Católicos de PG revivem a tradição da Semana Santa
Neste período, se comemoram os mistérios da salvação a partir da recordação da última semana da vida de Jesus Cristo
Publicado: 04/04/2023, 13:34
A missa do Domingo de Ramos (2) abriu a Semana Santa para os católicos. Por todo o mundo, em todas as paróquias, fiéis saíram pelas ruas em procissão, carregando e agitando ramos abençoados por padres momentos antes, em uma referência à entrada de Jesus em Jerusalém. Na Praça de São Pedro, o Papa Francisco convidou os cristãos a viver as tradições da Igreja durante esta Semana Santa guiados por Maria: “Convido vocês a viver a Semana Santa como nos ensina a tradição do santo povo fiel de Deus, isto é, acompanhar o Senhor Jesus com fé e com amor”, orientou o Papa.
Segundo o pontífice, é preciso aprender com a Mãe, a Santíssima Virgem Maria: “ela seguiu o seu Filho com a proximidade do seu coração; ela era um só espírito com Ele e, embora não entendesse tudo, se entregava junto com Ele, totalmente, à vontade de Deus Pai. Que Nossa Senhora nos ajude a estar perto de Jesus presente nas pessoas que sofrem, que são descartadas, abandonadas. Que Nossa Senhora nos leve pela mão até Jesus presente nestas pessoas”, destacou Francisco.
A Semana Santa é um momento sagrado para os cristãos. Nela se comemoram os mistérios da salvação a partir da recordação da última semana da vida de Jesus Cristo. Para bem celebrá-la, as igrejas realizam o Tríduo Pascal, que começa na Quinta-Feira Santa, passando pela Sexta-Feira Santa da Paixão e, tendo como ponto de chegada o Sábado Santo, “nos anima a caminhar como discípulos de Jesus que se faz servo, que abraça as nossas cruzes e sofrimentos e é a luz da vida ressuscitada, no caminho da fé”, explica o padre Ademir da Guia Santos, lembrando que o Tríduo Pascal é uma única celebração em três atos: Missa do Lava Pés (quinta-feira), Celebração da Paixão de Cristo (sexta-feira) e Vigília Pascal (sábado). Começa na quinta e segue até sábado. “Por isso a importância de participar destes três atos de Jesus. Se não, creio que fica incompleto”, acrescenta.
Na Quinta Feira Santa, de acordo com a realidade de cada Diocese, é realizada uma celebração eucarística onde é feita a consagração do óleo do Crisma e a benção do óleo dos catecúmenos e dos enfermos, que serão usados durante o ano de 2023. “Nesta celebração, todo o clero junto ao bispo faz a renovação das promessas sacerdotais. Em nossa Diocese é feita na parte da manhã, às 9 horas, na Catedral Sant’Ana. A bênção do óleo dos enfermos e do óleo dos catecúmenos e a consagração do Crisma são feitas normalmente pelo bispo na quinta-feira da Semana Santa, na missa própria. Esta missa, que o bispo concelebra com o seu presbitério é sinal de comunhão dos presbíteros com o seu bispo. Convém, portanto, que todos os presbíteros, tanto quanto possível, participem dela, e nela comunguem sob as duas espécies. Na homilia, o bispo exorta os seus presbíteros a serem fiéis aos seus cargos e convida-os a renovarem publicamente as promessas sacerdotais.
Lava-pés
As celebrações do Tríduo Pascal, que começam com a missa da Quinta-Feira Santa com a Instituição da Eucaristia, o nascimento do sacerdócio ministerial, e o gesto do amor que se faz doação e serviço, no lava-pés. “Em cada missa, Jesus continua se oferecendo e nos amando doando a Sua vida por nós e para nós. Nesta celebração, o presidente da celebração eucarística lava os pés de algumas pessoas escolhidas pela comunidade, em muitos casos, de acordo com a temática da Campanha da Fraternidade. Ao final, acontece a Transladação do Santíssimo Sacramento com a reserva eucarística, haja visto, que somos convidados a vigília orante e também para termos as espécies do pão consagrado para a celebração de Sexta-Feira da Paixão de Cristo, quando não há missa, há somente uma celebração com a distribuição das hóstias consagradas”, detalha padre Ademir.
