Páscoa em março pode impactar na venda de chocolates em PG
Pesquisa mostra que nem todos os consumidores comprarão chocolates nesta Páscoa; impostos vencendo em março podem influenciar na decisão de compra
Publicado: 26/03/2024, 16:45
A Páscoa está chegando e uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra que as compras devem ficar abaixo das registradas em 2023. Neste ano, 65% dos consumidores pretendem comprar, o que significa quase 107 milhões de brasileiros. Por outro lado, são 4 milhões a menos de pessoas que sairão às compras. O gasto médio deve ficar em R$ 237.
Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Ponta Grossa (Sindilojas), José Carlos Loureiro, a quantidade de vendas deverá ser menor – fato percebido em sua própria empresa – porém o volume em dinheiro tende a ser maior devido ao aumento nos preços das mercadorias nacionalmente.
Ele observa, também, que a comemoração da Páscoa no mês de março é fator que influencia na decisão de compra de parte dos consumidores, justamente pela proximidade do vencimento de tributos como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). “A Páscoa de abril sempre é melhor que a de março; no ano passado caiu no dia 09 de abril e foi uma boa Páscoa, mas, geralmente, quanto mais tarde a Páscoa é melhor para nós”, diz. “As fábricas de ovos de Páscoa, as grandes fábricas, elas diminuíram a cota de ovos para os supermercados prevendo esta Páscoa em final de março, que não é uma Páscoa de vender tanto chocolate, então hoje, se você for ao supermercado, já não tem mais ovos, tem só o que sobrou e vai vendendo até sábado”, completa.
A data comemorativa também movimenta as empresas especializadas em artigos para festas, que faturam com a comercialização de cestas, embalagens, fitas, entre outros produtos, porém numa escala bem menor que a dos supermercados, que comercializam também alimentos como peixes, bacalhau e vinhos.
HORÁRIO- Os supermercados abrirão na Sexta-Feira Santa (29) até as 20 horas. No sábado, o horário será normal, até as 22 horas. No domingo, não haverá expediente.
O comércio de rua também estará fechado nesta sexta. “Pode ser que na Sexta-Feira Santa algum comércio abra para vender alguma coisa de chocolate, alguma coisa de enfeite de Páscoa, neste sentido”, comenta. No domingo, as lojas estarão fechadas.
O Palladium Shopping Center estará aberto na Sexta-feira Santa, com lojas e quiosques funcionando das 14h às 20 horas, enquanto a Praça de Alimentação, opera entre 11h e 22 horas. No dia 31, Domingo de Páscoa, as lojas e os quiosques estarão fechados. A Praça de Alimentação funcionará das 11h às 22 horas. Em ambos os dias, o cinema funcionará conforme a programação disponível no site.
Procura por chocolates aumentou na última semana
Na opinião do empresário do ramo supermercadista, César Tozetto, houve um atraso no início das vendas de produtos de Páscoa. “A venda começou forte na última sexta-feira”, fala ao se referir a sua empresa.
César comenta que é comum a última semana que antecede a data comemorativa ser mais forte e importante, porém se comprado com os anos anteriores, neste o movimento foi devagar até o fim da semana passada e a explicação pode estar na onda de calor, que reduz o desejo do consumidor por chocolates.
Por outro lado, César observa que alguns modelos de ovos de Páscoa se esgotaram rapidamente, como os temas infantis.
Em relação à quantidade comprada neste ano, o empresário explica que comprou praticamente o mesmo volume do ano passado em se tratando de chocolate nacional, preferindo investir nas marcas importadas e ofertando ao público produtos da Bélgica e da Alemanha, por exemplo. E são os importados que caíram no gosto dos consumidores que optam pelos bombons para presentar também no Dia das Mães e dos Namorados.
Pesquisa aponta que menos pessoas presentearão
Segundo a pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CND) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o chocolate, estrela da festa, já não aparece mais em todas as listas. 30% das pessoas ouvidas disseram que vão priorizar o pagamento de dívidas, 25% cortaram o item porque estão desempregados e 22% não gostam ou não têm costume presentear na Páscoa.
Já aqueles que vão comprar ovos de chocolate ou bombons apontam filhos, cônjuges e mãe como os principais presenteados.
Ainda de acordo com a pesquisa, o pagamento à vista, principalmente por Pix, será o meio mais utilizado, citado por 77% dos entrevistados.
Lojas físicas lideram na preferência das compras, principalmente os supermercados. Os principais fatores que influenciam na escolha são a qualidade e o preço dos produtos.
Mais da metade dos consumidores, 54%, acham que, de modo geral, os preços estão mais caros este ano.
A pesquisa aponta um dado preocupante em relação ao controle de gastos dos consumidores: 33% dos que pretendem comprar chocolates e presentes possuem contas em atraso, sendo que 66% destes estão com o nome sujo.
Neste mesmo cenário, 24% dos que vão às compras admitem que costumam gastar mais do que suas finanças permitem para presentear na Páscoa e 9% até deixarão de pagar alguma conta para comprar produtos tradicionais da época. (Das Assessorias)