Cargill celebra 50 anos em PG com investimento de R$ 35 mi
Primeira unidade fabril da Companhia no Brasil completa 50 anos neste dia 24 de março. Dentro do grupo, planta é responsável por 15% do processamento de soja, transformada em óleo e farelo, destinada principalmente para o exterior
Publicado: 24/03/2023, 07:00
A indústria Cargill atinge nesta sexta-feira, dia 24 de março, a histórica marca de 50 anos do início das operações na sua fábrica em Ponta Grossa. A planta fabril, uma unidade de processamento de soja, construída entre 1971 e 1973 às margens da BR-376, é histórica para a companhia no Brasil, não apenas por ser uma das primeiras construídas fora dos Estados Unidos, país de origem da Cargill, mas principalmente por ter sido a primeira fábrica da companhia em território nacional. Além de comemorar com os colaboradores (são cerca de 200 no total), diretores e o time de líderes da América do Sul, em um evento, a empresa celebra a conclusão de investimentos na casa dos US$ 6,8 milhões (cerca de R$ 35 milhões na cotação atual), para otimizar processos da unidade. O Governador Ratinho Junior também esteve presente em uma cerimônia na unidade nesta quinta-feira (23), no final da tarde.
A Cargill atualmente possui seis plantas de soja no Brasil, sendo que a unidade de Ponta Grossa é responsável pela moagem de cerca de 15% de toda a soja processada no país – são cerca de 2 mil toneladas por dia na cidade. Quando inaugurada, esse volume era de 1,2 mil toneladas. O processamento resulta em dois produtos, que são os finais da planta: o óleo de soja e o farelo de soja. Enquanto o primeiro é um óleo degomado, mais ‘bruto’, industrial, bastante utilizado no Brasil para o biodiesel (mas que pode ser refinado por outras empresas e utilizado para consumo humano, por exemplo); o farelo de soja é destinado para alimentação animal. A maior parte dessa produção da unidade vai para o exterior: apenas 30% do farelo fica no Brasil e 90% do óleo é enviado para outros países. Os principais destinos das exportações são a Ásia e a Europa.
Em entrevista ao Portal aRede, o gerente da unidade, João Junior, ressaltou a relevância da planta entre as unidades da Cargill no país. Ele recorda que a cidade foi a escolhida pela empresa por sua localização estratégica, próxima dos campos de soja no Sul do Brasil (na época, os maiores responsáveis pela produção deste grão no Brasil) e com acesso facilitado aos portos. “Temos a planta mais perto de porto, a cerca de 200 quilômetros do Porto de Paranaguá, estrategicamente instalada na rota da ‘descida’ da soja, onde conseguimos processar no ‘caminho’ da exportação. Temos a estrutura com as linhas férreas, onde a eficiência é maior – o grande volume de farelo vai para o porto por ferrovia”, revelou ele. Toda essa soja processada chega do Paraná e do Mato Grosso (além do Paraguai, em períodos sazonais) por caminhões; assim como o óleo degomado é transportado por caminhões.
De acordo com João Junior, Ponta Grossa se tornou pioneira para a Cargill implementar novos processos e reafirmar seus compromissos com a sustentabilidade e inovação. “O propósito da Cargill em alimentar o mundo de maneira saudável, segura e sustentável tem nos motivado a investir em processos mais ágeis, responsáveis e que facilitem transformar a soja que vem dos campos do Paraná e outros estados para fazer parte da alimentação humana e nutrição animal no mundo todo”, comemora.
Veja imagens antigas de fábrica de Ponta Grossa:
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Investimentos na planta
O cinquentenário da unidade de Ponta Grossa está marcado não apenas pelo tempo, mas também pela intensa modernização. Nesta sexta-feira, a empresa realiza a inauguração simbólica da unidade cogeradora de energia, que começou a ser construída há dois anos. A empresa investiu cerca de R$ 35 milhões em sistemas de tratamento de água, modificações na caldeira da planta, instalação de um turbogerador à vapor, modificações de tubulações de vapor da fábrica e modificações em sistemas elétricos. O projeto deve fornecer 80% da energia elétrica da planta. Além da economia financeira, João recorda os benefícios em relação à sustentabilidade, tendo em vista que parte da energia produzida por hidrelétricas tem perdas até chegar no destino final. “Então temos esse ganho de redução de impacto no meio ambiente, que reflete para toda a comunidades”, reforça.
Questionado sobre novos investimentos, João reforça que não há projetos para execução imediata, mas que há planejamentos futuros. “A Cargill tem um time de estratégia na visão do mercado, pensando não só no Brasil, mas também no exterior, e estamos estudando novos projetos para crescimento dentro do país. A curto prazo, não temos projetos, mas sim a médio e longo prazos previstos para Ponta Grossa”, reforçou.
Cabe recordar que há vinte anos, foi inaugurada a caldeira de Biomassa da unidade, com reaproveitamento de resíduos para geração de energia. O reaproveitamento de matéria orgânica (vegetal) se tornou uma atividade complementar do compromisso sustentável no mundo todo, e Ponta Grossa foi uma das primeiras a aderir ao novo modelo. Esse compromisso com uma atuação responsável fez com que a unidade acumulasse prêmios como o reconhecimento do Selo Verde concedido pela Prefeitura, que valoriza instituições que se destacam na proteção e melhoria ambiental da cidade. Publicado em 2022, o Selo Verde é fruto de uma série de atualizações e investimentos realizados na planta, especialmente a melhoria no sistema de fluxo de caminhões e a destinação de resíduos úmidos para Usina Termoelétrica a Biogás da cidade.
Compromisso social
Além de fomentar a economia municipal e regional, a Cargill também se destaca por suas iniciativas de responsabilidade social com o entorno, através da Fundação Cargill, que também está completando 50 anos. “Temos trabalhando ao longo dos anos, com programas junto com a Prefeitura, como a capacitação de merendeiras, por exemplo”, explica João. Em 2003, por exemplo, a empresa recebeu pela primeira vez o Primeiro Selo Social, que certifica empresas e órgãos governamentais responsáveis, tanto interna quanto externamente, e atualmente, 28 funcionários da planta são voluntários em ações que impactam a comunidade de forma positiva. “Para a Cargill, é uma alegria poder desenvolver um trabalho conectado com a comunidade e demostrar nosso compromisso sustentável com projetos que valorizam nossa unidade, reforçam nossa atuação no País e ajudam a alimentar o mundo”, destaca o gerente da fábrica, que ainda recordou projetos internos junto com funcionários, como doações de alimentos, por exemplo, para auxiliar instituições.