Paixão do Senhor
Na tarde da sexta-feira, às 15 horas - a não ser que razões pastorais aconselhem horas mais tardias - procede-se à celebração da Paixão do Senhor, que consta de três partes: Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão Eucarística. Neste dia, a sagrada comunhão só pode ser distribuída aos fiéis durante a celebração da Paixão do Senhor, mas poderá ser levada a qualquer hora aos doentes que não possam participar da celebração.
“Nesta celebração, vivemos com Jesus a sua vida doada e entregue por amor. Vivemos na fé com Jesus a dor, o sofrimento, a rejeição, o mistério da maldade humana e a misericórdia de Deus. Junto com Jesus colocamos as nossas cruzes com o significado de missão e das resistências que enfrentamos para viver o Reino de Deus. Olhando para a Cruz de Jesus, percebemos o olhar de Jesus olhando com amor e os braços abertos para nos acolher. É feita uma coleta para os lugares santos, como testemunho de partilha e ajuda aos cristãos católicos que vivem na Terra Santa”, argumenta.
Sábado Santo
No Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte, e abstendo-se (desnudado o altar) do sacrifício da missa até que, após a solene Vigília em que espera a Ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa, que transbordarão por 50 dias até a festa de Pentecostes.
Segundo antiquíssima tradição, a noite é “uma vigília em honra do Senhor” (Ex 12,42). “Assim os fiéis, segundo a advertência do Evangelho (Lc 12,35ss), tendo nas mãos lâmpadas acesas, sejam como os que esperam o Senhor, para que ao voltar os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa. Deste modo, se realiza a vigília desta noite: após breve celebração da luz (primeira parte da vigília), medita a Igreja sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua palavra e sua promessa (segunda parte ou liturgia da Palavra), até que, aproximando-se a manhã da ressurreição, seja convidado, com os membros que lhe nasceram pelo batismo (terceira parte), a participar da mesa que o Senhor lhe preparou por sua morte e ressurreição (quarta parte). Toda a Vigília Pascal seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do anoitecer e sempre termine antes da aurora de domingo. Mesmo celebrada antes da meia-noite, a missa da vigília é a verdadeira missa do domingo da Páscoa. Quem participa da missa da noite pode comungar também na segunda missa da Páscoa, no Domingo de Páscoa”, enfatiza padre Ademir.
Quem participar deve levar velas, que serão usadas após a benção do fogo, a preparação do Círio Pascal (símbolo do Cristo Ressuscitado/ Luz do mundo). A missa começa no escuro da Igreja para simbolizar a morte, as trevas e a escuridão, após o Círio Pascal ser acesso no fogo novo e o anúncio em três momentos: ‘Eis a luz de Cristo’, os fiéis vão acendendo no Círio Pascal as suas velas. Depois as velas serão novamente acesas na renovação das promessas de batismo. É uma celebração rica de espiritualidade. É proclamada a Páscoa com o canto; canta-se a ladainha dos santos e santas; canta-se o canto do Glória. Padre Ademir lembra que, durante a celebração, se reveste o altar com toalhas e flores laterais ou de frente do altar; se retira o pano roxo que cobria as imagens de santos no interior da Igreja, se consagra as espécies eucarísticas e o Santíssimo Sacramento volta ao Tabernáculo da Igreja; algumas comunidades paroquiais realizam batismos, benze-se a água batismal, que depois os fiéis podem levar para casa. “O importante é viver com Jesus esta experiência profunda de alegria, de vida e de esperança”.
Domingo de Páscoa
Enfeitar a igreja com flores e imagens de nosso Senhor ressuscitado, criando um ambiente de paz, alegria e beleza para a celebração do evento central de nossa fé. Neste domingo, celebramos a Páscoa de Jesus, o Cristo, que triunfou sobre a morte e a dor e nos inseriu na vida nova pela sua Ressurreição. “A tristeza é vencida pela alegria da vida que brilha para sempre. Viver com alegria do dom da vida, viver com amor a fé em Jesus Ressuscitado que está conosco pela ação do Espírito Santo na vida e missão da Igreja. Temos a nossa Páscoa anual, que celebramos neste dia, mas temos também a nossa Páscoa semanal, em todos os domingos na celebração eucarística, em nossas comunidades paroquiais e temos a nossa Páscoa definitiva, quando o Senhor da vida e da história vier nos buscar: "eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com Ele, com Ele viveremos. Se soubermos perseverar, com ele reinaremos” (II Timóteo 2,11-12).
Com informações da Diocese de Ponta Grossa