Construção civil projeta recorde de contratações na região com MCMV
Novas regras do Minha Casa Minha Vida estão valendo há quase um mês. Aumento no ‘teto’ da ‘faixa 2’ e da ‘faixa 3’, e forte retomada do ‘faixa 1’ deverão aquecer o setor nos próximos meses
Publicado: 03/08/2023, 18:44
As novas regras do programa de habitação ‘Minha Casa, Minha Vida’ (MCMV) geram grandes perspectivas para os construtores e perspectivas de contratações recordes junto aos municípios dos Campos Gerais. Em vigor há quase um mês (elas estão valendo desde 7 de julho), os impactos já são perceptíveis no mercado como um todo, informou o presidente da Associação Paranaense de Construtores (APC) Fabiano Gravena Carlin, em entrevista ao Portal aRede. Ele detalha as principais novidades e reforça o otimismo, principalmente para a expansão da construção civil nas cidades de menor porte.
“O programa que incentiva a construção civil é um impulsionador da economia e de maneira muito rápida. Ao facilitar o acesso ao crédito, a perspectiva é de aquecer o mercado em um curto espaço de tempo – e já está aquecendo, na verdade. Então isso vai afetar o mercado com a geração de emprego, geração de renda, porque o imóvel é comprado com um dinheiro que não estava circulando e é injetado na economia”, informou Fabiano Gravena, assegurando que há perspectivas ótimas para projetos de pequenas, médias e grandes construtoras.
Para Ponta Grossa, o empresário lembra que a mudança do Plano Diretor dificultou a viabilidade de projetos, mas acredita que, com reuniões com o Executivo e Legislativo, possa haver flexibilizações, permitindo um grande aquecimento do setor na cidade. “A expectativa do Governo [Federal], dos dados que temos acesso do Governo, é um número de contratações recordes de imóveis. Então a perspectiva para Ponta Grossa acredito que não seja diferente: havendo essa flexibilização das regras [do Plano Diretor] para que o construtor possa construir, a perspectiva realmente é que venha acima do que era antes da pandemia”, relatou, destacando o grande potencial diante do forte momento de desenvolvimento pelo qual o município passa.
Déficit
Para cidades de médio porte, como Ponta Grossa, o teto da ‘faixa 2’ do programa (famílias com renda até R$ 4,4 mil) passou a ser de R$ 245 mil, o que amplia o leque de ofertas de imóveis dentro do programa. Além do mais, há o reforço do ‘faixa 1‘ (famílias com renda até R$ 2.640). “Essa é a grande novidade: nos governos anteriores, tinha sido deixada de lado, e agora volta com força. O subsídio é bem grande, passando de 90%, e a pessoa paga um valor pequeno para ter o imóvel”, disse, recordando que o déficit habitacional em Ponta Grossa, segundo levantamento da Cohapar, passava de 17 mil famílias. “A falta de moradia ocasiona vários problemas para as famílias e município. A Expectava é que esse déficit seja combatido e a cidade continue a crescer e se desenvolver”.
Região
Quanto aos municípios da região, como o teto da ‘faixa 2’ do programa foi elevado, o horizonte se abre para novas obras nesses locais. Gravena recorda que o teto antes girava em torno de R$ 150 mil, valor que agora passa a ser de R$ 190 mil (cidades abaixo de 100 mil habitantes). “Para vários municípios da região, que até então, não era atrativo para as construtoras atender, agora a tendência é que as empresas migrem para as cidades menores, porque você tem uma gama maior de imóveis que pode oferecer para a população comprar”, informa.
Subsídios
Fabiano Gravena detalha que outro grande diferencial do programa é o aumento do valor do subsídio. Agora, ele pode chegar até a R$ 55 mil, no caso do ‘faixa 2’. “O subsídio é escalonado de acordo com a renda familiar. Quanto menor a renda, maior o subsidio, em linhas gerais. Hoje, quem tem até R$ 1,6 mil de renda, pega subsídio máximo – por exemplo, uma família de uma pessoa com um dependente, chega a R$ 49 mil de subsídio para um imóvel pronto, e se for na planta, chega a R$ 55 mil. E é um dinheiro que o governo literalmente dá para a compra”, esclarece. A taxa de juros no ‘faixa 2’ parte de 4,25% ao ano na região Sul. Já para o ‘faixa 3’, que inclui famílias com renda de até R$ 8 mil, o teto para a compra é de R$ 350 mil em qualquer cidade do Brasil, sem subsídios, mas com taxas de juros inferiores a 8% ao ano.