Casa de idosos em PG é interditada após denúncia

Após uma série de denúncias anônimas recebidas pelo Portal aRede e Jornal da Manhã, foi confirmado que a Casa de Repouso Doce Lar Cavanis, localizada no bairro Uvaranas, em Ponta Grossa, foi submetida a uma interdição cautelar pela Vigilância Sanitária. As acusações incluíam a falta de condições adequadas de cuidados para os idosos e a suposta ocorrência de casos de covid-19 nas instalações. Também tiveram relatos sobre a falta de pessoal e cuidados inadequados.

Após a publicação da notícia, o advogado Rogério de Paula entrou em contato com o Portal aRede para esclarecer a situação sobre a Doce Lar Cavanis. Por isso, a matéria foi editada conforme a fala oficial da instituição. 

Investigação 

O Ministério Público do Paraná confirmou a interdição do abrigo Doce Lar Cavanis após uma vistoria realizada no dia 23 de agosto deste ano. Os idosos que residiam no local foram acolhidos e realocados para outras instituições de cuidados ou retornaram para suas famílias, cumprindo um prazo de cinco dias estabelecido pelas autoridades. Durante uma inspeção subsequente, realizada em 30 de agosto, constatou-se que o abrigo estava vazio, e os idosos foram encaminhados para outras instalações por ordem da Promotoria de Justiça.

Falta de Informações

As denúncias revelaram supostas irregularidades na gestão do local. Uma das fontes anônimas relatou uma situação em que uma senhora sofreu um acidente e não recebeu socorro adequado, vindo a falecer posteriormente. Além disso, foram mencionadas condições precárias de alimentação e cuidados para os residentes. 

A falta de informações sobre a real gestão do abrigo também foi ressaltada. Outra fonte anônima apontou que o abrigo era gerenciado por alguém cujo nome não constava no CNPJ da empresa, levantando questionamentos sobre a legalidade da administração. As fontes também afirmaram que os idosos estão sendo realocados para o Doce Lar Cavanis no bairro da Boa Vista.

Nota de esclarecimento 

Na noite de quinta-feira, o advogado Rogério de Paula, representando a instituição Doce Lar Cavanis, esclareceu ao Portal a Rede os eventos recentes. No situação relatada pelo Ministério Público, que envolveu falta de atendimento a uma idosa após um incidente fatal, Paula assegurou que a Casa de Repouso Doce Lar Cavanis ofereceu assistência completa à idosa. Ele afirmou que as filmagens da ocorrência foram disponibilizadas e medidas adequadas foram tomadas para direcionar o atendimento médico necessário.

Em relação às alegações de "condições precárias de alimentação", Paula esclareceu que a instituição possuía um cardápio elaborado por um nutricionista, com uma lista de compras igualmente planejada por este profissional.

Também esclareceu que nenhum idoso foi transferido para a Casa de Repouso Doce Lar Boa Vista, sendo todos encaminhados para outras instituições na cidade, conforme constatado pelo Ministério Público.

Quanto aos supostos casos de COVID-19 na instituição, segundo o advogado, ocorreu que uma funcionária foi confirmada e imediatamente afastada, em data que coincidiu com a interdição, mas não é este o motivo que ensejou o fechamento do lar que se deu por falta de adequações solicitadas pela Vigilância Sanitária. 

Silêncio

O Portal aRede tentou contato com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa para saber as ações da Vigilância Sanitária. Entretanto, não houve um retorno até o fechamento dessa notícia. 

Irmãos Cavanis 

O padre Edemar de Souza, diretor-executivo da Casa da Criança e do Adolescente Irmãos Cavanis de Ponta Grossa, que abriga jovens de 6 a 17 anos e 11 meses, entrou em contato com o Portal aRede para esclarecer a situação. De acordo com ele, a Casa de Repouso Doce Lar Cavanis, situada na Rua Siqueira Campos, Uvaranas, não mantém nenhum vínculo com a Casa da Criança e do Adolescente Irmãos Cavanis de Ponta Grossa.

Segundo o Pe. Edemar, a Casa de Repouso Doce Lar Cavanis, sediada em outro endereço, foi alugada pela Congregação Cavanis a uma entidade que realiza atividades de acolhimento de idosos, e que carrega o nome Cavanis em seu título. No entanto, é fundamental esclarecer que as duas instituições operam de maneira independente e não possuem qualquer relação jurídica entre si.