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Filha que matou a mãe em PG segue presa em Curitiba

Polícia Civil tem o prazo de 10 dias, contando a partir de sexta-feira (10), para concluir o inquérito policial

Em seu depoimento, a jovem disse que foi agredida com arma de choque pela mãe
Em seu depoimento, a jovem disse que foi agredida com arma de choque pela mãe -

Naiane Jagnow

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Camila Mayumi Kanayama, de 26 anos, segue presa preventivamente no Complexo Médico Penal de Curitiba. Ainda não há um prazo para ela ser transferida para Ponta Grossa. Camila é a principal suspeita da morte da própria mãe, Doraci Kanayama, de 58 anos, que foi brutalmente assassinada a facadas na noite desta quinta-feira (9), por volta das 22h30, na residência da família, localizada entre a Rua Amazonas e a Rua Padre Nóbrega, na região da Vila Estrela, em Ponta Grossa.

As investigações sobre o caso continuam em andamento. Nesta sexta-feira (10), a Polícia Civil de Ponta Grossa pediu a prisão preventiva da jovem, o pedido foi acatado pelo Ministério Público. Dessa forma, há o prazo de 10 dias para conclusão do inquérito policial. “Sexta-feira passou a contar o prazo para conclusão das investigações, tratando-se, portanto, de procedimento em que a investigada está presa”, explica o delegado da 13ª Subdivisão de Policial de Ponta Grossa, Fernando Jasinski.

O que se sabe até o momento?

O Crime

O crime aconteceu na noite desta quinta-feira (9), por volta das 22h30, na residência da família, localizada entre a Rua Amazonas e a Rua Padre Nóbrega, na região da Vila Estrela. Doraci foi morta brutalmente a facadas.

O filho da vítima é a principal testemunha do caso, ele relatou que teria recebido uma ligação da mãe pedindo por socorro e, então, foi até a casa para saber o que estava acontecendo. Chegando no local, o rapaz encontrou sua mãe trancada em um quarto junto da irmã e arrombou a porta. Nesse momento, o filho viu Doraci ferida e sua irmã com uma faca na mão. De imediato, o rapaz chegou a entrar em luta corporal com a irmã, mas a moça fugiu pulando o muro. Equipes do Corpo de Bombeiros, com socorristas do Siate, e também do Samu, foram até o local para socorrer Doraci, mas a vítima já estava sem vida.

Prisão em Curitiba

Após cometer o crime, a jovem fugiu para Curitiba. Ela foi localizada apenas na manhã desta sexta-feira (10) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Comprido, na capital, após apresentar um nome falso e alegar que tinha sido vítima de violência doméstica. “A suposta autora esteve em uma UPA de Curitiba relatando que teria sido vítima de agressões ocorridas em um motel, mas houve a desconfiança da versão apresentada”, explica o delegado Jasinski. As forças de segurança pública de Curitiba foram acionadas pela equipe administrativa da casa hospitalar e a Polícia Militar realizou a prisão em flagrante de Camila.

O delegado destacou a importância do compartilhamento de informações com a Polícia Militar e a Guarda Civil de Curitiba para que a prisão acontecesse. Além disso, ele elogiou a conduta dos profissionais de saúde que acionaram as autoridades policiais. Veja mais informações, clicando aqui.

Depoimento de Camila

Camila prestou depoimento à Polícia Civil de Curitiba no final da tarde desta sexta-feira (10), por volta das 18h20, na Central de Flagrantes. No depoimento, a bacharela de Direito alegou ter Síndrome de Bordeline e Bipolaridade. Ela também disse que toma remédio de uso contínuo. "Faz anos já". Questionada sobre o crime de feminicídio contra a própria mãe, Camila afirmou que agiu em legítima defesa. 

A discussão entre as duas teria começado por conta de um aparelho telefônico. "Eu perguntei 'será que posso ter meu celular de volta?' e ela respondeu 'não sei, vamos conversar' e nisso ela pegou a arma de choque que estava no quarto dela", disse a jovem no depoimento. Camila disse ainda que a mãe usou a arma de choque contra ela.  "Eu falei 'para, para, para', mas ela não parava", relatou. Posteriormente, Camila afirmou que conseguiu pegar a arma de choque e foi neste momento que a mãe teria pegado a faca. "Só que daí eu tomei a faca da mão dela", contou. Quando perguntada quantas vezes ela golpeou a mãe a facadas, Camila disse não saber.

A jovem ainda relatou que gostaria de ter morrido no lugar de Doraci. "Preferiria que tivesse sido eu do que ela. Ela pelo menos era feliz, eu nunca tive vontade de viver", disse no depoimento. Por fim, ela negou qualquer histórico anterior de agressão física entra ela e a mãe. Veja o vídeo completo do depoimento, clicando aqui.

Investigações

Além da Camila, o irmão dela, principal testemunha do crime, também já realizou depoimento para a polícia. “Ele relatou que a irmã faz tratamentos psicológicos e psiquiátricos e não era raro esses episódios de violência contra a mãe”, pontua o delegado. Conforme o delegado, as investigações continuam para apurar mais informações sobre o crime, como as motivações e o contexto do homicídio. “Eventuais testemunhas e familiares serão intimados para serem ouvidos para a conclusão dessa investigação, que a princípio se trata de um homicídio qualificado”, afirma Jasinski.

Nova Defesa

O advogado Jorge Sebastião Filho, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Subseção de Ponta Grossa, assumiu a defesa de Camila. O advogado foi procurado pela família e contratado para a defesa neste sábado (11).

Sobre os futuros passos da defesa o advogado Jorge Sebastião Filho comenta que está aguardando a Polícia Civil terminar as investigações. "Estamos aguardando a conclusão do inquérito policial e posicionamento do Ministério Público para total compreensão do caso e futuras definições de defesa", pontua o advogado. 

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