Lideranças se mobilizam para manter atendimentos do SUS no Bom Jesus

Para garantir o atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital do Coração Bom Jesus, lideranças de Ponta Grossa estão mobilizadas para resolver o impasse entre a entidade hospitalar e o Governo do Estado. Em nota à imprensa, o hospital confirmou que suspendeu os atendimentos cardiológicos para novos pacientes do SUS em decorrência de valores em aberto com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) que somam a quantia total de R$ 4,7 milhões. A deputada estadual Mabel Canto (PSDB) cobrou, na Assembleia Legislativa do Paraná, providências para a situação do Hospital Bom Jesus.

“Já faz algum tempo que venho falando sobre a situação do Bom Jesus e os recursos que o hospital diz que tem a receber. Agora essa notícia é grave. Temos um hospital referência na área do coração e estamos tendo que mandar para outros municípios. A Sesa alega que não deve nada. O Bom Jesus diz o contrário. Através de expediente da Assembleia, questionamos se a Sesa pagou ou não. Estamos pedindo os comprovantes de pagamento para saber de fato o que a Sesa deve para o Bom Jesus”, pontuou Mabel.

MOBILIZAÇÃO

A situação também está sendo acompanhada pela Câmara de Vereadores, que afirma que o assunto é urgente e precisa de uma averiguação rápida. “Nós, vereadores, apoiaremos as ações necessárias e, juntos dos deputados que representam as causas dos ponta-grossenses, buscaremos auxiliar na resolução do impasse”, disse o presidente da Casa, Filipe Chociai. A Prefeitura afirmou que está acompanhando o caso e também já está em contato com a SESA para avaliar a situação do Hospital Bom Jesus.

A ACIPG também está mobilizada sobre o caso. “Recebemos com extrema preocupação essa notícia e imediatamente entramos em contato com os órgãos responsáveis nos colocando a disposição, porque entendemos que o Hospital presta um fundamental trabalho na área da saúde pública”, declarou o diretor de Saúde da entidade, Eduardo Bacila.

Para a deputada Mabel Canto, a manutenção das atividades no Bom Jesus é uma luta de todos. “Todos devemos estar unidos nessa questão. Prefeita, vereadores e deputados, de Ponta Grossa e região. Temos que atuar para manter a cardiologia no Bom Jesus, que é referência para oito municípios, para mais de 1,5 milhão de pessoas. Não podemos permitir que mais uma porta da saúde seja fechada e deixar a saúde na região em condição ainda mais crítica”, aponta Mabel.

REPASSES

A Sesa, por meio da 3a Regional de Saúde, informou que possui contrato vigente com o Hospital do Coração Bom Jesus e que todos os pagamentos relacionados ao contrato de prestação de serviços foram realizados. “A contratualização entre a Sesa e o hospital prevê que qualquer interrupção de serviços deve ser comunicada ao Estado com pelo menos 60 dias de antecedência - o que não ocorreu neste caso da cardiologia. A Sesa ressalta que nenhum paciente está desassistido e que as demandas continuam sendo reguladas pela Central de Leitos Estadual”