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Galeria de Arte da Proex recebe mostra “Cruzado(s)”

As 11 pinturas e um objeto abordam as estruturas de poder de um passado traumático que ainda reverbera na atualidade

Galeria de Arte da Proex recebe mostra “Cruzado(s)”
Galeria de Arte da Proex recebe mostra “Cruzado(s)” -

Publicado por Luciana Brick

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Nesta quarta-feira (28), às 16h, a Galeria de Arte da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Proex-UEPG) abre ao público a mostra “Cruzado(s)”, do artista visual André Baía. As 11 pinturas e um objeto abordam as estruturas de poder de um passado traumático que ainda reverbera na atualidade e apresentam um recorte da produção do artista. Com curadoria de Marco Antônio Vieira, a mostra fica em exibição até o dia 26 de setembro e tem classificação indicativa para a partir de 12 anos. A visitação é de segunda a sexta, das 8h às 11h, e das 14h às 17h. A Proex fica na Praça Marechal Floriano Peixoto, no centro de Ponta Grossa, e a entrada é gratuita.

“De onde vem o medo?” é a questão central de “Cruzado(s)”. “Vem de uma simbologia de fora, da ideia de bem e de mal”, aponta o autor da mostra, André Baía, como uma possível resposta. As obras da série surgiram a partir de desenhos e rascunhos que tinham a recorrência de figuras e símbolos característicos da umbanda. “Esse processo trouxe o resgate da minha própria história pessoal e a percepção de um projeto de poder e ocupação, relacionado a uma herança colonial que perpetua o entorno social”, afirma Baía, cuja família possuía um terreiro. No espaço, o artista desenvolveu um vínculo natural com a religião.

Os signos da religiosidade de matriz afro-brasileira e a dimensão iconográfica que o dinheiro assume e seu indiscutível poder de controle e destruição emergem na pintura do artista a partir de um resgate que convoca o visitante a (re)ver os traumas de nossa história, que se embaralham em Baía como efeitos que remetem aos princípios retóricos da colagem e da montagem, em temporalidades que dão a ver a ferida do passado na arte do presente. “Assim, dentro do contexto da cultura visual, realizo minha pesquisa imagética e busco referências nas quais posso me apropriar e ressignificar os mesmos artifícios utilizados na construção de todo um projeto semiótico e suas violências de raízes históricas que ecoam até a atualidade”, ressalta o artista visual.

“’Cruzado(s)’ explora poética e discursivamente a polissemia que seu título encerra. Uma reflexão pungente sobre a traumática história de nosso país, a partir de como a pintura, uma prática milenar e longamente associada a privilégios sistêmicos, pode promover uma crítica, por vezes amarga, aos apagamentos estratégicos de corpos e saberes que, da pintura acadêmica, se ausentaram ou nela se objetificaram, convertendo-a em uma poderosa ferramenta ideológica”, afirma o curador Marco Antônio Vieira.

Bate-papo

A abertura da mostra também contará com um bate-papo entre o artista, o curador, e os professores do departamento de Artes Visuais Nelson Silva Júnior e Patrícia Camera, da equipe da Diretoria de Assuntos Culturais da UEPG; com a participação do público. Entre os temas que serão abordados, estão as questões artísticas e as dimensões sociais, históricas e políticas que permeiam a série Cruzado(s), cultura visual e pesquisa imagética. A conversa acontece no auditório da Proex, a partir das 14h.

Das Assessorias

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