Tijolos são retirados da 'Chaminé da Cerâmica Aymoré' | aRede
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Tijolos são retirados da 'Chaminé da Cerâmica Aymoré'

Ação assustou os moradores da região de Olarias na manhã desta terça, mas já estava prevista pela Prefeitura Municipal

Tijolos devem ser retirados até a marca de 17 metros de altura
Tijolos devem ser retirados até a marca de 17 metros de altura -

Sebastião Neto

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Moradores da região de Olarias se assustaram com uma cena incomum na manhã desta terça-feira (24): um trabalhador pendurado em um guindaste e retirando tijolos da histórica chaminé da 'Cerâmica Aymoré', que fica próxima ao local que hoje abriga o Lago de Olarias. Por mais estranha que possa parecer, a ação já estava prevista: trata-se de uma manutenção que prevê a diminuição da altura da chaminé por questões de segurança e possível comprometimento da estrutura. 

A reportagem do portal aRede foi até o local e conversou com trabalhadores da obra, que informaram sobre a 'redução' da altura da chaminé para 17 metros, patamar considerado seguro para a estrutura no momento. O terreno, que é particular, foi vendido e passará por obras para receber um condomínio fechado - com previsão de inauguração para o fim de 2023. 

Para ser construído, o condomínio precisou apresentar o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa: neste documento, a construtora responsável pelo empreendido destaca que a estrutura, tombada pelo patrimônio histórico, passaria por manutenções e seria incorporada na arquitetura do espaço. Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura confirmou "que não se trata de demolição, mas da realização de um corte para diminuir o tamanho da estrutura. A ação foi autorizada pelo COMPAC ainda em 2018, após apresentação de laudo técnico que atestava  comprometimento da estrutura superior da chaminé", disse o município.

História

A Cerâmica Aymoré foi construída na década de 1940 por um grupo de sócios, tendo Leopoldo Guimarães Cunha um dos maiores acionistas. Após seu falecimento, a esposa vendeu as ações para o Adalberto Carvalho de Araújo, que tornou-se proprietário majoritário. Segundo as informações do portal iPatrimônio, a Cerâmica Aymoré foi a mais importante do gênero existente em Ponta Grossa: a produção era em torno de 200 mil unidades mensais, entre tijolos e telhas, chegando a empregar aproximadamente 100 operários - que exerciam várias atividades na indústria.

A argila, matéria-prima utilizada na fabricação de telhas e tijolos, era extraída do terreno da Cerâmica. Este material, de excelente qualidade, era transportado em caçambas tipo vagonete, que percorriam sobre trilhos, sendo puxado por cabos de aço, até chegar ao “amassador de barro”, local por onde saíam finalizadas as peças.

Segundo o Levi Martins, que trabalhou como funcionário da fábrica desde a década de 1960 até 1972, em muitas das construções existentes em Ponta Grossa e região foram utilizados tijolos e telhas fabricados na Cerâmica Aymoré.

Na reta final da década de 70, por sua vez, o incentivo destinado às indústrias que vieram instalar-se no município de Ponta Grossa fizeram com que as Olarias ficassem em segundo plano, o que ocasionou, juntamente com a desmotivação dos proprietários, a decadência e a extinção das empresas proporcionavam empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local. A Cerâmica Aymoré permaneceu em funcionamento até meados da década de 1980.

Com informações de Mateus Pitela e do portal iPatrimônio

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