Cerca de 200 bolsonaristas de PG estiveram em Brasília no domingo
Ponta-grossenses que tenham participado de atos terroristas na capital federal podem ser condenados a até 12 anos de prisão
Publicado: 09/01/2023, 16:51
De acordo com informações obtidas pelo portal aRede, cerca de 200 ponta-grossenses saíram em caravana para participar dos atos antidemocráticos realizados em Brasília neste domingo (8). A ‘excursão’ dos manifestantes bolsonaristas insatisfeitos com o resultado nas eleições gerais de 2022, que contou com cinco ônibus, foi organizada em grupos de Whatsapp e divulgadas no perfil @patriotas.pg no Instagram.
Ainda não há confirmações sobre prisões entre os moradores de Ponta Grossa que foram até a capital federal, mas a participação dos ponta-grossenses foi mostrada por ‘stories’ publicados na página, que na sequência foram apagados, e também em vídeos que circularam nas mais diversas redes sociais e também no portal aRede.
Mesmo com a participação no evento divulgada pela página, o perfil @patriotas.pg, que conta com pouco mais de 2 mil seguidores, se manifestou em nota na noite de domingo condenando “qualquer tipo de ato que saia da ordem, como os acontecidos hoje em Brasília”. Por outro lado, o perfil, respondendo a perguntas de seguidores, disse que “devem ter” infiltrados na ação terrorista deflagrada nos prédios dos Três Poderes.
O portal aRede entrou em contato com o Expresso Princesa dos Campos, empresa contratada pelos bolsonaristas que foram para Brasília neste fim de semana, que em nota à imprensa destacou que “repudia qualquer ato de violência ou de natureza antidemocrática”, destaca. A empresa ponta-grossense não está entre as empresas citadas na decisão do ministro Alexandre de Moraes que tiveram ônibus apreendidos em Brasília.
“Salientamos que possuímos o serviço de fretamento de ônibus, um dos braços de negócios da empresa, e que tivemos apenas um fretamento realizado da cidade de Ponta Grossa (PR) para o destino Brasília (DF), veículo este que já está programado para retorno. A empresa encontra-se à disposição dos órgãos competentes para mais esclarecimentos, caso se façam necessários”, completa a nota da Princesa dos Campos.
CRIME
Os ponta-grossenses que tenham participado das invasões e depredações em Brasília podem ser enquadrados pela Justiça pelo crime previsto no artigo 359-M do Código Penal: o de tentar depor governo legitimamente constituído. A pena é de 4 a 12 anos de prisão; o artigo foi incluído na legislação penal por uma lei aprovada pelo Congresso em 2021. O então presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou trechos da proposta, mas não tocou no dispositivo que agora está sendo usado contra seus apoiadores.
Além das mais de 400 pessoas presas em flagrante desde o início da ação criminosa, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta segunda-feira (9) que além das investigações em andamento a pasta criou o e-mail denuncia@mj.gov.br para receber informações sobre os atentados terroristas ocorridos nos prédios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Com informações da Agência Brasil e CNN Brasil