Moradores denunciam furtos e ameaças na região central de PG
De acordo com quem vive na região, crimes seriam cometidos por pessoas em situação de rua que se aglomeram nas proximidades da Casa de Acolhimento Maria Isabel Wosgrau
Publicado: 15/01/2024, 10:12
Moradores da região central de Ponta Grossa, especialmente os que vivem nas proximidades da Casa de Acolhimento Maria Isabel Wosgrau, entraram em contato com o Portal aRede para denunciar crimes e ameaças que teriam recebido de pessoas em situação de rua que circulam pela região diariamente. Segundo o relato dos moradores, a situação teria saído de controle após o suposto fim das rondas realizadas pela Guarda Civil Municipal nas ruas do entorno da Casa; em nota, a Prefeitura negou o encerramento das atividades.
“Desde o dia 23 de dezembro, a Guarda Municipal começou a não ficar mais por ali, de plantão, sendo que antes ficava. A Casa só abre a noite, mas as pessoas começam a se aglomerar por volta das 4 da tarde e ficam consumindo drogas e bebidas alcoólicas, além de ameaçar e coagir os moradores das casas e prédios da região. Eu e o meu namorado, por exemplo, temos medo de sair de casa”, disse a moradora Solange Oliveira.
Outra moradora que vive na região, mas não quis se identificar por questões de segurança, comentou que os furtos são comuns desde a saída da Guarda. “Eles pulam os muros das residências e chegam a levar até os números das casas, supondo que são de bronze e podem ter algum valor comercial”, disse. “Recentemente, na semana passada, vi um morador passeando com um cachorro e quase sendo agredido por eles, estamos vivendo dias de horror”, ressalta.
INVASÃO – Como as aglomerações dos moradores em situação de rua se tornaram rotineiras, de acordo com quem vive na região, o grupo teria invadido um terreno que fica na esquina das ruas Barão de Teffé e Generoso Marquês dos Santos e se instalado no local. “Eles jogam lixo e fezes no terreno, deixando um cheiro insuportável”, conta Solange, que ainda denuncia a ausência da Organização Não-Governamental (ONG) que supostamente teria o compromisso de atender as pessoas em situação de vulnerabilidade durante o dia.
“Não há nenhuma interferência da ONG que está responsável por essa casa, não vem ninguém da prefeitura aqui também. A gente sabe que a ONG foi terceirizada para cuidar disso recebe um valor para cuidar e não tá sendo cuidado”, critica. Segundo Solange e outros moradores ouvidos pela reportagem, mais de 15 denúncias foram feitas no Protocolo 156 da Prefeitura e os casos também foram reportados em boletins de ocorrência à Polícia Militar (PM).
Prefeitura nega fim de rondas da Guarda
Em nota enviada ao Portal aRede, a Prefeitura Municipal rebateu as denúncias dos moradores. “Sobre o assunto mencionado, a Secretaria de Cidadania e Segurança Pública informa que não houve, nem haverá, interrupção das ações de segurança na região, que seguem sendo feitas normalmente pelas equipes da Guarda Civil Municipal. Em relação à contratação de instituição para atendimento durante o período da tarde, a informação repassada não procede. A atuação da instituição é relacionada à gestão da Casa de Acolhimento durante o período noturno, função que vem sendo desempenhada normalmente”, disse o comunicado.
No entanto, a partir dos casos relatados pelo Portal aRede, o município destacou “que irá reforçar as ações de segurança na região e que já avalia a promoção de ações para otimizar o atendimento e acolhimento prestado à população em situação de rua”, completa a nota.