nas questões administrativas e logísticas, permitindo que o diretor foque no pedagógico, no atendimento aos professores, pais e no desenvolvimento dos alunos.

"O diretor hoje, para fazer uma simples troca de lâmpada, arrumar um encanamento, ele leva um tempo muito grande [...] E todo esse tempo, ele deixa de estar atendendo o que de fato é importante na escola, que é o pedagógico, o aprendizado do estudante, para estar cuidando de questões administrativas”, destaca Luciana. Ela reforça que a parceria com a iniciativa privada busca tirar esse “peso” das costas do diretor. “Ao invés dele estar se preocupando com o cano que estourou, ele está se preocupando por que o aluno não aprendeu", afirma Luciana.

Luciana Sleutjes é a chefe do Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa (NRE-PG) |  Foto: Kayky de Jesus/aRede.

O programa também trará benefícios diretos para alunos e professores. Para os estudantes, a principal mudança será a garantia de aulas sem interrupções. Segundo Luciana, a ausência de professores será substituída de forma eficiente por docentes substitutos, evitando as ‘aulas vagas’. Além disso, os alunos terão a segurança de que a recomposição da aprendizagem, especialmente em disciplinas como Português e Matemática, que serão trabalhada de forma constante.

Para os professores, a mudança será mais voltada à segurança no vínculo empregatício. Aqueles que hoje são contratados temporariamente, por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS), serão contratados pela instituição parceira com contrato CLT, o que oferece mais estabilidade e garantias. “Não tem aquela insegurança [do professor]: ‘será que vai ter aula para mim o ano que vem?’ Ele já vai sair em dezembro sabendo que ele vai trabalhar naquela instituição, então ele tem mais tranquilidade também com relação a isso", explica Luciana.

O programa, segundo Luciana, visa a melhoria do aprendizado dos estudantes, além de uma gestão mais ágil e eficiente. A ideia é que a parceria alivie as escolas de uma burocracia que, muitas vezes, impede avanços no ensino e na infraestrutura.

Outro ponto importante abordado por Luciana foi a consulta pública que será realizada no próximo dia 6 de dezembro. Nessa data, os pais terão a oportunidade de decidir, de forma democrática, se querem ou não que a parceria seja implementada nas escolas de seus filhos.

Luciana reforçou que a decisão será respeitada e que a consulta é uma maneira de garantir que a comunidade escolar esteja envolvida no processo. "A escola continua sendo pública, continua sendo gratuita, o aluno receberá o uniforme, a qualidade da educação que hoje o Estado tem preservado e nós temos trabalhado muito para estar colhendo esses resultados hoje", garantiu.

A questão dos uniformes também foi discutida. Luciana explicou que, com a parceria, todos os alunos receberão uniformes gratuitamente. “Hoje, o uniforme para nós é uma segurança, ele não é um luxo. Qualquer aluno nosso hoje uniformizado, eu consigo identificar de que escola que ele é. Então, o uniforme hoje, ele é fundamental e todos precisam ter”, disse.

A chefe do NRE-PG finalizou a entrevista destacando a importância da inovação trazida pelo ‘Parceiro da Escola’ e a busca por resultados mais eficientes no ensino público. A implementação da parceria está prevista para 2025, caso o modelo seja aprovado pela comunidade escolar. Para Luciana, essa é uma oportunidade de levar o ensino do Paraná a um novo patamar, alinhando a rede pública às melhores práticas educacionais do mundo.