UEPG firma parceria com a Ambev para tratamento de águas residuais
A parceria é para o desenvolvimento e construção de um sistema de filtragem e tratamento de águas de brassagem, um processo de combinação de mistura aquecida de grãos e água, para fabricação de cerveja
Publicado: 29/05/2023, 17:35
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em parceria com o Centro de Excelência em Engenharia da Cervejaria Ambev, firmou parceria para desenvolver, analisar e construir um sistema de filtragem e tratamento de águas de brassagem. O objetivo é minimizar o impacto causado pelo despejo de águas residuais. O acordo foi firmado em 19 de maio, na Cervejaria Adriática de Ponta Grossa. O planejamento é fazer a construção piloto do biofiltro, para justes e análises da eficiência do sistema, para posterior construção de um sistema em escala maior. A longo prazo, a parceria poderá render pedido de registro de patente.
A brassagem é o processo de combinação de mistura aquecida de grãos e água, para fabricação de cerveja. O projeto oferece benefícios financeiros para a empresa – retorno da água tratada para uso interno e diminuição de impactos ambientais gerados pela liberação de efluentes não-tratados. Na UEPG, a pesquisa será conduzida pela professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública, Mariele Katherine Jungles. “O papel da Universidade é justamente esse, de produzir tecnologias para as empresas para que possamos aplicar nosso conhecimento e transformar e melhorar a realidade”, destaca.
A expectativa da professora é conseguir gerar água de reuso para a empresa. “Essa água da brassagem contém uma grande quantidade de matéria orgânica carbonácea e nós vamos criar um biofiltro como material de suporte”, explica. O material irá criar um biofilme, uma película viscosa, para fazer o tratamento da água. “Essa água, então tratada, poderá ser utilizada pela própria empresa para diferentes destinações, como lavagem de toneis, por exemplo. A água que iria ser destinada para estação de tratamento retorna para o processo da empresa”, completa.
O biofiltro é uma alternativa viável e econômica para o tratamento das águas, pois requer pouca área para implementação. Com o trabalho, a equipe pretende, além do proposição de patente, estudar linhagens de tolerância e degradação da matéria orgânica, publicar artigos científicos e obter critérios operacionais para construção de um sistema em escala real. O reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto, ressalta que parcerias com empresas e indústrias são fundamentais. “Tanto para o desenvolvimento regional, como para dar oportunidade de formação de nossos alunos e também de colocar a serviço da nossa comunidade a competência instalada nas nossas instituições. A parceria com a Ambev, nesse sentido, estratégica para a UEPG”, explica.
“Para nós da UEPG, auxiliar na resolução de problemas reais da sociedade, a partir da expertise dos nossos pesquisadores, é algo fundamental, que expressa a razão de ser de uma universidade pública”, destaca Miguel Archanjo de Freitas Júnior, que intermediou a parceria. Para ele, a parceria também permite que alunos da graduação coloquem em prática o que aprendem em sala de aula. “Estamos muito felizes em concretizar esta parceria, depois de quase dois anos de negociações. Temos certeza que será o início de uma parceria que veio para ficar e, principalmente, para fazer a diferença na vida das pessoas”, completa.
Parceria
A diretora da Cervejaria Adriática em Ponta Grossa, Ligia Gomes Souto De Souza, destaca que a parceria trará excelentes frutos. “A Ambev tem como uma prioridade o compromisso com a sustentabilidade. Desenvolver esse projeto junto à Universidade, para poupar um recurso tão nobre e escasso quanto a água, é mais um passo dessa jornada”. Segundo Ligia, os alunos da UEPG e o time da cervejaria terão a experiência de ampliar um projeto piloto a uma escala industrial. “Isso torna o impacto dessa solução ainda maior. Estamos animados e enérgicos pela implementação e resultados dessa iniciativa em conjunto”.
Com a parceria, os alunos bolsistas do projeto irão trabalhar diretamente na empresa por 20 horas semanais. As atividades estarão aliadas aos testes de condições operacionais e análises laboratoriais. “Estamos muito empolgados com o potencial desse projeto, além de contribuir com o alcance dos nossos sonhos dentro da Ambev, essa parceria também contribui com o o desenvolvimento de pesquisas no mundo acadêmico”, finaliza o especialista corporativo de energia e fluídos da Ambev, Luis Fernando Krul.
Com informações da Universidade Estadual de Ponta Grossa