Elizabeth pedirá apoio a Lula por projeto bilionário do Exército
Prefeita está em contato com lideranças em Brasília para que Ponta Grossa receba escola do Exército em investimento de até R$ 1,8 bilhão
Publicado: 05/06/2023, 20:09
A prefeita Elizabeth Schmidt (PSD) tem se articulado com lideranças do Governo em Brasília para que Ponta Grossa seja sede de uma escola do Exército. Com investimento que pode chegar até a R$ 1,8 bilhão e trazer 4 mil famílias, a Escola de Sargentos das Armas (ESA) teve sede definida no fim de 2021 para o Grande Recife, mas impacto ambiental na região pode fazer obra mudar de localidade.
Para o projeto ser viabilizado em Ponta Grossa, será enviada em Moção de Apelo de autoria do vereador e líder do governo local, Julio Kuller. Em sessão realizada nesta segunda-feira (5) na Câmara, vereador disse que Moção tem o objetivo de que deputados a nível estadual e federal engajem para trazer a ESA para a cidade. Além disso, segundo o parlamentar, documento será entregue em mãos para o presidente Lula.
Julio Kuller disse que Ponta Grossa já possui um terreno adequado para receber a escola do Exército, localizado na região de Itaiacoca. “Eu até falei com a prefeita e ela disse que se mobilizou, e que já estava entrando em contato com representantes em Brasília para que nós levemos novamente o projeto ao Lula”, disse o parlamentar na Sessão Ordinária desta segunda-feira (5).
A Moção de Apelo será protocolada na quarta-feira (7) e deve entrar em discussão na Ordem do Dia de 12 de junho. Julio Kuller também se mostra confiante de que o Governo reconsidere Ponta Grossa como opção para a ESA: “acredito que temos chance sim, pois éramos os primeiros colocados na lista de três cidades. Tem problema por lá [Grande Recife] em virtude do desmatamento da Mata Atlântica, estamos confiantes”, disse o vereador em conversa com o Jornal da Manhã.
Problema
O projeto aprovado no Grande Recife está dentro de uma área de proteção ambiental e tem sido questionado por ambientalistas por causa do desmatamento previsto em área de mata atlântica. Entidades têm pressionado o governo Lula a rever o local da futura escola, escolhida ainda na gestão Bolsonaro.
Para a obra, será necessário o desmate de 188 hectares, área equivalente a 174 campos de futebol, para a construção do local. ““Nós estamos falando da maior destruição ambiental do bioma no século 21 em Pernambuco, estado que se destaca por ter um dos menores residuais de mata atlântica no Brasil”, diz Herbert Tejo, presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia.
Desmatamento freia construção
Pernambuco concorreu com Ponta Grossa e uma cidade do Rio Grande do Sul pela escola, mas agora enfrenta pressão de entidades ambientalistas que apontam desmatamento da mata atlântica em Área de Proteção Ambiental, a maior do estado. Pelo projeto original, a escola ficaia na área do município de Abreu e Lima (região metropolitana do Recife), mas a APA abrange outros cinco municípios: Araçoiaba, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Igarassu e Paudalho.