Suspeito de sequestro em PG é denunciado por tentativa de extorsão

O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia criminal contra um homem investigado por tentativa de extorsão mediante sequestro ocorrida no dia 11 de abril deste ano em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A ação penal foi proposta pela 8ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa e tramita na 1ª Vara Criminal da Comarca.

De acordo com as informações apuradas pelo Portal aRede, o denunciado abordou a vítima, uma médica, quando ela deixava o local de trabalho, uma clínica localizada no centro da cidade. Ele a perseguiu e tentou imobilizá-la com um golpe de mata-leão e uma arma de choque. No entanto, o crime não se consumou graças à intervenção de populares que ouviram os gritos de socorro da vítima e conseguiram conter o agressor.

O suspeito foi preso em flagrante pela equipe policial que chegou ao local. A partir do pedido do Ministério Público do Paraná, o réu está atualmente preso preventivamente. Agora, a denúncia seguirá seu trâmite na 1ª Vara Criminal da Comarca de Ponta Grossa, onde serão realizadas as próximas etapas do processo judicial. 

DEPOIMENTO - Com as investigações em andamento, o Portal aRede teve acesso exclusivo a um vídeo, que mostra o interrogatório do principal suspeito de tentar realizar o crime. Em depoimento ao delegado da Polícia Civil, Romeu de Melo Ferreira, o homem afirmou que nunca houve tentativa de sequestro e que tem uma dívida milionária com uma “organização”. O investigado segue preso e o processo tramita na 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa – assista abaixo o vídeo na íntegra.  

No início do interrogatório, o delegado da 13ª Subdivisão Policial (13ª S.D.P.) de Ponta Grossa explica a necessidade do depoimento e questiona o suspeito sobre os motivos de ele ter realizado a ação contra a médica. Segundo o homem, há um ano ele estaria sofrendo ameaças de uma organização. “Fui orientado a indicar um cliente meu, para eles fazerem essa abordagem (sequestro). Fiquei com medo do que poderiam fazer. Achei, uma besteira, e achei que seria mais fácil conversar com (nome da vítima)”, disse ao delegado. Para preservar à vítima e às investigações, o Portal aRede não citará os nomes dos envolvidos no caso.

Na sequência, ao ser questionado sobre os itens apreendidos com o suspeito, entre eles vários “enforca gatos”, o mesmo relatou que não seriam utilizados na vítima, mas, sim, para uma obra em casa e para prender seus cachorros – relembre os objetos apreendidos acessando aqui. No decorrer do depoimento, o delegado Romeu pede explicação sobre quem estaria exigindo dinheiro do homem. Porém, o suspeito preferiu não falar o nome da organização, mas, afirmou que sua família estaria sendo ameaçada constantemente, em razão de ele ter comprado dois caminhões. “Foi um negócio errado”, explicou.

Ainda durante o interrogatório, o suspeito relatou que repassou os veículos para dois clientes, e que esses não o teriam pago os valores integrais. O delegado de plantão no dia dos fatos, Romeu Ferreira, volta a questionar o porquê de ele estar sendo ameaçado. Segundo o suspeito, seus clientes não pagaram os veículos e os débitos acabaram ficando em sua conta – a dívida estaria girando em torno de R$ 3 milhões. Na sequência, o homem reforça que somente “queria conversar” com a médica, onde, de acordo ele, avisaria que ela estaria correndo risco – a vítima é filha de um empresário de Ponta Grossa. (RELEMBRE O CASO)