Projeto ensina alunos sobre importância da reciclagem de isopor
Em atuação desde 2016, ‘Planeta Amigo’ promove conscientização ambiental em escolas privadas de Ponta Grossa
Publicado: 07/05/2024, 16:29
O projeto ‘Planeta Amigo’ é uma promoção do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (SINEPE) e tem como objetivo de promover educação ambiental a partir da reciclagem do EPS - popularmente conhecido como isopor. O material é utilizado na fabricação de embalagens para acondicionamento, transporte e conservação de alimentos, mas não costuma ter destinação apropriada.
Desde 2016, o ‘Planeta Amigo’ realiza palestras e gincanas culturais em escolas privadas de Ponta Grossa. Neste ano, o projeto atua em sete instituições privadas de ensino do município. De acordo com Osni Mongruel Júnior, diretor regional do SINEPE, a iniciativa ajuda a formar uma geração de estudantes que faz diferente quando o assunto é reciclagem. “Ao trazer essas orientações para os alunos, além da qualificação da informação, você também contribui para formar pequenos consultores ambientais”, disse em entrevista ao Portal aRede.
Para além das palestras, os alunos também são convidados a participar de um concurso artístico com o tema “Cuidando do planeta”. Os melhores trabalhos são premiados com certificados e itens feitos a partir de isopor reciclado. Nas sete escolas participantes do projeto, também há pontos de coleta de EPS.
A partir das atividades, os organizadores buscam disseminar o conceito de economia circular, onde o produto é comprado e depois retorna para a cadeia produtiva sem comprometer os recursos naturais do planeta. “Se você não pensa o que acontece com o isopor depois do consumo, temos um problema ambiental sério”, alerta o educador ambiental Ivan Michaltchuk. “É difícil mudar um adulto. Por isso nosso focos é nas crianças, que vão levar essas informações”, completa.
O projeto ‘Planeta Amigo’ acontece em parceria com a Meiwa Embalagens e a Molduras Santa Luzia.
TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO - O isopor é um plástico feito de poliestireno expandido. De acordo com Michaltchuk, esse tipo de material é fotodegradável. Ou seja, se decompõe em exposição aos raios solares. A decomposição do isopor, a partir do contato com a luz solar, pode levar até 10 anos. No entanto, apesar de sumir visualmente, micropartículas desse resíduo ainda podem ficar em suspensão no ar.
O educador explica que se o isopor for jogado em aterro sanitário, que anaeróbico (não possui gás oxigênio), esse material toma espaço e pode impermeabilizar o solo do local. Em Ponta Grossa, a Lei Nº 13.564/2019 proíbe a destinação de materiais feitos de EPS no aterro sanitário municipal.
RECICLAGEM - Os materiais recolhidos nos pontos de coleta são enviados para cooperativas parceiras. Segundo Ivan Michaltchuk, todo EPS é processo por uma máquina, a partir de temperatura e pressão. O material é triturado e tem seu volume reduzido em 95%. O produto final é uma massa, que é vendida para uma indústria recicladora em Santa Catarina. “Estamos aproveitando algo que iria ser jogado no meio ambiente. Nas mãos de uma cooperativa, isso vira dinheiro. Para indústria, é matéria-prima”, reforça o educador.
NÚMEROS POSITIVOS - No primeiro ano de atuação, as cooperativas que fazem parte do 'Planeta Amigo' venderam 7 mil toneladas de material processado. Na pandemia, com o aumento no consumo de alimentos em casa, esse valor chegou a 25 toneladas/ano. Em oito anos, Ponta Grossa já enviou para reciclagem 125 toneladas de EPS. A venda do produto gerou para os agentes ambientais das cooperativas aproximadamente R$ 142 mil reais, segundo o SINEPE.