Oficina em PG inicia a revisão do Plano de Manejo da Escarpa Devoniana
Debate reuniu Poder Público, Sociedade Civil, universidades, pesquisadores, cooperativas de alimentos e instituições de meio ambiente, e serviu para coletar informações sobre a realidade atual da Unidade de Conservação
Publicado: 18/04/2023, 17:48
O Instituto Água e Terra (IAT), órgão ligado à secretaria estadual do Desenvolvimento Sustentável, deu início ao processo de construção coletiva da revisão do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual da Escarpa Devoniana. É a maior Unidade de Conservação (UC) do Paraná com quase 400 mil hectares de área, distribuídos por 13 municípios.
A primeira oficina consultiva sobre a remodelação do plano de manejo ocorreu nesta terça-feira (18), no Centro de Cultura de Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O evento contou com o apoio técnico da STCP Engenharia de Projetos, empresa vencedora da licitação pública para a construção do Plano de Manejo.
O debate reuniu representantes do poder público, sociedade civil organizada, universidades, pesquisadores, cooperativas de alimentos e instituições ligadas ao meio ambiente, e serviu para coletar informações sobre a realidade atual da Unidade de Conservação. É com base nesse diagnóstico colaborativo que se reformará o Plano de Manejo da APA, indicando caminhos para o planejamento da gestão do parque. A busca é pela construção de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável da região, conciliando o uso da terra à conservação ambiental. Uma outra oficina, desta vez com duração de três dias, está prevista para ocorrer no segundo semestre para finalizar o documento.
A Escarpa Devoniana é uma faixa com terreno elevado, que se estende do Norte paranaense, na divisa com o Estado de São Paulo, até o Rio Iguaçu, quase chegando aos limites de Santa Catarina. Ocupa uma área de 392,3 mil hectares. Nas bordas a Leste e a Oeste, é caracterizada por grandes paredões rochosos, que delimitam o primeiro e o segundo planalto do Paraná. A APA da região compreende áreas dos municípios de Arapoti, Balsa Nova, Campo Largo, Carambeí, Castro, Jaguariaíva, Lapa, Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Sengés e Tibagi.
O QUE É
O Plano de Manejo é um documento que reúne um conjunto de atividades que poderão ser realizadas nos limites das Unidades de Conservação para que elas possam cumprir com o objetivo de proteger o ecossistema local.
Ele estabelece diretrizes básicas para o manejo das unidades, sendo reavaliado constantemente de modo a manter-se sempre atualizada. Não se restringe apenas à área da unidade, mas avança para a vizinhança, prevendo parcerias com prefeituras, organizações da sociedade civil, moradores e empresas, tendo em vista a proteção ambiental das áreas naturais protegidas.
“O Ministério Público do Paraná vai participar e colaborar com a construção deste planejamento. Um dos focos do MP é justamente trabalhar com as prioridades dos Campos Gerais, neste caso o uso adequado da Escarpa Devoniana”, destacou Fábio Grade, Promotor Público e coordenador regional do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), órgão vinculado ao MPPR.
“Precisamos conduzir a área de preservação ambiental para que ela seja também produtiva, encontrando mecanismos de união de interesses, por isso essa discussão é tão importante”, acrescentou o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto.
“A Escarpa conta com elementos ambientais e econômicos, incorpora a parte produtiva do Paraná, mas também os elementos naturais e turísticos. É justamente a busca deste equilíbrio que estamos buscando, o caminho ideal da sustentabilidade”, explicou o chefe regional do IAT nos Campos Gerais e diretor do Parque Estadual da Escarpa Devoniana, Ivan Loureiro.
Com informações da Agência Estadual de Notícias