Incêndio em hotel de PG pode ter sido criminoso
Instalado no Quadrilátero Histórico, prédio antigo foi devastado pelas chamas nesta quarta-feira (3)
Publicado: 03/05/2023, 16:06
O incêndio registrado na madrugada desta quarta-feira (3), no histórico Hotel Santa Cruz, no cruzamento das ruas Tenente Hinon Silva com a Tenente Pinto Duarte, na área central de Ponta Grossa, pode ter sido criminoso. Em entrevista ao Portal aRede, a proprietária do imóvel afirma ter ocorrido uma discussão entre um grupo de rapazes e em seguida um estrondo. Ela acredita que alguém lançou um coquetel molotov (arma química incendiária) ao interior do prédio. O caso poderá ser investigado pela Polícia Civil.
O fogo começou por volta das 3h e foi controlado apenas ao amanhecer por equipes do 2º Grupamento de Bombeiros. Pelo menos 80% do prédio foi destruído e outros 20% restantes estão condenados e devem ter suas paredes demolidas. Por conta do incêndio, que atingiu a rede de energia elétrica, toda a região ficou sem luz até às 12h, causando prejuízos principalmente ao comércio.
A atuação pontual de policiais militares foi importante para evitar que imóveis ao entorno fossem atingidos. A equipe fazia patrulhamento na região e ao perceber fumaças saindo pelas janelas e pelo telhado, imediatamente acionou o Corpo de Bombeiros. O espaço também foi fechado para a circulação de veículos e de pessoas. Dentro do imóvel havia um homem. Ele inalou fumaça, foi avaliado clinicamente na ambulância e liberado.
Morte no hotel
O hotel que pegou fogo tem histórico de crime. Em julho do ano passado, Braian Lucas Chaves dos Santos, 25, foi morto a tiros. A Polícia Civil divulgou que durante o curso das investigações constatou-se que o crime teria sido praticado por dois indivíduos. “Um dos autores, nas imediações do hotel, entregou a arma de fogo a outro indivíduo, que ingressa no imóvel e executa a vítima e retorna devolvendo a arma e, em seguida, ambos correm para lados distintos”, pontuou a autoridade policial.
O homem que repassou a arma para o autor dos disparos foi identificado como Paulo Sérgio Machado, 31. Ele morreu horas depois, na periferia de Ponta Grossa, ao trocar tiros com policiais militares. “Ressalta-se que quando do confronto armado, foi localizado arma de mesmo calibre a utilizada no homicídio de Braian, assim como foi localizado o capacete que o suspeito portava quando repassou a arma para o atirador”, informou a 13ª SDP.
Com o aprofundamento das investigações, foi identificado também o autor dos disparos, razão pela qual a Polícia Civil, por intermédio do delegado de Polícia que preside as investigações, representou, preenchidos os requisitos legais, pela prisão preventiva do suspeito. Após parecer favorável do Ministério Público e deferimento das cautelares pelo Poder Judiciário, em setembro do mesmo ano outro envolvido no crime foi preso.