Coral dos Arautos apresenta Oratório da Paixão em igreja de PG
Melodia interpreta as sete últimas palavras de Jesus na cruz. Apresentação aconteceu na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no Núcleo Santa Paula
Publicado: 28/03/2023, 10:01
O Oratório da Paixão apresentado pelo coral dos cooperadores dos Arautos do Evangelho atraiu cerca de 200 pessoas, neste domingo (26), na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, no Núcleo Santa Paula, no Bairro Contorno, em Ponta Grossa. O concerto, que reúne melodias do compositor alemão Heinrich Schütz e interpreta as sete últimas palavras de Cristo na cruz, foi o único apresentado fora da Capela São Paulo, dos Arautos, onde será exibido novamente no próximo dia 4, às 19 horas, depois da celebração da Santa Missa.
“É um momento de reflexão, de fé, antes da Semana Santa para nos prepararmos para a Páscoa”, resume padre Mateus Mitsuo Taneguti, coordenador dos Arautos do Evangelho na Diocese. A performance musical deste domingo aconteceu após a missa das 18 horas, que foi presidida pelo padre e concelebrada pelo diácono Celso Moura Jorge. A apresentação é resultado de uma tradução à língua portuguesa do concerto do músico e compositor Heinrich Schutz, alemão anterior a Bach, que viveu entre 1585 e 1682. Ele harmonizou entre si os quatro Evangelhos no que toca à narração da crucificação de Jesus. O texto junta frases tiradas da Sagrada Escritura, que são trabalhadas habilmente de modo a dar a ilusão de uma peça única.
Heinrich Schutz é considerado uma joia da música religiosa de qualquer época. O mais importante antes de Johann Sebastian Bach e, juntamente com Claudio Montever, um dos compositores mais importantes do século XVII. Mestre do estilo de concerto, do contraponto e da oratória musical, tem uma notável capacidade de interpretar expressivamente textos em ritmo em sintonia com o ritmo, ao mesmo tempo em que desenha linhas vocais em melodias da mais alta musicalidade. Foi um dos primeiros grandes compositores alemães a se dedicar aos oratórios, especialmente ‘História da Ressurreição’, ‘Sete Palavras de Jesus na Cruz’ e ‘História do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo’ (Oratório de Natal). O oratório é uma espécie de obra musical não somente instrumental, mas fundamentalmente cantada. Seu teor é essencialmente narrativo. Nesta composição interagem cantores que executam solos vocais, vozes em coro e uma orquestra.
Este gênero é similar à ópera, tanto no que tange às categorias que dele participam, quanto na utilização de árias e recitais, mas enquanto as criações operísticas são apresentadas principalmente através do viés interpretativo, esta modalidade não exige encenações dramáticas. Pode ter como tema a esfera espiritual ou questões mundanas; normalmente, porém, as questões enfocadas no oratório são extraídas das Escrituras Sagradas. A expressão provém da Congregação do Oratório, atualmente conhecida como Confederação do Oratório, uma comunidade de apóstolos criada em 1565, na cidade de Roma, por São Filipe Néri. Aí eram produzidos espetáculos de música sacra, no período que transcorreu de 1571 a 1594.